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Artigos

  • À espera da nova cultura da paz

    Jornal do Commercio (RJ), em 14/12/2007

    A Aliança das Civilizações das Nações Unidas realizou a sua primeira reunião da segunda etapa no Rio de Janeiro de 8 a 10 de dezembro. Defrontou-se com o tema em que a discussão da interculturalidade encontra o seu limite de diálogo: o reconhecimento do universal dos Direitos Humanos como caminho para a retomada de uma cultura da paz.

  • Antes da "guerra de religiões"

    Jornal do Brasil (RJ), em 12/12/2007

    Realizou-se no Rio de Janeiro, de 8 a 10 último, a primeira reunião, no hemisfério, da Comissão das Nações Unidas para a Aliança das Civilizações. Sob o comando do ex-presidente de Portugal, Jorge Sampaio, o encontro denunciou, com o maior realismo, o perigo da retórica nesses debates, presos ao lugar-comum da burocracia internacional.

  • O perigo chavista

    O Globo (RJ), em 10/12/2007

    A Aliança das Civilizações das Nações Unidas realiza a sua primeira reunião no Brasil, no empenho de se votar uma "cultura da paz" após a catástrofe das torres, o avanço do terrorismo internacional e da desconfiança entre as culturas. Os últimos dias atestaram como, no cerne desta grande ruptura de nosso tempo, encontram-se o jogo de um irracional coletivo, as mobilizações populares, por sobre o esforço de coexistências com a diversidade, tal como pede o aprendizado democrático, para a volta à dita "cultura da paz".

  • O impacto da nossa democracia

    Jornal do Brasil (RJ), em 28/11/2007

    Na recente conferência de Túnis, o mundo islâmico referiu-se especificamente ao Brasil no desfecho de um encontro amplo sobre os impasses do diálogo internacional, à sombra do terrorismo do nosso tempo. Estava em causa um horizonte às vésperas de uma "civilização do medo", e do entrincheiramento das desconfianças recíprocas, acirradas pelo abate das torres gêmeas de Nova York. A mensagem básica era de que o Islã é cultura constitutivamente tolerante, e que as ações do grupo Al Qaeda e congêneres vão a um extremismo diferente dos conflitos clássicos de minorias radicais.

  • A democracia, antídoto do terrorismo

    Jornal do Commercio (RJ), em 23/11/2007

    O mundo islâmico acaba de realizar em Tunis uma conferência inédita pelo seu vulto e suas interrogações quanto ao terrorismo contemporâneo, na ameaça ainda mal pressentida que impõe as noções convencionais de paz, ordem internacional ou vigência das instituições. De logo se definiu a visão de que os homens-bomba de agora ou os massacres repentinos, ou a selvageria da destruição sem volta, exorbitam da ação de grupos e vão hoje muito para além da Al-Qaeda. O horror é que não há um terrorismo oficial com que se poderiam negociar tréguas ou formas de detecção, na esteira das guerras frias, ou do jogo respectivo, dos preços a pagar pelo seu desarme.

  • Velho populismo, nova democracia

    Jornal do Commercio (RJ), em 19/11/2007

    Instintivamente, Chávez começa o recuo no projeto de forçar, num tsunami, a desfiguração das instituições democráticas básicas na Venezuela. É freio sobre a propalada revolução bolivariana, cada vez mais a confundir, hoje, a necessária mudança do status quo, com a garantia básica da liberdade, em qualquer sistema político e, à fortiori, do que levou o seu herói à derrubada do Império espanhol. A vaga, toda, do Presidente venezuelano é de transformar cada vez mais o princípio da representação em plebiscitário, e subordinar a noção política ao choque elétrico continuado da dita “voz do povo” em consultas sem fim.

  • Chávez, da alternativa ao grotesco

    Jornal do Brasil (RJ), em 14/11/2007

    As palavras impacientes do rei Juan Carlos falaram por um sentimento internacional generalizado quando à escalada do ego de Chávez, confundido com a busca da alternativa ao modelo neocapitalista vindo no bojo da hegemonia americana. É só atentar hoje ao coração da América Andina e justamente diante dos governos do Equador ou da Bolívia para se sentir o empenho de procura da diferença dentro do confronto com a dominação americana e a realpolitk com que continuará nos próximos anos.

  • Mídia, violência e retórica

    Jornal do Brasil (RJ), em 31/10/2007

    Nos últimos 20 anos no país, a taxa de violência aumentou de 77%, atingindo hoje a média de 50 mil pessoas por ano. O incremento é dos mais perturbadores e se choca com os demais índices que hoje situam o Brasil em ganho crescente de prosperidade e bem-estar social. Banaliza-se o crime, mas amadurece a mídia em noticiá-lo. Perde o caráter de sensacionalismo e começamos a agendar um alerta, e uma política pública nesta área crítica da mudança. Ao mesmo tempo, a repetição do evento vem anestesiando a sua repercussão e leva a uma retórica do conformismo na civilização de massa dos nossos dias. É o que induz à pergunta, qual é o nível de tolerância com a desordem, e qual é a temperatura mediática, afinal, para enquadrá-lo nas manchetes, reduzi-la a um estereótipo e, para muitos, como acidentes do progresso, e não afronta continuada à nossa humana condição? De toda forma, no mundo mediático a violência já perde toda a condição de impacto direto sobre a opinião pública, tendo-se em vista o seu potencial mercadológico ainda de sensação, ou o migrar para outro registro de interesse coletivo.

  • O desassombro de José Aparecido

    Jornal do Commercio (RJ), em 26/10/2007

    José Aparecido levou, no seu melhor coloquial, nossa mineiridade a uma dimensão cívica para ficar. Na inteireza do seu compromisso, foi ao desassombro. A coragem ganhava, teimosa, e sempre, a grande causa. O proverbial da velha cultura política brasileira vinha, pela conversa sem trégua, à transparência de um convencimento. As meras lealdades de grupo ou clã passavam a uma concertação, à visão coletiva do projeto nacional.

  • Agora, às tropas de Chávez

    Jornal do Commercio (RJ), em 18/10/2007

    Chávez acaba de anunciar o apoio militar, incontinente, a Morales caso se desfeche a ofensiva do status quo boliviano contra o Presidente. O quadro de tensão só se fez agravar nestes últimos meses no país andino, entre as forças nacionalistas, hoje, no governo e a resistência das áreas mais ricas do país, em volta de Santa Cruz, no modelo mais clássico do neoliberalismo. O fantasma desde a vitória de Morales, era o do possível racha, de fato, da Bolívia com a criação do Estado do Oriente, deixando o Altiplano e a nação indígena do possível país aymara.

  • Uma esquerda pela própria natureza

    Jornal do Commercio (RJ), em 29/12/2006

    A entrevista de Fernando Henrique Cardoso, domingo passado, é a da clara palavra do estadista, além do presente imediato, para confrontar o segundo mandato de Lula. Reflete um misto de realismo político com um claro "mea culpa" dos caminhos do seu PSDB, após a derrota de outubro. A visão de fundo é a da nova conjuntura que se abre para o continente diante da globalização, propícia a uma expansão brasileira, muito ao contrário do começo do governo tucano, e do que enfrentava Lula em 2002. Mas esse futuro repete o modelo anterior, ou vai à condição de uma efetiva redistribuição de renda e de um desenvolvimento social sustentado?

  • Um Equador de surpresas

    Jornal do Commercio (RJ), em 15/12/2006

    A chegada de Rafael Correa à Presidência do Equador abre uma fresta nova neste calcinado ano de 2006, tão bloqueado de dilemas sobre o futuro do Continente. E o faz, fechado o pano desse dezembro, ao mesmo tempo em que a retumbante reeleição de Chávez pareceria ter ressaltado o cenário das leituras ao que sejam a polaridade contra o statu quo e o conformismo com a hegemonia americana. Venha ela de Bush ou da realpolitik, que já demonstram os democratas sem acenos a grandes mudanças e, especialmente, quanto ao seu modelo econômico. Esta inércia empurra para a área conservadora do continente a Colômbia ou o bom comportamento da concertação do Chile, somado à vitória milimétrica de Calderón no México.

  • Opinião: Os sustos da democracia

    Jornal do Brasil (RJ), em 13/12/2006

    O Supremo Tribunal Federal tomou, nestes dias, duas decisões críticas sobre o progresso institucional de nosso regime político. Este que, para além da simples correção eleitoral, envolveu a melhoria da representação ou o controle entre os poderes. Os acórdãos vão agora mais longe e se referem aos limites desta mesma representação no Legislativo ou do que venha a ser a extensão efetiva da fiscalização externa do Judiciário garantido pela iniciativa nova e difícil do Conselho Nacional de Justiça.

  • Opinião: O papa à beira da guerra das religiões

    Jornal do Brasil (RJ), em 29/11/2006

    O repúdio popular entrevisto à visita do papa à Turquia põe em causa o temor expresso pela Comissão de Alto Nível das Nações Unidas, recém-reunida em Istambul, quanto à irrupção em nossos dias de uma crescente "guerra de religiões". É conflito brotado do inconsciente coletivo, em que explode no mundo islâmico uma percepção tardia dos limites a que chegou a dominação ocidental. E tal até uma verdadeira expropriação de sua identidade pela modernização e controle tecnológico e econômico da sua vida coletiva.

  • Ocidente, terrorismo e diferença

    Jornal do Commercio (RJ), em 24/11/2006

    Para onde vai a visão americana depois da vitória democrática, diante da declaração dos experts militares de que será, pelo menos, de dez anos a permanência das tropas no Iraque? E como reagirá Washington à proposta já da Europa mediterrânea, de juntarem-se a França, a Espanha e a Itália, por forçar uma solução para o impasse do Oriente Médio, independentemente do que pense o Salão Oval? Ou, sobretudo, e frente às fendas abertas à hegemonia, pela derrubada de Rumsfeld, o que se pode esperar da passagem do Irã à ofensiva, numa concertação internacional, convidando a Síria, o Iraque - e, especialmente, a Turquia - para a estabilização da área?