O tiro saiu pela culatra
Articulação contra a Lava-Jato teve efeito contrário: em lugar de extinguir ou enfraquecer a operação, fortaleceu-a.
Articulação contra a Lava-Jato teve efeito contrário: em lugar de extinguir ou enfraquecer a operação, fortaleceu-a.
Seu desempenho deve ter deixado ruborizado aquele que a gente achava ser imbatível em matéria de cinismo, Eduardo Cunha.
A verdade é que o MinC morto acabou sendo mais valorizado do que em vida, quando acumulou mais dívidas do que elogios.
Este governo está tendo de fato muitos tropeços, mas é arriscada a aposta da nova oposição de que ‘não vai dar certo’ e, por isso, o melhor é ficar bem longe do fracasso.
Pelas circunstâncias que o levaram ao poder, Michel Temer, em lugar do tradicional crédito, começa com déficit de confiança.
O imprevisível e a velocidade com que o cenário político se mexe, às vezes para não sair do lugar, desorientam o observador.
Cunha perdeu o poder formal, mas não aquele que exerce à sombra, devido a uma riqueza acumulada durante anos: um precioso banco de dados
Se Dilma e Temer tivessem usado a energia e a disposição de agora em benefício do país que governaram juntos por seis anos, estaríamos certamente em melhor situação.
Cenas de depravação e perversidade de documentário, recolhidas em vários países, passaram a ser norma pela frequência em jornais e telas de TV, sem falar na internet.
Veio a sensação de que o Rio se tornara a bola da vez do azar: câncer do Pezão, crise econômica sem precedentes, greves, falta de grana até para pagar a funcionários.
Como nessa novela de suspense não se adiantam os novos episódios, fica-se sem saber o que vai acontecer daqui pra frente no país.
O Brasil está sendo passado a limpo, mas isso de fato só acontecerá quando Eduardo Cunha, o ‘gênio do mal’, for punido por ser também o mais notório ficha-suja do país.
A divisão do país provocou nas torcidas organizadas dos dois times um clima de ódio que transformou adversários políticos em inimigos e, pior, amigos em desafetos.
As alternativas não são animadoras: Dilma permanecer com seus malfeitos ou Michel Temer tornar-se presidente e Eduardo Cunha virar vice.
De nada adiantou adotar medidas de segurança para evitar a entrada de manifestantes na Câmara, se a fonte da agitação estava lá dentro, com os representantes do povo.