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PF e as buscas

 

O irmão do presidente da República, Genival Inácio da Silva, teve sua casa revistada pela Polícia Federal, que buscava elementos comprometedores de suas atividades como intermediário entre particulares e empresas federais. A polícia investiga o tráfico de influência para proteger os negociantes de caça-níqueis. Essa é uma velha história, na qual aparece um parente do presidente da República, muito próximo da possibilidade de obter vantagens do titular do poder supremo e capaz de resolver situações difíceis de um jogo proibido.


Não vou levar avante a indagação sobre a invasão, esse intermediário e os objetos em questão, pois não vão dar em nada, como é sabido por quem conhece o Brasil. Ao que se supõe, Lula estaria distante desse meganegócio, com o qual ele não perde tempo.


Reconheço que exercer a função de presidente da República é difícil, equivale a um andar sobre ovos sem quebrá-los e sem se sujar. Política é isso, é uma invocação de verdades, de meias verdades e meias inverdades, procurando atingir a quem está no topo, como é o caso de Lula. Quem chegou à Presidência da República tem autoridade para chamar o irmão e mandar que ele se cale e que não o comprometa.


Lula já passou por situações mais difíceis do que a atual e conseguiu se sair muito bem. Não iria, agora, afundar num pequeno lago de caça-níqueis, que a PF resolverá sem mais tardança.


Dizia Jânio Quadros, em seu linguajar típico: "A política é a arte de engolir sapos". E acrescentava: " E eu os engulo"! É por esse motivo que os mineiros são bons políticos, não fazem afirmações definitivas, deixam sempre uma saída honrosa para uma das partes em litígio.


Ficam aí essas considerações, de quem assistiu a muitas eleições e muitos votos perdidos.


Diário do Comércio (SP) 10/6/2007