Vive la France!
Prefiro Ségolène à Sarkozy. Desde a Terceira República não há mulheres no governo francês.
Digesto econômico
O Brasil é um problema. Não vejo como minha geração tem ainda forças para resolvê-lo a contento.
A vitória de Sarkozy
A vitória de Sarkozy não surpreendeu. Esperemos que a França encontre o seu rumo.
O ultimato da Petrobras
A Petrobras tomou uma decisão que já tardava. Vamos continuar na mesma política, sem ameaças, mas sem fraquezas, como deve agir uma potência.
A visita do Papa
O papa encontra aqui vários problemas, que serão estudados segundo a doutrina católica ortodoxa.
O problema etanol
A produção de etanol é uma das preocupações dos países desenvolvidos, ou mesmo em fase de desenvolvimento. É um combustível que pode atender a demanda em grande parte de sua produção, ficando o resíduo à disposição de eventuais consumidores heterodoxos. É, portanto, uma solução com uma nota diferente, que se lhe deve colocar para atender ao consumo.
400 anos de atraso
Quem acompanha os trabalhos científicos brasileiros sabe que foi o professor Carlos Chagas quem descobriu o veneno transmitido pela picada do Barbeiro, habitante das casas de taipa. O professor Carlos Chagas estudou o primeiro bicho-barbeiro por ele selecionado e verificou o positivo contágio que pode levar o paciente à morte, se não for tratado a tempo.
A mãe de Silas
Já dediquei artigo anterior a Silas Rondeau. Neste artigo me dedico a homenagear a sua mãe. Pensem bem os leitores: uma senhora pacata, de 80 anos, ocupada com o lar e com sua família, resolve aconselhar seu filho, o ilustre ex-ministro de Minas e Energia Silas Rondeau, para que saísse da política e voltasse à vida particular, na qual ganhou nome e bem-estar. A senhora Rondeau usou o clássico instinto feminino e logo que assistiu à reportagem do Fantástico no último domingo tratou de ligar para o filho, aconselhando-o a deixar o cargo, que os dejetos políticos já haviam chegado a seu ministério. Transmitiu a Silas o seu conselho de mãe, exclusivamente interessada no destino dele. A mãe viu, apenas, o destino do filho em perigo e tratou logo de alertá-lo, para que ele tivesse mais uma opinião a seu favor e com ela abrisse caminho para o retorno à vida particular e aos seus negócios de técnico em mineração.
Por que os bingos?
Leio num dos jornais paulistanos que o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu dar à União o poder de autorizar o funcionamento dos bingos. É lamentável. Os bingos podem, no máximo, criar alguns empregos e não facilitam o desenvolvimento das regiões onde funcionam. Bingo é jogo de azar e "come" a renda dos menos favorecidos, que ali procuram ganhar reforço orçamentário que os ajude a manter a casa.
A berlinda de Renan
É incontestável, para os estudiosos, que as instituições políticas brasileira decaíram muito na representação de seus membros, incluindo entre elas o Senado Federal, que já foi a Casa que abrigou as mais altas figuras na militância política e administrativa. Quem leu, como eu, O Senado do Império, do saudoso Afonso de Taunay, fica desencantado. O presidente do Senado, Renan Calheiros, não fez por menos ao rebaixar ainda mais a Casa onde exerce o mandato parlamentar, levando ao plenário a esposa, para tornar mais dramática a sessão senatorial em que tudo fez para provar a sua inocência. Mas ele mesmo admitiu não ter provas de ter dado o dinheiro e é por esse motivo que será investigado.
Greve na USP
A rigor, e em último caso, deve-se admitir greve na USP, de alunos contra professores. O sistema pedagógico obriga o bom entendimento entre estudantes e professores, mas não é o que estamos observando entre as categorias docente e discente da universidade. Os alunos da USP são portadores de diplomas altamente requisitados nos campos do trabalho e da pesquisa, e isso não permite interrupções prolongadas no campus universitário. Não é, no entanto, o que se verifica no campus da USP, há já alguns anos com greves seguidas e prolongadas paralisações , interrompendo, assim, o trabalho construtivo dos alunos de cursos superiores da mais alta categoria universitária.
O sigilo e a PF
Quem teve interesse nos seriados que o cinema levou sobre a polícia federal americana, sabe que os seus quadros, naquele país, são respeitados até mesmo pelos gângsters e pela máfia, tal a responsabilidade que reveste suas ações, num país essencialmente federativo. A polícia federal dos EUA, que foi aqui copiada, precisaria atuar com intensa pedagogia nas salas de Brasília para lecionar aos membros da PF brasileira matéria sobre como agir discreta e rigorosamente ao ser abordado por estranhos aos seus quadros. É sabido, fartamente, que no Brasil ninguém guarda segredo. Aqui, para haver segredo entre duas pessoas é preciso que uma delas morra e que a segunda não tenha a quem contá-lo. Daí que uma polícia federal copiada dos EUA, onde ela é rigorosa em seus rituais, se evapora em sua liturgia para ficar sujeita às investigações de funcionários categorizados e de sua organização.
PF e as buscas
O irmão do presidente da República, Genival Inácio da Silva, teve sua casa revistada pela Polícia Federal, que buscava elementos comprometedores de suas atividades como intermediário entre particulares e empresas federais. A polícia investiga o tráfico de influência para proteger os negociantes de caça-níqueis. Essa é uma velha história, na qual aparece um parente do presidente da República, muito próximo da possibilidade de obter vantagens do titular do poder supremo e capaz de resolver situações difíceis de um jogo proibido.