espingarda para matar búfalo na curva
O táxi estava parado no ponto da rua do Catete.
O táxi estava parado no ponto da rua do Catete.
Estava em Salzburgo, acompanhando o festival que lá se realiza, peguei o carro, atravessei a fronteira da Áustria com a Alemanha e dei um pulo em Obersalzberg. Queria ver a formidável montanha Untersberg, famosa nas sagas germânicas. Uma lenda garante que nas suas entranhas, no seu ventre de pedra e neve, o imperador Frederico 1º ali está dormindo o seu sono de muitos séculos.
Pesquisa feita no início da última semana parece que surpreendeu a mídia em geral e a classe política em particular. Revelava que os escândalos causadores do trauma nacional não haviam afetado a imagem do presidente da República. Pelo contrário: ela crescera na estima e aprovação do eleitorado.
Deixando de lado as miudezas dos escândalos que traumatizam a vida nacional, é hora de fazer um balanço, ainda que provisório, do governo de Lula e do PT, com a perspectiva de dois anos e meio de um mandato de quatro -o que já é bastante.
No programa "Liberdade de Expressão", da CBN, perguntaram-me se eu não ficara surpreendido ou chocado com o carro que deram a um tal de Silvio, funcionário do PT. Um presente na base dos R$70 mil. Informaram-me que a nação ficou estarrecida com a generosidade da empresa e com o mérito do funcionário petista, que fez por onde ganhar tal e tamanho reconhecimento. Respondi que não. Era um problema interno da empresa e do funcionário. Dá e recebe quem quer e pode. Eu nunca ouvira falar nesse tal Silvio, como nunca ouvira falar em Delúbio, Valério "et caterva".
Li por aí que o senador Delcídio Amaral passou um dia inteiro selecionando denúncias que chegam à CPI dos Correios, a maioria delas vinda de anônimos que aproveitam a confusão para acusar desafetos políticos ou profissionais.
1) O japonês Takaru Kobayasho comeu 49 cachorros-quentes em 12 minutos e venceu pela 5ª vez a tradicional disputa em Nova York.
Vê a tarde cair lá fora e pensa: "É a última tarde, o último sol. Amanhã, quando novo sol passar pelo céu, estarei mergulhado nesta noite que agora começa para todos, depois surgirá um novo amanhã, mas para mim a noite continuará a ser noite, noite da qual não sairei, a minha noite".A confusão que já não pode controlar é cada vez maior e projeta, na memória cansada, o verso que Racine botou na boca de um personagem que ia ser sacrificado: "Soleil, je te viens voir pour la dernière fois!". O francês parece macarrônico, mas é de Racine mesmo.
Há mais de um mês, a mídia vem se dedicando aos escândalos provocados pelo PT, escândalos provados e não supostos, mas com supostas responsabilidades e supostas tramas. Um barulho real que não é suposto mas que talvez resulte num suposto nada.
Tem a palavra o nobre deputado João Pederneiras Trancoso, que disporá de dez minutos para inquirir a testemunha.
A decantada estabilidade financeira, peça de resistência do atual governo, tem alguma analogia com a paridade cambial mantida a alto custo pela primeira gestão de FHC. No atual furacão em que PT e Lula estão sendo arrastados, sempre há o argumento redentor: a economia vai bem, as contas estão equilibradas, a confiança internacional garantida.
No último sábado, em palestra promovida pela Clam, abordei a crise política que engolfou o governo e o partido do qual se originou. Pessoalmente, embora não descarte o imponderável, acredito que ela ficará mais ou menos no nível em que se encontra, com novas revelações que assombrarão a sociedade, mas circunscritas aos elementos que nela já estão comprometidos.
Acredito que ninguém mais duvide da existência do "mensalão". A CPI vai apurar apenas os detalhes do escândalo: quem pagou, quem recebia, quando e quanto.
Lulistas radicais começam a armar a teoria da conspiração das elites contra o governo do PT inconformadas com a subida ao poder de um operário, um homem saído das camadas mais pobres da população.
Aos 22 anos, Aparecida Menezes era uma jovem mais feia do que bonita, mas todos concordavam que ainda valia a pena. Tanto valia a pena que um coletor federal de 62 anos, confessando que perdera a cabeça, deixou mulher e prole em Madureira e fugiu com Aparecida para Cabo Frio, que era então uma cidade quase deserta.