O jogo do fanatismo, o jogo da paz
Zero Hora (RS),, em 24/11/2009
A entrevista que o presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, deu a Tulio Milman (o brilhante editor da página 3) é um modelo de sobriedade e de bom senso, e contrasta com as declarações de Ahmadinejad negando o Holocausto. Uma cantilena que o líder iraniano provavelmente não repetirá no Brasil. Sabe que aqui esta retórica, à qual não falta inclusive uma conotação neonazista, será muito mal recebida. Na verdade, até já está modificando a linguagem; numa entrevista recente admitiu que o Holocausto “talvez” tenha acontecido. Absurdo e má-fé. Não pode haver qualquer dúvida quanto ao genocídio nazista: o assassinato de milhões de pessoas foi exaustivamente comprovado. No Brasil, não faltam inclusive testemunhos pessoais de sobreviventes. Além disso, é importante assinalar que o Holocausto matou principalmente judeus, mas não só judeus. Etnias como os ciganos, adversários do nazismo, minorias sexuais, membros de várias religiões e doentes mentais tiveram o mesmo fim. Será que o mandatário iraniano nega isso também?