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Artigos

  • Quem manda em quem

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 01/06/2005

    De uns tempos para cá, tenho lido e ouvido em diferentes jornais, rádios e TVs que, embora a imprensa escrita funcione hoje como a prima pobre da comunicação, é ela que afinal determina a pauta do que o rádio e a TV vão fazer. Numa palavra: o jornal impresso seria responsável pela agenda dos demais veículos que informam e formam a opinião da sociedade.

  • Mancha

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 31/05/2005

    Seria bom se não fosse verdade. De um ser humano, tudo se espera e, na atual fase da sociedade em que vivemos, o que se espera de pior acaba acontecendo.

  • Mata e esfola

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 29/05/2005

    Recebo e-mail de um leitor, com a cópia da mensagem que enviou a um colunista da Folha, um dos mais ilustres, lidos e respeitados do país (evidente que não sou eu). O leitor reclama dele as restrições que faz ao governo Lula, atribuindo-lhe uma ligação inexistente com o governo do ex-presidente FHC, ligação que explicaria suas críticas ao atual governo.

  • Abusos do poder

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 28/05/2005

    Não espero muita coisa da CPI que acaba de ser aprovada para apurar o escândalo dos Correios. Primeiro, porque os escândalos deixaram de ser pontuais, criaram uma metástase no organismo nacional, não adianta extirpar um tumor aqui porque há outros ali, em diferentes órgãos, alguns detectados, outros crescendo na sombra.

  • Que sociedade?

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 26/05/2005

    Não sei não, mas, pelo que se vê e se ouve por aí, a impressão é a de que o Estado não mais representa o povo. A constatação foi feita, recentemente, por Mauro Santayana, no "JB". E ele disse mais: o Estado é uma empresa em falência com os sócios disputando o que resta.De uma forma menos lúcida, o mesmo pensamento rola em editoriais, em colunas -especializadas ou não-, em debates e em mesas redondas na TV, onde nem mais aparece a mesa, que, redonda ou quadrada, foi abolida pelos cenógrafos.

  • Baixo astral

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 25/05/2005

    Nos últimos meses, a rigor desde o segundo mandato de FHC, o principal assunto que canaliza denúncias, cóleras, frustrações e desculpas é a corrupção -em suas diferentes modalidades. Se formos medir em centímetros quadrados de papel o que se publica atualmente, o tema ganha disparado de qualquer outro. Por um motivo simples: não há outro assunto que faça a sociedade discutir, aprovando ou recusando o que diariamente é revelado na vida nacional.Não adianta argumentar que a corrupção é antiga, vem lá de trás, da mais remota Antiguidade, e foi comum a todas as civilizações que se sucederam no palco da história. Acontece que, ao lado da corrupção, coisas importantes foram realizadas, e o mundo rolou para a frente. Só para dar um exemplo: no tempo de Napoleão, havia corrupção em tudo, mas os ideais da Revolução Francesa se expandiram, houve o Código Civil.

  • Cachorro atropelado

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 24/05/2005

    Na semana passada, comentei a sentença de uma juíza que tornou inelegível um dos pré-candidatos à próxima sucessão presidencial. Não entrei no mérito da questão. Não censurei a sentença em si, que pode ser derrubada em instância superior. Dei de barato que a juíza se apoiou em fatos provados ou supostos. Não compete ao jornalista nem ao Estado exercer qualquer tipo de censura.

  • Caras e caras

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 23/05/2005

    Já foi o tempo em que "governar era abrir estradas". De Washington Luiz, autor da frase, a Lula, autor de outra frase -"olhem para minha cara e vejam se estou preocupado"-, as coisas mudaram, acho que para pior.

  • O penico de Napoleão

    Folha de São Paulo (Rio de Janeiro), em 22/05/2005

    Como qualquer mortal, ou mesmo imortal, volta e meia questiono meus conceitos e atitudes. Ultimamente, olhando tudo em conjunto, o que fiz de ruim e deixei de fazer de bom, tenho vontade de subir à montanha e pedir clemência, implorar o perdão de todos.

  • A justiça é cega

    Folha de São Paulo (Rio de Janeiro), em 21/05/2005

    Alguma coisa de ruim estava para acontecer na vida e naquela manhã de Leopoldo Quintães, escrivão-substituto da 42ª Vara Cível da Comarca do Rio de Janeiro. Como sempre fazia, chegou cedo ao fórum na rua Dom Manuel, cumprimentou o porteiro e o ascensorista, subiu ao 9º andar, cumprimentou o faxineiro que espanava a pilha de processos que seriam despachados, à tarde, pelo juiz titular da vara, Hugo Backer.

  • Um chope e dois pastel

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 20/05/2005

    Nas três operações da mente definidas pela lógica de Aristóteles, a simples apreensão é comum a todos os animais, inclusive e obviamente ao homem. Vem, depois, o juízo, ou seja, a faculdade de emitir submete a apreensão ao juízo e daí resulta o raciocínio, que deu ao homem a faculdade, tornada necessidade, de se expressar. Fruto da apreensão, do juízo e do raciocínio, o homem logo desenvolveu a articulação verbal para denominar a apreensão, desenvolver o juízo e expressar o raciocínio.

  • Sentenças e palpites

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 19/05/2005

    Mania nova que está sendo adotada sobretudo por juízes de primeira instância: dar palpites que nada têm com os autos, fazendo discursos paralelos e até panfletos a pretexto de julgarem ações que entram na Justiça por supostos ou por provados crimes eleitorais.

  • As causas da esquerda

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 18/05/2005

    Nunca li nem perdi tempo pensando em Tom Wolfe, que andou por aqui durante a Bienal do Livro, da qual não fiz parte por motivos de saúde. Mas, num jantar no bonito apartamento do Paulo Rocco, presidente do Sindicato Nacional dos Editores e Livreiros, o encontrei com seu elegante terno claro, contrastando com a roupa escura dos demais convidados. É magro e tem o rosto bastante enrugado, do contrário poderia parecer o Robert Redford quando faz filme baseado em romance de Scott Fitzgerald.

  • A amante das letras

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 17/05/2005

    Merecidíssimo o Prêmio Camões dado, neste ano, a Lygia Fagundes Telles. E olha que tenho convivido com gente que transita, e bem, nos diversos gêneros da literatura, desde a clara e saborosa literatura infantil ao ensaio mais denso, impenetrável.

  • A vida breve

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 16/05/2005

    Mais uma vez, comissão de artistas vai ao governo pedir providências contra a falta de atenção e incentivos à cultura, prometidos durante as campanhas eleitorais, quase que de porta em porta, e esquecidos ou simplesmente negados durante o mandato de cada grupo que chega ao poder.