Portuguese English French German Italian Russian Spanish
Início > Artigos > O ultimato da Petrobras

O ultimato da Petrobras

 

A Petrobras tomou uma decisão que já tardava. Vamos continuar na mesma política, sem ameaças, mas sem fraquezas, como deve agir uma potência.


Como se sabe, a Bolívia voltou atrás, ao Século XVIII, dirigindo-se à Petrobras como a um cliente sujeito a ideologias. A grande empresa brasileira não podia continuar sendo tratada como uma pequena empresa dependente dos trustes.


As empresas petrolíferas de todo o mundo já passaram por fases violentas, como a que está sendo aplicada na Petrobras. Foi assim no Iraque, para citar um exemplo, e tinha sido assim no Kwait e finalmente deveria ser assim na era Morales.


A Petrobras anunciou a venda de refinaria e fixou prazo de dois dias para obter resposta. É como se deve fazer com um mau vizinho, que fez tábua rasa com o passado de trabalho comum para se obter independência com o óleo e com o gás, de quem seríamos fregueses permanentes, embora já se pode falar em independência, no caso do Brasil em relação ao vizinho andino.


Tivemos sempre relações regulares com a Bolívia, procurando ser útil ao vizinho país e às suas dificuldades de vida no altiplano andino. Seria muito mais interessante para os bolivianos manterem relações cordiais com o Brasil do que partirem para agressões verbais, como se não estivéssemos dispostos a nos defender de agressões sem base nem fundamento.


Sabemos perfeitamente que a história do petróleo está marcada por lutas que acabaram em alguns casos vitoriosas e em outros, fatais. Por isso mesmo lançamo-nos na conquista do petróleo liberto de pressões exteriores.


Agora a Petrobras tomou uma decisão que, de resto, já tardava e vamos continuar na mesma política, sem ameaças, mas sem fraquezas, como age uma potência em caso semelhante.


Essa é a nossa posição, que irá até o fim sem interesse em magoar o vizinho bondoso e sem aplausos a dureza brasileira.


Diário do Comércio (SP) 9/5/2007