Culpas, desculpas, responsabilidades
Ali o rio corrente
De meus olhos foi manado
(Luís de Camões — “Sôbolos rios que vão")
Ali o rio corrente
De meus olhos foi manado
(Luís de Camões — “Sôbolos rios que vão")
O saudoso jornalista Marcio Moreira Alves falava na “moral homogênea do PMDB” para se referir ao saco de gatos e gatunos em que se transformara o partido
O Brasil é um país de cabeça pra baixo. É só olhar no mapa pra ver. Aquela coisa enorme, tentando se equilibrar numa pontinha fina
Na campanha eleitoral, uma candidata a deputada aparecia brevemente na tela e se limitava a usar o reduzido tempo diante da câmera para dizer seu nome, número e anunciar sua plataforma em uma exclamação: “Contra a meritocracia!” Evidentemente, se orgulhava de sua posição, alardeada ao querer exibir seu melhor lado e ganhar votos.
O Evangelho ensina. Quando tentaram intrigá-lo com as autoridades, perguntando-lhe se era permitido pagar imposto, Jesus mostrou a efígie do imperador na moeda e foi claríssimo: “Dai a César o que é de César e a Deus o que é de Deus.”
Contestar as trapalhadas dos governantes que nos levaram a este atual estado é uma forma de amar o Brasil.
Que tal fazer a conta do fim da imunidade tributária para entidades religiosas, privilégio garantido, mas questionado?
Pelo jeito, vão acabar dando um jeitinho. Brasileiramente.
É animador que Levy, ao comentar redução da meta de superávit primário, sublinhe que precisamos adotar a transparência
Quem devia ser responsável fica dizendo tolices tão primárias que só pode ser de propósito e má fé para confundir
Mentiram, nos passaram a perna, caímos na conversa de espertalhões. Isso ajuda a explicar a raiva e os altos índices de rejeição
PT e PSDB podem concordar em alguma coisa neste país e se unir contra um inimigo comum: livros e crianças leitoras
Ontem foi dia de ser otimista a longo prazo a respeito das instituições brasileiras, no debate do seminário “Brasil, Brasis” da Academia Brasileira de Letras, coordenado pelo acadêmico Domício Proença Filho.
Entre anúncios do fim de livrarias e museus, ameaça de fechamento da Escola de Teatro Martins Pena, onde dei aula, e do encerramento do Centro de Referência Cultura Infância, no Jockey do Rio (ainda que nesse caso a batalhadora Karen Acioly tenha conseguido migrar para outros espaços), chega outra notícia: a Jornada de Passo Fundo vai acabar. É triste.
A linguagem popular chama de dolorosa a cobrança que chega, ao final de uma noitada com os amigos num bar. Desgraçadamente, os últimos dias têm nos lembrado a quanta dor essa metáfora pode aludir. Sabemos todos, inclusive quem finge esquecer, que não há almoço grátis.