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Artigos

  • Gargantas profundas

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 03/02/2005

    Em doze anos seguidos aqui neste espaço, nunca deixei de lembrar, a cada 3 de fevereiro, o Dia de São Brás, epíscopo e mártir, como informa o calendário religioso. Existem numerosos epíscopos e mártires dos quais não lembro nem a data nem os feitos.

  • Tempo dos gordos

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 02/02/2005

    O secretário de imprensa da Presidência da República, Fábio Kerche, mandou-me e-mail retificando notas que li na imprensa sobre o colete à prova de balas que Lula teria usado no Fórum de Porto Alegre.

  • Vaquinha contra os mosquitos

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 01/02/2005

    Não estava em Davos na semana passada e, além de ter perdido o discurso de Lula, que sempre se sai bem quando está diante de poderosos, perdi a oportunidade de participar da vaquinha que a atriz Sharon Stone promoveu para comprar mosquiteiros destinados à Tanzânia.

  • Á prova de bala

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 31/01/2005

    Fiquei triste ao ler nas folhas que o presidente Lula usou um colete à prova de balas na sua recente ida ao Fórum de Porto Alegre. Vendo-o nas TVs, estranhei o blusão rechonchudo que usava, fazendo-o mais gordo do que é, mas sem estragar o visual, que geralmente é bom e simpático.

  • Carência e mérito

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 29/01/2005

    Mais um plano lançado pelo governo para responder às críticas de sua apatia pela agenda social. Depois do Fome Zero e do Bolsa-Família, que trouxeram mais problemas do que soluções para o próprio governo, vem agora o Prouni, destinado a democratizar o ensino superior. Ao contrário dos programas anteriores, que pelo menos eram bem-intencionados, mas impraticáveis, o Prouni tem um erro de origem, expressando um conceito primário de ensino.

  • A eficiência da Abin

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 27/01/2005

    Li no "Estadão" que o Planalto quer saber o que os movimentos sociais do país "acham do serviço de inteligência brasileiro, que tem como órgão central a Agência Brasileira de Inteligência (Abin), entidade que substituiu o extinto e malfadado Serviço Nacional de Informações (SNI)".

  • Salvando a minha pele

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 26/01/2005

    Aterrado, literalmente aterrado, pois se trata de uma tragédia que envolverá terra e Terra, li no último domingo o excelente artigo de Rogério Cezar de Cerqueira Leite, professor emérito da Unicamp, sobre o péssimo futuro que nos aguarda.

  • De Proust a Agnaldo Timóteo

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 25/01/2005

    O amigo admite: "Eu fazia um péssimo juízo de mim mesmo. Julgava-me um idiota desde os 15 anos, quando tentei ler Proust. Nunca ia além da página 50 ou 60. No Carnaval passado, decidi fazer uma higiene mental, apanhei o Proust e, maravilha, devorei os sete volumes, devagarinho. Agora posso me olhar no espelho".

  • O diabo e o demônio

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 24/01/2005

    Enquanto a mídia se esbofa na avacalhação do novo avião da Presidência da República, deixa de criticar, asperamente como devia ser o caso, os dois programas sociais que Lula, antes do avião, botou no ar para mascarar a política econômica: a médio e longo prazo, tornará mais dramático o desnível social que já se tornou um dos mais injustos do mundo.

  • Perda de tempo

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 23/01/2005

    Em crônica da semana passada, na Ilustrada, comentei a onda que a mídia e os interbobos estão fazendo contra o avião comprado pelo governo para a Presidência da República. Uns e outros repetem o mesmo argumento pedestre e demagógico: "Enquanto houver uma criancinha passando fome no Brasil, o governo não pode gastar milhões para comprar um avião luxuoso para Lula". Nem vale a pena salientar a bobagem do argumento. O avião não chega a ser tão luxuoso assim nem é um brinquedinho para o deleite pessoal de Lula. O tempo, o espaço e a energia que perdem para condenar o avião, que não merece condenação, a menos que caia e mate alguém, deveria ser gasto na condenação que o atual governo realmente merece. E merece cada vez mais ao priorizar a contabilidade pública (para agradar o FMI e os especuladores estrangeiros) em detrimento da agenda social, que, sobretudo no caso de um país como o Brasil, onde tantas criancinhas morrem de fome, deveria ser a prioridade máxima. As duas tentativas para engabelar o eleitorado que votou nele (Fome Zero e Bolsa-Família) marcarão o seu governo como de um ridículo atroz. Lula poderá fazer chover no plano econômico, se é que realmente a economia nacional transformou-se na maravilha purgativa que estão dizendo por aí. Mas será um presidente mais do que medíocre, embora tenha o direito de voar num avião melhor e mais seguro.

  • Reconhecimento tardio

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 22/01/2005

    Parece que Deus existe mesmo. Ao tomar posse no segundo mandato, George W. Bush reconheceu que a imagem dos Estados Unidos sofreu graves arranhões, está mais suja do que pau de galinheiro no resto do mundo. Pudera.

  • Barulho por nada

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 19/01/2005

    Tanto a classe política como a mídia que cobre os movimentos do setor passaram as duas últimas semanas em estado de excitação causada pela expectativa da reforma do ministério, que, na realidade, não chega a ser reforma, mas simples acomodação no enlameado terreno da próxima sucessão presidencial.

  • Formação de quadrilha

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 18/01/2005

    Gilmar Mendes, que apareceu na vida pública trazido por Collor e, como advogado do governo de FHC, foi pedir aos bispos apoio para impedir a CPI que apuraria casos suspeitos na época, teve a paga pelo serviço: foi indicado para o Supremo.

  • Taj Mahal voador

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 17/01/2005

    José Sarney lembrou, em crônica da semana passada, a grita que a oposição da época fez contra JK por ocasião da compra de um avião Viscount para a Presidência da República. Sarney fazia parte do grupo chamado Bossa Nova, que era o mais radical na oposição ao governo. Lembro-me dessa campanha, que achava pueril. O avião não pertenceria a JK, e sim ao governo brasileiro -serviria a outros presidentes, inclusive àqueles que cassaram JK e o prenderam.