Além da retórica da pobreza
O Papa dos confins faz, agora, ao Brasil, a primeira viagem fora do cenário de Roma, na busca da sintonia com o nosso tempo. Depois do Vaticano II, investe-se da responsabilidade de um recado, e esse não pode escapar ao profético, no magistério da Igreja. No capital de expectativa que granjeou, só reforça a sutileza nos gestos, ao lado das palavras e da visão implacavelmente pública de cada um de seus passos. Soube, já, evitar a retórica fácil da simplicidade, no manter um cotidiano, tão seu, do ex-arcebispo de Buenos Aires, no descarte do luxo pontifício, desde a troca da cruz peitoral.