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Artigos

  • Três abraços

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 23/11/2004

    Gostaria de mandar três abraços afetuosos e especiais. O primeiro ao Carlos Lessa, que acaba de ser demitido porque contestou os rumos do governo para o qual foi convidado. Ele tinha esperanças numa equipe presidida por Lula. Lutou contra a maré, denunciou a traição das promessas feitas durante a última campanha eleitoral. Defendeu os valores que o tornaram um dos intelectuais mais brilhantes do nosso tempo. Foi fritado e demitido.

  • Celso Furtado

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 22/11/2004

    Na última quinta-feira, tive de sair mais cedo para ir ao médico. Ao me despedir de Celso Furtado, ele me tomou as mãos e perguntou como ia minha saúde. Agradeceu as palavras que, durante a sessão, foram ditas a respeito de seu artigo (que seria o último), publicado na véspera, no "Jornal do Brasil".

  • Um filme por dia

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 20/11/2004

    Antônio Augusto Moniz Vianna, ou mais simplesmente Moniz Vianna, foi mestre, guru e, como hoje se diz, ícone de toda uma geração, não apenas em matéria de cinema mas de cultura em geral.

  • Indenizações

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 18/11/2004

    O deputado José Genoino declarou ter desistido da indenização que havia postulado à Comissão de Anistia. Ficou sabendo que receberia R$ 60 mil, o que é pouco para quem lutou na guerrilha do Araguaia.

  • Chuva no molhado

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 17/11/2004

    Pode parecer simpática a idéia do governo de criar locais especiais e seguros para os dependentes de droga, evitando o risco de seringas contaminadas e outros perigos que cercam a "dependência" - inclusive prestando uma assistência médica adequada.

  • Queimando etapas

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 15/11/2004

    Preciso ir a Copacabana, tomo a direção do túnel velho. Passo pela Real Grandeza, olho as capelas do cemitério São João Batista. Enfadados, alguns homens espiam a rua, dando as costas para seus respectivos defuntos.

  • O herói e o vilão

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 13/11/2004

    Arafat foi um dos heróis do nosso tempo. A afirmação é polêmica, como quase tudo na vida. Foi um terrorista, entrou no plenário da ONU com dois revólveres na cintura, um vilão de faroeste. O regimento daquele organismo internacional proíbe armas no recinto destinado a promover e a garantir a paz no mundo.

  • O chá das peruas

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 11/11/2004

    Primeira impressão: a de entrar num galinheiro de luxo, ou melhor, num perueiro. As mesas estavam ocupadas por assanhada fauna de peruas, senhoras entre 45 e 65 anos, maquiadas para a ocasião, vestidas e calçadas para a ocasião. Ao contrário do ladrão, que é feito pela ocasião, a perua é que faz a ocasião.

  • Rio - Bagdá

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 10/11/2004

    O governo dos Estados Unidos, preocupado com a saúde e o bem-estar de suas autoridades e de seus cidadãos em geral, na semana passada iniciou uma campanha humanitária aconselhando os norte-americanos a evitarem o Rio de Janeiro, onde a segurança é problemática. Para consolidar os bons propósitos, divulga cenas do último arrastão no Leblon e publica estatísticas e depoimentos de estrangeiros que aqui sofreram algum tipo de violência ou constrangimento.

  • Termômetro e febre

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 09/11/2004

    Costumo dizer que nada entendo de política. E acrescento: nada entendo de administração e de quase tudo neste mundo. Mas vejo com receio a substituição do ministro da Defesa, ainda no rescaldo da pequena, mas significante, crise com os militares na semana em que foram divulgadas as fotos de um dos torturados do regime de 1964.

  • Os chapéus e a fome

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 08/11/2004

    Dentre os muitos chapéus, bonés, gorros, casquetes, capacetes e cocares que Lula tem posto na cabeça, o que lhe caiu melhor, com mais naturalidade e com maior significado, foi o chapéu branco com fita azul da Velha Guarda da Portela, por ocasião da reunião do Grupo do Rio.

  • O império contra-ataca

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 06/11/2004

    Argemiro Ferreira acompanhou quatro eleições presidenciais nos Estados Unidos e, pouco antes do último pleito, publicou um livro, "O Império Contra-ataca" (Paz e Terra), analisando o cenário político e social daquilo que alguns comentaristas chamam de "nosso irmão do Norte".

  • Guerras e guerrilhas

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 04/11/2004

    Com exceção de alguns militares, acho que ninguém discorda da necessidade de abrir os arquivos que o governo guarda até hoje sobre a repressão aos movimentos guerrilheiros, sobretudo os da região do Araguaia. Não há por onde temer qualquer revanchismo, uma vez que os heróis e bandidos, segundo a avaliação individual de cada um de nós, em sua maioria estão mortos, desaparecidos ou desativados.

  • O coreto eleitoral

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 03/11/2004

    Com a habitual ignorância dos fatos políticos, ouso comentar as eleições para prefeito do último domingo. Tudo bem. Acho que não houve surpresas. Em linhas gerais, as pesquisas do eleitorado foram confirmadas, com três pontos para mais ou para menos, conforme é de praxe.

  • Torcer errado

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 01/11/2004

    "Quero ver sangue!" Num filme dos anos 60, há uma luta de boxe e um dos assistentes, mamando um charuto apagado, dá esse grito em direção ao ringue. Não sei se foi para fazer a vontade do cara, um dos pugilistas de repente começa a sangrar no rosto. Com aquela luva que parece uma pata com elefantíase, o desgraçado tira o sangue dos olhos. Logo recebe outro soco e cai. O juiz conta até dez, levanta o braço do vencedor, a platéia urra de gozo.