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Artigos

  • Triângulo nada amoroso

    O Globo, em 09/12/2021

    Um roteirista de criatividade mediana poderia imaginar uma disputa entre o ex-presidente preso e o seu juiz algoz, e estaria de bom tamanho, compatível com as voltas que o mundo dá. Mas acrescentar a essa trama um terceiro personagem, o atual presidente da República, eleito por ter se tornado o símbolo do combate à corrupção petista, transformado ele mesmo em alvo de investigações as mais variadas de corrupção, aí já é preciso ser muito criativo.

  • Líder de fancaria

    O Globo, em 07/12/2021

    O presidente Jair Bolsonaro empenha-se diariamente em desmontar a frágil institucionalidade brasileira, por palavras e atos. Muitas dessas atitudes são pura falta de educação, mas a maioria delas reflete uma necessidade de controle autoritário dos órgãos públicos com fins pessoais, sejam eleitorais ou simplesmente em defesa de interesses próprios.

  • Contrastes brasileiros

    O Globo, em 05/12/2021

    O desmonte do Teto de Gastos, que vai passando no Congresso com a aprovação da PEC dos Precatórios para financiar um programa social que nasce em ano eleitoral sem sustentabilidade financeira nem projeto definido, implode a última âncora fiscal vigente, contrapondo a esta desastrada gestão das contas públicas na esfera federal uma realidade subnacional caracterizada pela boa gestão das contas de diversos governos e que não expressa subserviência a ideologias - passa pela tradição de bons governos tucanos em São Paulo e pela mudança pela qual está passando Alagoas sob a gestão emedebista; vai desde Goiás, comandada pelo DEM, até governos do PT na Bahia, no Ceará e no Piauí.

  • Glauber Rocha, bárbaro e barroco

    O Globo, em 05/12/2021

    Glauber Rocha não foi apenas um de nossos maiores artistas, pensadores e cineastas nos anos 1960 e 1970, como também um dos mais competentes revolucionários do cinema mundial. Se seus filmes e textos começaram por surpreender e encantar os brasileiros, sobretudo os mais jovens, terminaram por contribuir de maneira decisiva na grande transformação que o cinema conheceu em seu tempo.

    Glauber foi uma fonte de energia indispensável naquela revolução cultural. Documentos e declarações, assim como os próprios filmes, por exemplo, de Martin Scorsese, Bernardo Bertolucci ou Jean-Marie Straub, cineastas tão diferentes entre si, trabalhando como tantos outros em tão diferentes níveis, dão testemunho do significado generoso do que Glauber filmou e disse. Todos eles se tornaram devedores do que leram, ouviram e viram desse gênio brasileiro.

  • Glauber Rocha, bárbaro e barroco

    O Globo, em 05/12/2021

    Glauber Rocha não foi apenas um de nossos maiores artistas, pensadores e cineastas nos anos 1960 e 1970, como também um dos mais competentes revolucionários do cinema mundial. Se seus filmes e textos começaram por surpreender e encantar os brasileiros, sobretudo os mais jovens, terminaram por contribuir de maneira decisiva na grande transformação que o cinema conheceu em seu tempo.

    Glauber foi uma fonte de energia indispensável naquela revolução cultural. Documentos e declarações, assim como os próprios filmes, por exemplo, de Martin Scorsese, Bernardo Bertolucci ou Jean-Marie Straub, cineastas tão diferentes entre si, trabalhando como tantos outros em tão diferentes níveis, dão testemunho do significado generoso do que Glauber filmou e disse. Todos eles se tornaram devedores do que leram, ouviram e viram desse gênio brasileiro.

  • A habilidade de Moro

    O Globo, em 02/12/2021

    Não há mais a menor dúvida de que o surgimento de Sergio Moro como pré-candidato à Presidência da República pelo Podemos provocou, no mínimo, um toque de alerta nos até agora favoritos, o ex- presidente Lula e o presidente Bolsonaro. Os dois se preparam para lutar entre si, cada um achando que o outro é o adversário mais fácil de ser derrotado.

    Basta ver que tanto petistas quanto bolsonaristas escolheram Moro como alvo principal da campanha que finge não ter começado ainda, mas está a pleno vapor, comendo etapas num processo acelerado. O PT começou um movimento para garantir a eleição de Lula no primeiro turno, igualando Moro a Bolsonaro, e aí mora o perigo.

  • À espera de punição

    O Globo, em 30/11/2021

    Apesar das cobranças feitas por Defensoria Pública, Anistia Internacional, Supremo Tribunal Federal e ONU, nenhuma investigação consequente foi realizada sobre as incursões policiais que resultaram nas chacinas ocorridas nos últimos seis meses na favela do Jacarezinho e no Complexo do Salgueiro, em São Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio de Janeiro. Entre as autoridades que se indignaram com essas operações armadas e exigem punição dos culpados na forma da lei, estão a antropóloga Jacqueline Muniz, especialista em segurança pública, que as classificou de desastrosas.

  • Fato novo

    O Globo, em 30/11/2021

    O que parecia apenas um balão de ensaio está se transformando em fato político relevante. Ao abrir caminho para aceitar ser vice-presidente na chapa de Lula, o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin não apenas se vinga de seu arqui-inimigo João Doria, como permite que Lula dê a guinada para o centro que era esperada e parecia ter sido superada pela ala radical do PT que defende ditaduras como as de Maduro na Venezuela e Ortega na Nicarágua.

  • Espaço para a 3ª Via

    O Globo, em 28/11/2021

    Com a disputa pela presidência da República em processo acelerado, que começou na verdade há mais tempo, provocado pelo próprio Bolsonaro, que ganhou a eleição prometendo acabar com a reeleição e saiu das urnas já candidato a ela, é importante ter um olho no futuro para avaliar os diversos cenários em que nos moveremos  daqui a um ano.

  • A descoberta do caju

    Folha de S. Paulo, em 28/11/2021

    Quando cheguei ao Santo Orégano, na Praia do Riacho Doce, em Maceió, vi que o “velho” Prata, como seu filho Antonio o designa, apesar de ele ter dez anos menos do que eu, veio com um sorriso e uma fruta na mão. Prata ou Pratinha, fizemos carreiras paralelas, invejei quando ele se tornou telenovelista. Cronistas somos. Em um momento namoramos a mesma mulher. Coisas passadas.

  • Brecha na polarização

    O Globo, em 25/11/2021

    Nos tempos pré-internet, eram três os pilares das “estruturas de poder” que viabilizavam uma disputa eleitoral exitosa para presidente da República: as oligarquias nos grotões, os pastores pentecostais e políticos populistas na periferia e a classe média urbana escolarizada. Esses grupos influenciavam as eleições desde a redemocratização, e foi por isso que Fernando Henrique procurou o PFL, não apenas para governar, mas para vencer a eleição, pois o partido era formado pelas oligarquias nos grotões.

  • Refém do Congresso

    O Globo, em 23/11/2021

    O presidente Bolsonaro chegou a uma encruzilhada na sua relação com a base parlamentar, em especial com os partidos do Centrão, mas também com o PSD de Gilberto Kassab, que trabalha para montar um partido tão forte que seja impossível igno-rá-lo na composição de um futuro governo, que, ele garante, não será de Bolsonaro.

  • Modelo conexionista para a educação

    Folha de S. Paulo, em 23/11/2021

    Os números com os quais a humanidade lida, atualmente, são todos astronômicos. E as consequências não podem deixar de ser igualmente espetaculares. Quando falhou, no dia 4 de outubro, o acesso às redes sociais (Facebook, Instagram e WhatsApp), 2 bilhões de pessoas deixaram de utilizar esses serviços, num prejuízo verdadeiramente inacreditável.

  • O STF e a transparência do Orçamento

    O Estado de S. Paulo , em 21/11/2021

    A transparência do processo orçamentário, que diz respeito à aplicação de recursos financeiros do Estado, está na ordem do dia do debate político. Sua prática vem sendo questionada em razão dos procedimentos das emendas do relator-geral do Orçamento no Congresso e das implicações, não republicanas, do seu sigiloso uso político para a obtenção, em conjugação com o Executivo, de apoio parlamentar.

  • A diversidade da ABL

    O Globo, em 21/11/2021

    As últimas três semanas culturais foram dominadas pelas eleições para a Academia Brasileira de Letras, exemplares da diversidade cultural da sociedade brasileira, que a ABL sempre procurou espelhar. Desde sua fundação, que no próximo ano fará 125 anos, a ABL definiu-se como uma agremiação dos “notáveis”, não apenas de literatos, assim como a Academia Francesa.