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Artigos

  • Erro de Bush

    Diário do Comércio (São Paulo - SP), em 13/05/2004

    Se Henry Kissinger fosse o adviser de Bush, em lugar de Condolezza Rice, a guerra do Iraque não teria sido deflagrada, tendo ele em suas mãos todas as provas de que Saddam Hussein não possuía o arsenal de armas destruidoras, que serviu de argumento ao presidente para sua aventura, sem duvida fatal. O astuto judeu alemão naturalizado americano, que abriu a China aos Estados Unidos, foi um dos maiores secretários de Estado dos Estados Unidos graças à sua intuição e sua formação universitária.

  • Nomeação de cabos eleitorais

    Diário do Comércio (São Paulo - SP), em 11/05/2004

    Uma das figuras mais sinistras da democracia representativa de sufrágio direto, secreto e universal é o cabo eleitoral. Tipo perfeito para filmes de horror, é o bajulador de um político de relativo prestígio, que tem como profissão o engano dos trouxas, que se deixam ilaquear com promessas que não se cumprirão nunca, sobretudo porque não são prometidas para serem cumpridas no futuro remoto, se o chefão for eleito. Leio no Jornal do Senado (impresso no melhor papel dos jornais do Brasil), que o Senado aprovou a Medida Provisória que criou 2.793 cargos na enxudiosa burocracia do sistema federal. O presidente Lula, formado pelos marxistas-lenistas, quer um Estado extensamente burocrático, e, por MP, não por projeto de lei, impingiu à nação, já sofredora, já sofregante ao peso dos milhões de desempregados, o salário mínimo irrisório, e outras inconveniências, como essa avalanche de cabos eleitorais.

  • Formação de líderes

    Diário do Comércio (São Paulo - SP), em 05/05/2004

    O saudoso Assis Chateaubriand, que faz muita falta no Brasil da era luliana, lançou a idéia de construir no Brasil uma réplica da Ecole de Chartes , da França, para formação de líderes políticos, a fim de fortalecer a nossa frágil democracia. Logo depois sofreria o derrame que o imobilizou no leito durante oito anos, e todos os seus ideais, entre eles o da Escola de Líderes, foram por água abaixo. Morto em 1968, seu amigo Austregésilo de Athayde e companheiro quis reviver a idéia, mas inutilmente o fez. Não houve possibilidade.

  • Construir a nação

    Diário do Comércio (São Paulo - SP), em 27/04/2004

    Não dou opinião por ter ou não ter uma posição de opção política do que se passa no Brasil de meus dias. O futuro é incerto, sempre - mas por observar, como jornalista, que é, exatamente, a profissão obrigatoriamente de observadores, que a nação está se enfraquecendo nas suas bases e as colunas sobre as quais se sustenta poderão ruir, ao peso das contradições, das crises sem solução, à gestão anárquica dos negócios públicos e, sobretudo, à corrupção que medra como tiririca.

  • O erro de Bush

    Diário do Comércio (São Paulo - SP) em, em 21/04/2004

    Quando Bush foi eleito para a presidência não depositamos em sua candidatura vitoriosa a confiança que milhões de seus compatriotas entenderam de confiar-lhe. Sua aparência de cowboy, sua rusticidade, apesar de bem casado, o fato de ser governador do Texas, um dos mais importantes Estados da União Americana, daria o crédito de que necessitávamos, pois, como é amplamente sabido, todos dependemos dos Estados Unidos em vários setores, principalmente no comercial.

  • O Sedex falha

    Diário do Comércio (São Paulo - SP) em, em 14/04/2004

    Durante anos, os Correios brasileiros foram objeto de chacota porque ninguém, mas, rigorosamente, ninguém, neles acreditava. Quando alguém queria mentir, falava que havia passado um telegrama, pois um despacho do gênero nunca chegava ao destino. Com os governos revolucionários, houve a mudança. Os Correios passaram a merecer total confiança do usuário. Carta enviada era, seguramente, carta recebida. Ninguém mais põe dúvida nesse monopólio.

  • Difícil reforma agrária

    Diário do Comércio (São Paulo - SP) em, em 08/04/2004

    Ninguém dúvida que uma reforma agrária é das tarefas mais difíceis que um governo encontra e não a cumpre completamente. Foi assim no passado, é no presente e será no futuro. Para começar, a dificuldade maior é o que apresenta o presidente Lula, que não sabe como sair dessa armadilha. Os líderes do Movimento dos Sem Terra, MST, são experimentados, têm coragem, são guevaristas, portanto revolucionários, capazes de incendiar o país para colocar algumas milhares de famílias nas terras que, de resto, já estão sendo vendidas para compradores de tendência revolucionária.

  • Furacão no Sul

    Diário do Comércio (São Paulo - SP) em, em 01/04/2004

    Um dos nossos orgulhos infantis é de nunca termos tido furacões, tornados, marés desencadeadas com ondas gigantescas, e, mais do que tudo isso, não temos vulcões, ao menos não foi descoberto até hoje um vulcão extinto. É uma felicidade, dirão os otimistas, é de regozijar, dirão outros, menos otimistas, porem realistas. O certo é que o Brasil tem sido poupado, a não ser com o El Niño, que fez devastações em nosso território, atingindo, evidentemente, a economia do país.

  • O ir e vir

    Diário do Comércio (São Paulo - SP) em, em 30/03/2004

    Uma das características da psicologia do povo brasileiro é a que ele se habituou com medidas, iniciativas, decisões do governo que não mudam nunca. É o que podemos denominar à portuguesa, um ir e vir sem fim, desses que servem de brinquedo às crianças. Está em jogo há muito tempo, desde a ascensão do presidente FHC, a reforma da CLT, a famosa Consolidação das Leis do Trabalho, assinada por Getúlio Vargas, elaborada que havia sido por Marcondes Filho e uma comissão.

  • A crise política

    Diário do Comércio (São Paulo - SP) em, em 24/03/2004

    Estou incidindo no lugar comum, fato que não recomenda, não direi o jornalista, mas o acadêmico. Não há nada mais desabonador de um acadêmico do que usar e repetir lugares comuns, mas no jornalismo nem sempre é possível fugir deles, pois que estão ao alcance de qualquer comentarista e servem para denunciar momentos de faltas graves na condução dos negócios do Estado ou simplesmente negócios públicos, desses que tomam algum tempo dos responsáveis pela administração.

  • A crise petista

    Diário do Comércio (São Paulo - SP) em, em 22/03/2004

    Faz dias, na posse do ministro sujeito à sigla do PL - que não tem nenhuma relação com o verdadeiro liberalismo - o novo ministro pediu a demissão do ministro Palocci, com argumentos que só poderiam ser discutidos com o presidente em gabinete fechado, para não haver difusão indesejável junto a opinião pública. Mas, como é mais uma crise que o PT enfrenta, segundo comentamos aqui, foi tudo diante de muita gente e, provavelmente, o caso ficará por isso mesmo.

  • A vida sem valor

    Diário do Comércio (São Paulo - SP) em, em 16/03/2004

    Um passageiro de ônibus, acompanhado da mulher, desceu do veículo pela porta adequada e sem motivo algum, sem nada que o provocasse ou provocasse a sua ira, saca do revolver, que tinha no coldre sem autorização da polícia, e atira no pobre motorista, que estava cumprindo o seu dever, para ganhar o modesto salário com que deve sustentar a família, educar os filhos e ter algum lazer. Crime estúpido, como todos os crimes que se registram na capital.

  • O terror agindo

    Diário do Comércio (São Paulo - SP) em, em 15/03/2004

    Foi um bando de fantasmas. Ninguém sabe, nem descobre antes do desastre que seus membros vão atacar, pouco se importando com o valor da vida humana. Estão sedentos de sangue, querem amedrontar a população, e o conseguem, e acabam fornecendo aos órgãos de comunicação de massa os clichês de que eles necessitam para impressionar leitores e áudio espectadores. Quem viu a primeira página dos jornais de sexta-feira tem a imagem terrível do desprezo pela vida dos condenados pelo terror.

  • Cofins, a estranguladora

    Diário do Comércio (São Paulo) em, em 12/03/2004

    Cito o poema de Carlos Drummond de Andrade. Mundo, vasto mundo, se eu não me chamasse Raymundo, seria uma rima mas não seria uma solução . Se consultarmos o manual de Valentim Magalhães sobre rimas, encontraremos todas as rimas em língua portuguesa de que necessitarmos, mas, uma vez usada essa jóia da poesia, podemos não ter a solução de que precisávamos e termos de procurar outra solução.

  • Conselho empresarial

    Diário do Comércio (São Paulo) em, em 11/03/2004

    No jornal Valor Econômico, editado por nossos confrades da Folha e de O Globo, vem estampada uma notícia, segundo a qual, como fez saber o chanceler Celso Amorim, o Brasil, a África do Sul e a Índia decidiram estimular a aproximação entre os empresários dos três países para fomentar o acordo de cooperação política e econômica. Não poderia ser mais auspiciosa a notícia de procedência oficial, essa que vai fortalecer o comércio de países dele necessitados.