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Artigos

  • De que morreu Simon Bolívar

    Dificilmente haverá, na história da América Latina, uma figura mais importante do que Simon Bolívar (1783-1830), o Libertador, líder político e militar venezuelano que, juntamente com José de San Martín, desempenhou papel importante na luta contra o domínio espanhol. Foi ele quem conduziu à independência Venezuela, Bolívia, Colômbia, Equador, Panamá e Peru.

  • O dinheiro como maldição

    Um economista britânico que passou os últimos 18 meses vivendo sem dinheiro está lançando um livro contando a sua experiência ("The Moneyless Man", O homem sem dinheiro). Mark Boyle, de 31 anos, mudou-se para um trailer e passou a trabalhar três dias por semana em uma fazenda local em troca de um lugar para estacionar o trailer e um pedaço de terra para plantio de subsistência. "Foi o ano mais feliz da minha vida", disse Boyle, 12 meses depois de começar a experiência, "e não vejo nenhum motivo para voltar a um mundo orientado pelo dinheiro". FOLHA.COM

  • Quem é você, meu amor?

    Henry Kerr, de 97 anos, se casou com a namorada Valerie Berkowitz, de 87 anos, após cortejá-la durante quatro anos. Os dois se conheceram em um asilo de Londres. Kerr diz que era importante casar para acabar com as fofocas: "As pessoas não podem dizer mais: "Eles estão só dormindo juntos"." FOLHA.COM

  • Os porteiros e a saúde

    O Brasil sempre foi considerado um país jovem. Não mais. Com a melhora das condições de vida e da assistência à saúde, a situação está mudando. Nas últimas cinco décadas, a proporção de pessoas com mais de 60 anos de idade na população passou de 8% para 11%, devendo chegar a 30% em 2050, segundo estudo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Boa notícia, mas que demanda certas providências: idosos, mesmo ativos e cheios de vida, muitas vezes precisam de algum auxílio, por exemplo, para subir ou descer escadas, para carregar um objeto pesado. Quem proporcionará essa ajuda?

  • Uma tragédia brasileira

    O Palácio do Catete, no Rio de Janeiro,é um dos mais belos exemplos da arquitetura neoclássica no país. O prédio, luxuosamente decorado, tem entrada pela Rua do Catete,os jardins estendem-se até a Praia do Flamengo e é um prazer caminhar por suas areias, entre a luxuriante vegetação, os espelhos d'água,as estátuas de bronze em estilo europeu.Também se pode visitar o palácio propriamente dito, mas aí a sensação é outra: o terceiro andar foi o cenário terminal de um dos mais sombrios episódios de nossa história : o suicídio  de Getúlio Vargas, ocorrido a 24 de agosto de 1954, o triste final para a tragetória política de repercurssão nacional e internacional, trajetória esta  que se havia iniciado 24 anos antes, quando comandando as tropas na revolução de 1930, Getúlio chegava triunfante, à então capital federal. Afastado do poder em 1945, na onda global de democratização que se seguiu ao fim da II Guerra,Vargas retornou à Presidência consagrado por maciça votação. Encontrou uma tenaz oposição, que conseguiu encurralá -lo, desencadeando um final tão inesperado quanto chocante, um final que só teria alguma correspondência no suicídio de Salvador Allende.

  • O preço da felicidade

    Para saber até que ponto dinheiro compra felicidade, estatísticos analisaram um banco de dados gigantesco. A renda é um dos fatores que tem aí peso importante. Diz Daniel Kahneman, da Universidade Princeton: "Uma renda pequena exacerba as dores emocionais associadas a problemas como divórcio, doença ou solidão". As condições para a felicidade são: ser religioso, não ser jovem, ter plano de saúde, ter curso superior, ser casado, ter filhos, e ganhar mais de R$ 6.800 por mês.Folha.com

  • As aparências enganam. E muito.

    No excelente Milênio (GloboNews), Lucas Mendes recentemente entrevistou Paul Bloom, psicólogo norte-americano, professor da Yale, cuja área de interesse é muito atual, e pode ser sintetizada no título de um de seus livros: How Pleasure Works: The New Science of  Why We Like What We Like (Como Funciona o Prazer: A Nova Ciência de por que Gostamos Daquilo que Gostamos).Ao contrário do dito popular, o professor Bloom acha que gosto se discute, sim, e quer saber o que está atrás de nossas escolhas em várias áreas, que vão desde a arte até as coisas do cotidiano. 

  • Onde estava o povo?

    Mesmo antes da fotografia, cenas importantes da história dos povos eram retratadas por artistas famosos. Que usavam tanto o conhecimento do que havia acontecido como sua própria imaginação. A distorção da realidade era inevitável, mas, de qualquer modo, trata-se de obras importantes. No caso do Brasil, permitem uma sempre oportuna reflexão sobre a relação entre povo e poder. Três quadros são, neste sentido, paradigmáticos, a começar por A primeira missa no Brasil, do catarinense Victor Meirelles de Lima (1832-1903). De origem humilde, Victor Meirelles teve, no entanto, seu talento logo reconhecido, tornou-se aluno da Academia Imperial de Belas Artes, aperfeiçoou-se na Europa, especializou-se em pintura histórica. Seu quadro mostra a primeira missa rezada em nossa terra. Vemos ali, diante de um improvisado altar, um padre, no momento em que eleva no ar o cálice com o vinho. Próximos a ele, frades e os descobridores, alguns com couraça e armas. Na periferia, sentados no chão, ou sobre árvores, os índios, aparentemente espantados com o que estão vendo. O segundo quadro é obra do artista paraibano Pedro Américo, que, como Victor Meirelles estudou em Paris e era um respeitado representante da arte acadêmica no Brasil. Em 1888, e a pedido do governo imperial, pintou uma gigantesca tela, de quase 8 metros de largura por 4 metros de altura, que atualmente está no salão nobre do Museu Paulista da USP. A denominação original era Independência ou Morte, mas a obra ficou conhecida como O grito do Ipiranga. Além de Dom Pedro, os personagens principais são os garbosos cavaleiros da comitiva; formam um semicírculo à direita e à frente do grupo principal. À esquerda, Pedro Américo não colocou cava leiros; mas, e até por questões de simetria, algo, ou alguém, tinha de aparecer ali. O artista então optou por uma solução que, se não chega a ser inusitada, pelo menos chama a atenção. O que temos ali, à esquerda, é um homem do campo, conduzindo uma carreta com toras, um espectador absolutamente casual que olha a comitiva com óbvia curiosidade e até espanto.

  • Arte, loucura, terapia

    A ideia segundo a qual os artistas são meio malucos é antiga. Para os gregos, o impulso artístico resultava de uma possessão, verdade que pelas gentis Musas, mas possessão. E de possessão a loucura vai um passo, o que explica o comentário do poeta inglês Lord Byron: “We, of the craft, we are all crazy”, nós, desse ofício, somos todos loucos. O diagnóstico vale não só para a poesia, mas para todas as artes. Na pintura não foram poucos os casos de franca doença mental. Num ataque de loucura, Vincent Van Gogh cortou uma orelha. O norueguês Edvard Munch, de O Grito, era alcoólatra, sofria de alucinações e foi internado numa clínica psiquiátrica. Andy Warhol tinha um grau moderado de autismo.

  • Qual independência?

    O brado de dom Pedro I no 7 de setembro sintetiza um desafio que também aparece em lemas, em canções, em hinos, em poemas: ou a liberdade ou a luta, luta encarniçada, mortal. É algo universal: se vocês entrarem no Google e digitarem a (aproximada) versão em inglês desta expressão, “freedom or death”, aparecerão nada menos de 68 milhões de referências, que incluem o título de um livro do grego Nikos Kazantzakis (autor de Zorba, o Grego), o nome de uma banda, e a inscrição de uma camiseta apreendida no aeroporto de Londres sob a alegação de que incitava ao terrorismo. “Independência ou morte” expressa o indignado desejo coletivo de um país, de um grupo humano; no caso de dom Pedro havia também o drama pessoal, desencadeado pela carta recebida junto ao Ipiranga, em que o pai lhe ordena que retorne a Portugal. O príncipe era muito jovem e tinha emoções à flor da pele – suas paixões eram célebres. Certamente, e quem sabe movido por um sentimento edipiano, tomou a determinação paterna como medida opressora, tirânica. E, aí, sacou a espada e soltou seu brado, aclamado entusiasticamente pela comitiva; o povo, como de costume, não estava presente.