Um Brasil desconhecido
Conheci, a convite do Clube da Aeronáutica, e na companhia de inúmeros pesquisadores do grupo do "pensamento brasileiro", o que, como a maioria dos cidadãos, eu ignorava. O trabalho anônimo, perseverante, heroico, das Forças Armadas na defesa das fronteiras geográficas e do espaço aéreo nacional. E mais, os centros de controle do gerenciamento do tráfego dos aviões. E foi para todos uma experiência nova, a descoberta desse Brasil diferente, escondido, desafiador, solitário e injustiçado, onde o esforço de nossos militares mal chega ao conhecimento do povo, na política demagógica de alguns que tentam solapá-los. E isso começou, entre nós, na lúcida análise de Vera Lúcia Borges, em seu livro A batalha eleitoral de 1910, a partir da luta civilista de Rui Barbosa (que perdeu a eleição à presidência), contra o Marechal Hermes da Fonseca. Na época escreveu o escritor Carlos de Laet, contra o que chamou de" candidato pseudo civilista": "Francamente, porém, mais espero do soldado honesto e sincero que da velha raposa, ultra-preparada para os assaltos ao galinheiro político, e que no dizer do seu próprio panegirista, sr. Medeiros de Albuquerque, costuma ter por ano trezentas e sessenta e cinco opiniões, todas retoricamente fundamentadas(...)". Sem entrar no barco das paixões eleitorais, sim, foi com a visão de soldados honestos, íntegros e sinceros, dedicados ao dever, na obediência à hierarquia, longe do raposismo político que permeia abominável corrupção, que reativei em mim, o sentimento de pátria, tão relegado, como coisa ancestral, quando é o princípio de nacionalidade.