A teoria de Malthus vem sendo exaustivamente estudada. Inúmeros são os seus adeptos e inúmeros os contrários. Não há concordância entre um e outro lado, pois a população do mundo aumenta cada vez mais. Imagine-se que o Brasil já possui quase 180 milhões de habitantes, os Estados Unidos conta cerca de 100 milhões a mais, e a China tem a alucinante cifra de 1,3 bilhões de seres humanos, que precisam ser alimentados, vestidos, casados e ainda terem algum lazer.
No último número da revista Veja um entrevistado especialista em população falou do envelhecimento da população de todos os países, inclusive dos países jovens, como é o nosso. Esse é um dos problemas que os governos tem de enfrentar e já estão, mesmo, enfrentando, no exercício de suas funções de proporcionar emprego, saúde, lazer, estudos e o fantasma apavorante de todos, a aposentadoria e as pensões. Que colhem todos os com mais de 70 anos e, mesmo, em menos idade, dependendo do país.
Temos, com mais preocupação, o problema do envelhecimento, pois uma população velha tem de trabalhar, mesmo contando com o desenvolvimento da tecnologia, do surto da ciência e da capacidade que o homem tem demonstrado como substituir-se ao esforço manual para usar a máquina, que a tudo prove. É o que há de mais sério no plano dos estudiosos de população, afora outros problemas que vão surgindo e têem de ser enfrentado para serem resolvidos, no interesse, mesmo, da população.
Os governos não estão ligando para esse problema, o malthusianismo, ainda que revisado, refeito, desdobrado em peças de estudo separada uma da outra. O velho Malthus teve a visão. Não foi ela perfeita, evidentemente, por sua época não ter desenvolvido os métodos estatísticos, as considerações sobre as diferenças de idade, a produção e as necessidades, mas o tempo está chegando, como assinalou o entrevistado da revista editada em São Paulo. É no que devem pensar os governos, se forem capazes.
Diário do Comércio (São Paulo - SP) 24/08/2004