O aniversário de oitenta anos de Ariano Suassuna, quase concomitante aos registros dos 110 anos de fundação da Academia Brasileira de Letras, se transformou num evento de projeção nacional. Mais do que da Paraíba, onde nasceu, mais do que de Pernambuco, onde se desenrolou a sua profícua vida.
Ariano Suassuna é um patrimônio de todo Brasil, que ele conquistou com seu teatro, sua ficção, sua poesia, sua verve inesgotável e seu arraigado amor por tudo que signifique brasilidade.
Poucos escritores, de fato, não só na atualidade, mas em toda a história da literatura brasileira, alcançaram tal empatia com o povo. Sua obra, inteiramente oriunda de raízes populares, como o que este lhe outorgou de riquíssima inspiração.
Repercutida pelos mais variados meios de comunicação, sua antológica galeria de personagens alcançou todos os recantos e camadas do povo brasileiro, chegando inclusive àquelas paragens nas quais o acesso ao livro é uma difícil conquista para cada leitor.
Com uma exposição, que delineia, pela imagem e pela bibliografia, um perfil completo da vida e da trajetória literária do autor d' A pedra do Reino, a Academia Brasileira de Letras congregou numerosas manifestações de apreço que nessa feliz efeméride envolveram um de seus membros mais ilustres.
Está exposto na Galeria Manuel Bandeira, um dos melhores espaços do centro do Rio de Janeiro, afora esse nome tão caro aos mais profundos sentimentos de orgulho pernambucano, essa galeria é uma espécie de sala de exibição da ABL.
Pois bem, passo os olhos ali e tenho também orgulho da minha terra, dos meus confrades, da minha Academia.
Diário de Pernambuco (PE) 26/7/2007