A festança continua
Em cidades como o Rio, em que não vai haver segundo turno e os dias têm sido úmidos, frios e quase penumbrosos, é compreensível uma certa melancolia, por parte do famoso cidadão comum. Clima de festa acabada. A campanha já não tinha sido grande coisa, com generalizada broxura eleitoral. Mas não deu praia no dia da eleição e não se proibiu a bebida, de maneira que votar virou um programa. Não se dirá um programaço, mas sempre um programa, com uns chopinhos no boteco em frente à seção, azaração cívica etc. E a participação nessa brincadeira gozativa (o brasileiro é um gozador nato, não sei se já lhes falaram isto), que é dizer que quem manda somos nós, quando nunca mandamos em coisa nenhuma e até o sapo barbudo que a maioria de nós achou que ia fazer com que “eles” engolissem está se revelando um fino escargot . E à moda deles, claro. Mas a gente fica ouvindo que estamos numa democracia, que o poder do voto isso e aquilo e coisa e tal e anima a pasmaceira. Às vezes, é melhor do que jogar palitinho, embora nem sempre.