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Artigos

  • A burocracia madrinha da corrupção

    Deparamos, no clima eleitoral que se aproxima, o fenômeno novo da burocratização das punições políticas, nitidamente a favor do situacionismo. A demora de seu desfecho aí está, frente às comissões parlamentares de inquérito, exaurindo a expectativa dos corretivos. Essa decepção, que corre paralelamente ao cansaço do protesto das ruas, gera um anticlímax crescente para qualquer virada do status quo.

  • Democracia e terrorismo

    2014 vem revelando uma crescente perda de controle da União Europeia no tocante à conjunção entre progresso mundial, advento da democracia e respeito aos direitos humanos na plataforma final das Nações Unidas. Desfazem-se as expectativas de avanço do Velho Continente como mediador desses avanços no quadro da globalização.

  • No império do anticlímax

    A previsão mais provável, daqui até as eleições, parece o de um anticlímax a perseguir as candidaturas. E, de saída, pela ameaça das contradições nas campanhas oposicionistas e, em especial, por uma tensão interna que ora surge entre as propostas do PSB e as da Rede. Tal, inclusive, na criação de um contraponto dos seus responsáveis pela pregação temática, a indicar a pressão latente nos caminhos da opção à esquerda contra o status quo. Qual a expectativa de normalização na frente comum e em que medida o maior rigor socialista de Campos enfrentará o ideário utópico do discurso de Marina?

  • Oposição e crise da diferença

    O primeiro debate da campanha presidencial levou os candidatos oposicionistas à busca de um não-confronto, na afirmação das sinergias entre o PSDB e o PSB. Depara-se a extrema parcimônia das propostas no que diz respeito ao âmago mesmo de um programa de mudança, frente ao Planalto. Nessa cautela, Aécio pôde, inclusive, assentar-se no esforço de consolidação de sua credibilidade, furtando-se a citar números para a reforma tributária, na ausência de dados financeiros. Declarou não dispor, ainda, de uma régua para a sua avaliação. Campos, por outro lado, descartou qualquer medida de impacto imediato sobre a situação fiscal do país, estendendo-se sobre a visão de uma efetiva reforma tributária, a não se poder completar em menos de oito anos, na sua proposta por setores e níveis cuidadosos de reajuste.

  • Cidadania e voto obrigatório

    As pesquisas sobre a rejeição ao voto obrigatório evidenciam um claro racha da consciência nacional. O Brasil de cima, por força, vê no voto obrigatório a arma do país da marginalidade social, para vencer o nosso status quo de sempre. Mas é significativo, também, que não se veja uma arregimentação maciça do outro lado, a  entender que o voto compulsório é condição sine qua non da mudança.

  • Cidadania e direito à morte digna

    O recente levantamento, pelas Nações Unidas, quanto ao avanço da democracia contemporânea concentra-se no aperfeiçoamento da defesa dos Direitos Humanos. No quadro mundial, essas conquistas enfrentam, fora do Ocidente, a poligamia e a mutilação ritual como manifestação das culturas, no seu direito à diferença, internacionalmente reconhecido. No caso brasileiro, realçou-se a nossa antecipação no reconhecimento constitucional do direito à morte digna.

  • O povo não saiu da praça

    Os protestos de 2013 para cá marcaram, irreversivelmente, uma tomada de consciência e uma cobrança dos poderes públicos quanto à melhoria de direitos sociais do nosso tempo. Mas o primeiro balanço dessas respostas fica  longe, ainda, da expectativa do “povo na praça” e de sua possível e imprevisível recrudescência. Demoram, ainda, o reclame elementar do Passe Livre  e o entendimento da corrupção como crime hediondo. O grande avanço, entretanto, foi o da redução das muitas facetas do privilégio parlamentar, sobretudo, o dos votos secretos nas condenações dos colegas pelos seus pares no Legislativo. Perguntar-se-ia, ao mesmo tempo, se mantêm as forças  da ida à rua, ou do “povo na praça”, ou se já grassa o seu cansaço. Enquanto isso, os Black Blocs transformam essas reuniões em estritos espetáculos de violência intransitiva. Paralelamente, uma maturação da consciência cívica parece eclodir, agora, no clamor contra as despesas com a Copa, frente ao que poderia ser um enorme reforço dos dinheiros públicos para a  educação, a saúde e o bem-estar social. Perguntar-se-ia, ainda, se essa disseminação generalizada das greves dos últimos semestres representa o confronto de força, no estrito âmbito do trabalho e do capital, e já a cobrar a presença do subsídio público na composição dessas diferenças. Ou se emerge, de vez, o imperativo da redistribuição fiscal e da melhoria da renda do país, mal egressa, ainda, da marginalidade social.

  • A Copa do êxodo europeu

    Qual a consciência cívica brotada, de fato, dos jogos da Copa? A irradiação do canto dos hinos a cappella surge quase como uma explosão da hora, diante das expectativas em campo. Mesmo porque a nacionalidade das equipes se perde diante da familiaridade internacional dos jogadores, na sua maciça maioria pertencendo aos superclubes mundiais. E é mínimo o de protagonistas vindos da própria pátria. Somente a Rússia tem time jogando todo na terra.