Criminalidade crescente
Fomos, eu e o professor Miguel Reale Júnior, fazer conferências políticas, cada um para um partido, em Piracicaba, na Universidade Metodista.
Fomos, eu e o professor Miguel Reale Júnior, fazer conferências políticas, cada um para um partido, em Piracicaba, na Universidade Metodista.
Tem justificativa a vitória do Não no referendo de domingo.
O Japão está deixando sepultada no passado a cachação aplicada à sua economia por uma crise inesperada e indesejada. Consideram os comentaristas das suas conjunturas que o pesadelo de alguns anos se dissolveu como fumaça, deixando, embora, lições a serem observadas e eventualmente seguidas.
Quem conhece a história da Revolução Francesa sabe que foi no Jeu de Paumes que surgiram as Assembléias Deliberativas, vigentes até hoje na organização política de todas as nações.
O professor Miguel Reale, meu velho amigo e bi-confrade na Academia Brasileira de Letras e na Academia Paulista de Letras, e companheiro no Instituto Brasileiro de Filosofia, do qual é o fundador, advertiu, em artigo publicado pela revista Digesto Econômico , aos seus inúmeros leitores, para um crime político em processo, como o crime praticado pelo Partido Comunista na extinta União Soviética, pelo nazismo na Alemanha e pelo fascismo na Itália.
As crises políticas que têm marcado nossa história são brasa dormida para queimar, como marcam a história na maioria dos países. É próprio do homem conviver com crises e delas tirar lições de conduta.
Paris, 3 de Outubro. O que impressiona nos quadros políticos da França é a formação cultural da quase totalidade dos membros da Assembléia Nacional e do Senado da República. É comum na relação de nomes dos representantes com assento nas duas câmaras ver os títulos de que são possuidores. Como Giscard D’ Estaing, que tem cinco títulos, Chirac, com três e Mitterrand, que também tinha três. Portanto, um país onde as câmaras de representação popular são constituídas de pessoas altamente dotadas de ciências e letras, que as habilitam conhecer em profundidade os problemas nacionais e internacionais relacionados à França.
Os franceses já estão se preparando para a sucessão presidencial de Jacques Chirac. Dois candidatos disputam a corrida eleitoral, o próprio Chirac, que acaba de sofrer um infarto, e Nicolás Sarkozy. Chirac é conhecido, é um velho palmilhador de caminhos políticos, uns ásperos e outros suaves. Nicolás Sarkozy é descendente de húngaros, pelo que li em sua breve biografia. Tornou-se, de repente, o querido dos meios de comunicação e em todas as sondagens de opinião ele vem em primeiro lugar. Está agora num ministério que tem sob sua responsabilidade a polícia e onde pode sobressair ainda mais. Não será exagero de minha parte prever o seu sucesso eleitoral.
Direto ao alvo, como lhe convinha, foi o ministro Roberto Rodrigues. Taxativamente afirmou, coberto de razão: " Ou o Brasil mata a aftosa ou a aftosa mata o Brasil ".
Paris, 25 de Setembro. Viajei à Paris, ou me decidi por uma viagem e escolhi Paris a conselho dos médicos, que me trataram a depressão resultante do dramático mês de dezembro do ano passado, quando minha esposa entrou em fase agônica e veio a falecer.
Tirei duas semanas de férias para ir espairecer em Paris e na Cote D’Azur, das quais guardo as melhores recordações. Paris estava deliciosamente linda, e, como escreveu Hemingway, uma festa para os olhos e para o paladar, para os sentimentos estéticos e sobretudo para o bom gosto. De Paris fui à Cote D’Azur, que freqüentei com minha mulher durante trinta anos, e senti a beleza do Mediterrâneo, o glorioso mar de Ulysses e de São Paulo.
Assentado que os partidos são instrumentos de governo, conclui-se que são necessários. Mas, como disse Maurice Duverger, os partidos são recentes na história política mundial. E no Brasil foram instituídos no Império.
Comentei há dias o "fico" de Dom Pedro, príncipe regente, quando os patriotas o procuraram para solicitar-lhe que ficasse no Brasil. O príncipe ficou e proferiu o famoso "fico", por mim citado recentemente, pois o presidente Lula da Silva, ao que parece, vai ficar. E comentei o "fico" de Severino Cavalcanti, que pelo visto não tinha consistência, pois o ex-presidente da Câmara dos Deputados não ficou: teve morte política.
Deixo logo dito que a distância entre o PRP e o PT, do título acima, é maior do que a distância das galáxias universais.
Na última sexta-feira fui assistir na sala do Conselho Universitário da USP à justa homenagem que receberam o professor Alberto Ferreira de Castro e os engenheiros Antônio Ermírio de Moraes e Olavo Setúbal, como "batalhadores do desenvolvimento".