Vê aí as pizzas
Os comentaristas e os observadores, até mesmo os neutros, não escondem sua desconfiança no propósito da Câmara dos Deputados.
Os comentaristas e os observadores, até mesmo os neutros, não escondem sua desconfiança no propósito da Câmara dos Deputados.
Quem está em cena deve ter o maior cuidado com sua postura, para não provocar reações contrárias aos seus objetivos, principalmente políticos.
Interessa, sem dúvida, a classificação do Brasil como nação emergente, com vastíssimas possibilidades econômicas, com excelente campo de investimentos. Mas interessa, também, como nação aberta aos ventos da História e ao desenvolvimento da ciência, da tecnologia, das artes e das letras. Enfim, interessa, de par com outros domínios da cultura, que saiamos, o mais depressa possível, do provincianismo. Que é a nossa principal característica como nação.
Foi um grande amigo de Lula, companheiro mesmo de jornadas sindicais, Sua Eminência Cardeal Arns, quem escreveu que, infelizmente, o presidente não estava preparado para assumir a Presidência, que é muito complexa para quem nunca exerceu função pública.
A influente e milionária revista The Economist trouxe num de seus números passados uma nota qualificando a Itália como homem doente da Europa. Essa expressão foi cunhada antes da Primeira Guerra Mundial por um político, se bem me lembro inglês, mas cujo nome me escapa.
A mais antiga eleição de que me lembro foi a que selou o destino da República Velha, ou perrepista.
Li num jornal de Paris que a administração do metrô estuda fazer como os japoneses, engatar em cada composição um vagão especialmente exclusivo para mulheres que tomam o trem de manhã e voltam à tarde para casa, depois de um dia de grande labuta nos escritórios.
Quando prefeito, Paulo Maluf idealizou uma residência de preço baratíssimo, de alvenaria, com sala ligada à sala de jantar, quartos e banheiro, tudo num bloco, para pessoas de baixa renda, com trabalho na cidade.
Não vou defender Lula, que tem quem o defenda, a começar por ele mesmo. Um deputado como o sr. Jefferson, nome ilustre nos Estados Unidos e aqui maculado por uma ação condenável.
É pena que Lula tenha perdido tempo preciosíssimo, o tempo, do qual disse Rui Barbosa que é o estofo de todas as obras primas, de todas as ações duradouras.
Rio de Janeiro, 2 de junho - O presidencialismo é uma invenção americana. Segundo Harold Laski, não deveria nunca sair dos Estados Unidos. Não se realizaria. Teve, enquanto viveu, muita razão, o ilustre ensaísta inglês.
Chega ser incrível que nessa batalha da CPI dos Correios o presidente Lula está perdendo a sua intuição política, que o conduziu do torno mecânico ao Palácio do Planalto.
Os analistas brasileiros, apressados nas suas observações sobre a derrota do Sim na eleição de domingo, 29, na França, não prestaram atenção um fator poderoso, que, no entanto, não foi levado na devida consideração. Trata-se do laicismo, sobre cuja base foi elaborada a Constituição, pela comissão de juristas presidida pelo ex-presidente Giscard d’Estaing.
Citei várias vezes o padre Antônio Vieira, uma nota de psicologia humana, que vemos, com, freqüência reproduzida, principalmente na vida pública, no Estado-espetáculo que é o característico da política de nosso tempo.
As enchentes são desses assuntos que, entra ano e sai ano, são presentes na vida dos paulistanos desde a chegada dos jesuítas ao planalto predestinado, que é este, onde vivemos.