Apesar das cobranças feitas por Defensoria Pública, Anistia Internacional, Supremo Tribunal Federal e ONU, nenhuma investigação consequente foi realizada sobre as incursões policiais que resultaram nas chacinas ocorridas nos últimos seis meses na favela do Jacarezinho e no Complexo do Salgueiro, em São Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio de Janeiro. Entre as autoridades que se indignaram com essas operações armadas e exigem punição dos culpados na forma da lei, estão a antropóloga Jacqueline Muniz, especialista em segurança pública, que as classificou de desastrosas.
O 'Fantástico', da TV Globo, teve acesso aos registros da ocorrência no Salgueiro mostrando que os policiais fizeram mais de 1.500 disparos, um tiro a cada minuto numa ação que durou 35 horas e deixou nove mortos.
Em outro registro, um policial civil afirmou que só soube dos corpos encontrados num manguezal 13 horas depois do fim da operação e que os moradores apontavam os policiais militares como executores, em vingança pela morte de um colega.
Também a Associação Brasileira de Imprensa não se omitiu. Ao contrário, manifestou sua enérgica posição. 'O senhor deseja ficar marcado como o chefe de um governo de chacinas?',
perguntou em carta aberta assinada por seu presidente, Paulo Jeronimo. Dirigido ao governador do estado, Cláudio Castro, o documento não deixava dúvida: 'De duas, uma: ou o senhor é conivente com as chacinas que vêm se sucedendo, ou não tem controle sobre sua polícia'.
'Qualquer que seja o caso, a situação é gravíssima', continuava o texto. A ABI alertava ainda que não aceitará passivamente que as vidas de moradores de comunidades pobres não tenham qualquer valor para as autoridades. Do alto de seus 113 anos de existência e de luta em defesa da democracia, a entidade exige uma rigorosa apuração desses crimes e a punição dos culpados na forma da lei.
Nenhuma investigação consequente foi realizada sobre as incursões policiais que resultaram nas chacinas ocorridas nos últimos meses
'Poesia numa hora dessas?!', perguntou em livro o grande Verissimo diante de uma situação adversa. Meu neto caçula, Eric, de9anos, cuja veia poética é dele próprio, não herança de família, responde aqui com o poema intitulado 'Que poeta eu sou?'.
'Que poeta eu sou
Sem poesia
Para fazer?
Que poeta eu sou
Sem um
Lugar de lazer?
Minha imaginação
Está sem compilação. '