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Artigos

  • Perguntas não-inocentes

    Autoridades aqui do Rio, preocupadas com a devassidão provocada por travestis e prostitutas, sobretudo na orla, e decididas a transformar a cidade num mosteiro de absoluta castidade, pretendem fotografar a placa dos carros daqueles que se abastecem de sexo com a mais antiga das profissões.

  • Algemas e tronco

    Foi necessária a decisão do Supremo Tribunal Federal para invalidar o julgamento de um homicídio pelo fato de o criminoso ter sido algemado indevidamente, uma vez que não ameaçou fugir nem reagir ao ato de sua prisão. Uma regra óbvia que pretende acabar com o uso e o abuso das algemas em qualquer situação, criando um prejulgamento policial, uma truculência cuja finalidade não é punir com antecipação o possível culpado, mas humilhá-lo social e publicamente.

  • A regra do jogo

    COMO TODOS , nasci sem ser consultado. Reconheço, preliminarmente, que de nada adiantaria uma consulta antes de cada nascimento, pois além dela, seria necessário municiar o cara com informações. Digamos: o feto está sendo fecundado e alguma entidade superior exibe para ele o filme do que vai ser sua vida lá fora.

  • Alegorias de Mao

    RIO DE JANEIRO - Foi monumental a abertura da Olimpíada de Pequim, na qual não faltaram as nossas conhecidas alegorias de mão, que tanto brilham no carnaval brasileiro. No entanto, faltaram as alegorias de Mao. Os milenares fastos da China passaram por cima do longo período em que Mao Tsé-tung ameaçava ser maior do que o país que ele governou com mão de ferro, coadjuvado por sua mulher, que também fez das suas na decantada Revolução Cultural, que pretendia mudar não apenas a China mas o mundo todo.

  • Conhecer e punir

    Mais importante do que a simples punição dos torturadores que à sombra da ditadura cometeram um dos crimes mais repugnantes da condição humana, acredito que a abertura dos arquivos do regime militar seja indispensável para que a nação tome conhecimento do que se passou nos subterrâneos da repressão político-militar.

  • O voto obrigatório

    Recente pesquisa divulgada na semana que acaba revelou que grande parcela do eleitorado nacional é contra o voto obrigatório. Não se trata, ainda, de maioria, mas de simples tendência que está indicando a conveniência de uma discussão formal sobre o assunto.

  • Um caso acadêmico

    NUNCA APRECIEI comentar a Academia Brasileira de Letras, nem antes de lá ter entrado, nem depois, quando ali ocupo a cadeira nº 3. Apesar disso, volta e meia sou convidado a me manifestar sobre tal ou qual problema acadêmico. Como é o caso que passo a expor.

  • Os clarins da banda militar

    Na virada do ano 2000, a Rede Globo fez uma enquete para saber qual teria sido a música popular mais importante do século 20. Deu “Aquarela do Brasil” na cabeça, votação que só não foi unânime porque um dos questionados votou em outra. Na ocasião, acompanhei a maioria, mas, em segundo lugar, por gosto estritamente pessoal, coloquei “Dora”, de Dorival Caymmi.

  • Programa eleitoral

    Começou o horário político gratuito no rádio e na televisão -o tradicional desfile de caras e bocas, com algumas idéias no meio, na necessária função de esclarecer o eleitorado.O clichê obriga todo mundo a detestar o programa e, de cambulhada, os candidatos que nele se apresentam.

  • Dura Lex

    Está em discussão a atual abrangência do Supremo Tribunal Federal nos casos miúdos da administração pública, estabelecendo regras que, em primeira instância, deviam pertencer ao Executivo e ao Legislativo.

  • Elogio da ignorância

    E, como ia dizendo, já é tempo de fazer um elogio da ignorância. Como ninguém a fez, faço-a eu, embora Erasmo tenha feito o elogio da loucura com maior sabedoria e melhor estilo.

  • O médico, o monstro e o terceiro homem

    POR ACASO , como sempre, peguei pedaços de filmes antigos, "O Médico e o Monstro", de Victor Fleming, com Spencer Tracy, Ingrid Bergman e Lana Turner, e "O Terceiro Homem", de Carol Reed, baseado num dos romances ligeiros de Graham Greene, com Joseph Cotten, Orson Welles, Alida Valli e Trevor Howard, mais aquela musiquinha que fez tanto sucesso, de Anton Karas, em solo de cítara.

  • A água é nossa

    RIO DE JANEIRO - Não me dei ao respeito de acompanhar com a devida atenção os dois fóruns realizados simultaneamente -um na Suíça, outro no Pará. E olha que não tinha nada de importante para fazer ou pensar. Esnobei as duas assembleias por considerá-las inúteis, ou, na melhor das hipóteses, redundantes.

  • O desprezado 13

    Não sei se ainda existem. Devem ser poucos. Antigamente eram muitos. Vendedores de bilhete da Loteria Federal estavam em toda a parte, caçando potenciais compradores, esfregando na cara de suas vítimas os bilhetes que garantiam a sorte na base de "seu dia chegará".

  • Comunhão e excomunhão

    Não vejo motivo para tanta e tamanha repercussão para o caso do arcebispo de Olinda e Recife ter usado um artigo do Código Canônico, que rege a Igreja Católica, aplicando a excomunhão para os envolvidos no aborto de uma menina de 9 anos estuprada pelo padrasto.