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Artigos

  • Chá e Futebol

    Nos chás que antecedem as sessões da Academia Brasileira os confrades costumam me assediar sobre temas da corte brasiliense. Fujo deles. Brincam comigo dizendo que é para minorar meus arroubos de pernambucanidade. Esses, não os dispenso. Pernambuco é a minha idéia fixa.

  • Suassuna aos oitenta

    O aniversário de oitenta anos de Ariano Suassuna, quase concomitante aos registros dos 110 anos de fundação da Academia Brasileira de Letras, se transformou num evento de projeção nacional. Mais do que da Paraíba, onde nasceu, mais do que de Pernambuco, onde se desenrolou a sua profícua vida.

  • Machado de Assis em Londres

    Entre os dias 18 e 22 de junho passado, o maior dos escritores brasileiros - cujo humor de estilo britânico tem sido, aliás, sempre recordado - esteve em evidência em Londres. Com a impecável organização da embaixada do Brasil, a Semana Machado de Assis abriu a série de manifestações - especialmente da Academia Brasileira de Letras - a celebrar, até o final de 2008, o centenário de seu falecimento.

  • Para além de nós

    Estamos nos tempos em que muito recordamos o filho Marcantonio. Carmo e eu vemos o filme a passar na lembrança. São os tempos do aniversário do seu nascimento. Tempos de. ir ao poço da saudade, exposta a ferida viva que não sara nunca. Como indaga Manuel Bandeira: É saudade ou espanto?

  • O menino Gilberto

    Gosto muito de recordar a rica convivência com Gilberto Freyre, a partir de privilegiar o que me disse dos seus dias de menino. Tanto do menino considerado um quase caso-perdido, por só tão tarde ter aprendido a ler e a escrever, como do menino que se encontrou ao descobrir o engenho, nos dias vividos em São Severino do Ramo, no município de Paudalho, Zona da Mata de Pernambuco. Tanto do pai-menino que se imiscuía na administração do Prata, o clube de garotos a que seu filho Fernando deu vida, em Apipucos, como dos meninos encoletados em couro, meio vaqueiros meio cangaceiros, que mereceram sua atenção de intérprete do Brasil. E não falemos dos meninos açucarados dos engenhos, nem dos meninos dos mangues do Recife, estes, espécie de versão pernambucana dos Capitães da Areia.

  • Oração pelo negro

    Após terminar a Oração pelo índio, primeira parte da tetralogia do Discurso das gentes do Brasil, Albuquerque Pereira acaba de ultimar outro alto cometimento épico e ético, esta Oração pelo negro que se encontra nas mãos do leitor. Dizemos alto cometimento por nos parecer justamente isso a aventura temerária de narrar, em quase quinhentas oitavas heróicas, em perfeitos decassílabos de índole camoniana, os cinco séculos da história da raça negra transplantada compulsoriamente para o Brasil, dos primórdios do tráfico até a longa e acidentada busca pela liberdade institucional, seguida pelo anseio por uma plena realização social e moral que se mantém até nossos dias.

  • Japão/Brasil

    Eles vinham de longe. Do oriente distante. Para ajudar um país jovem a seguir plantando café, sua fonte de riqueza. Ao fundo, um acordo. Bom para ambos: o Brasil carecia de mão-de-obra, o Japão vivia grave crise demográfica. No acordo, de um lado estava Tibiriçá, presidente da província de São Paulo, do outro, Mizuno, tido como pai da imigração japonesa.

  • Lembrando Zé Lins

    Ao publicar Menino de engenho, em 1932, aos 31 anos de idade, numa edição à custa do autor, José Lins do Rego se revelava um escritor pleno de uma sangüínea vitalidade, alcançando um sucesso raro para um livro de estréia. Após seu segundo livro, Doidinho, publicado pela Editora Ariel, o grande romancista paraibano recebeu uma carta, que se tornaria famosa, do jovem editor José Olympio, propondo a reedição da obra de estréia e a edição, numa tiragem de 10 mil exemplares, do seu próximo romance, que seria Bangüê. Dizem que Zé Lins, como era geralmente conhecido entre os amigos e depois sê-lo-ia nacionalmente, mal pôde acreditar na oferta temerária.

  • Olinda, Olindíssima

    Estou espantado com a amnésia voluntária e ao redor do reconhecimento de Olinda como Patrimônio da Humanidade, no jubileu de prata da data. Espanta-me o risco disso tudo se encaminhar para grosseira desmemória e que tenhamos enfim chegado a tal desconforto.

  • Arco/PE/Tom

    Alegrou muito aos pais de Marcantonio, seja na condição de simplesmente pernambucanos, seja na de cultivadores das seduções da arte contemporânea, o brilho da presença de nossa terra na ARCO.

  • O Japão e os Lima

    A Academia Brasileira de Letras numa de suas sessões ordinárias do ano passado, sem alardes como é do estilo da Casa mesmo ao tratar temas relevantes, exaltou o eficiente contributo dos japoneses à cultura brasileira.

  • O profeta das cores em Manaus

    Fazia uns três anos que não viajava a Manaus. Fui lá recentemente para conferir impressões. Foi muito bom. A cidade está com um vigor de chamar a atenção. Claro que as questões do ordenamento urbano seguem o rumo tradicional do atabalhoamento. A cidade, cortada pelos igarapés e acossada pela mata, esbraveja e se contorce. Mas cresce, cresce muito.

  • Conversa para Durão Barroso

    Tocou-me a honra de falar em nome dos acadêmicos e de não acadêmicos no jantar de honra que a Academia Brasileira de Letras (ABL) ofereceu ao presidente da União Européia. Jantar no velho solar que pertenceu ao “cacique” Austregésilode Athayde.