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Artigos

  • As oposições e o condomínio da mudança

    Jornal do Commercio (RJ), em 31/10/2014

    O desfecho do segundo turno marcou, de vez, um avanço da nossa consciência cívica, por sobre o mero vaivém político-eleitoral. De saída, pela percepção de que diferenças mínimas de vitória levam as responsabilidades inéditas para a convergência do país dividido. E, de logo, vai-se ao clamor de Aécio, de que o enfoque prospectivo derrube toda visão restauradora, senão vindicativa, da luta pelo poder.

  • Depois do país de Lula

    Jornal do Commercio (RJ), em 24/10/2014

    Mal percebemos, por vezes, o contraponto entre a forca das eleições genuinamente democráticas e o amadurecimento irreversível de uma consciência cívica, como deparamos neste segundo turno eleitoral.

  • Dos jogos feitos ao anticlímax

    O Globo, em 23/10/2014

    Os confrontos da mídia no segundo turno mostram a exaustão do debate e a ausência de toda carta na manga, de revelações ou trunfos guardados. Mais ainda, o bate-boca se confina a uma temática cansada. Nada se diz sobre a política externa, as reformas política ou tributária, nem sobre a redistribuição de renda nacional. Repete-se, sim, a discussão da paternidade do Bolsa Família, iniciativa que ganha unanimidade eleitoral.

  • Os dois Brasis e seus descrentes

    Jornal do Commercio (RJ), em 10/10/2014

    Os debates finais da campanha presidencial trouxeram a voz de todo o espectro ideológico do País frente à opinião pública. Inclusive, o extremo do conservadorismo direitista, na obscenidade homófoba do candidato Levy Fidelix. Levantou-se também a esquerda, no corte crítico sobre o PT e no que seja o futuro do socialismo brasileiro, com Luciana Genro. Foi-se ao voto, também, com a nitidez da proposta do Partido Verde, desembaraçado da utopia ambiental.

  • Sobral Pinto, o pedagogo da nossa cidadania

    Jornal do Commercio (RJ), em 03/10/2014

    Vem de ser publicado o livro de Márcio Scalercio sobre Sobral Pinto, personalidade exemplar na consolidação da nossa democracia. Vai o perfil ao advogado canônico, ao católico intransigente e à testemunha determinada da construção das liberdades. Assume a defesa de Luiz Carlos Prestes, no extremo da ética da profissão. Renuncia a ideias de lucro no ganho dos pleitos e vive na quase pobreza. No Centro Dom Vital, compôs, com Jackson de Figueiredo e Alceu Amoroso Lima, a militância cristã do século passado, juntando à absoluta confrontação com o marxismo a dessolidariedade com o integralismo, na grande tentação católica dos anos 30. Mas é um Sobral vindo, exatamente, da tarefa de acusador criminal no governo de Artur Bernardes, e em um país, então, em permanente Estado de sítio, que vai, na sua crença no estado de direito, enfrentar o autoritarismo de Vargas. Assim como, após breve confiança em Castelo Branco, vai condenar, sem ressalvas, o governo militar, em apóstrofe implacável ao presidente Costa e Silva. Não é outro o Sobral da ida ao palanque do gigantesco comício das "Diretas já".

  • Os Brics à espera da Indonésia

    Jornal do Commercio (RJ), em 19/09/2014

    A política externa brasileira, marcada, hoje, por largo reconhecimento internacional, ressentese, ainda, de uma nítida ausência. Ou seja, a da falta de relações mais intensas com a Indonésia, a nação historicamente mais comprometida com a guinada do Terceiro Mundo, à frente da Guerra Fria, no fim do século passado. Não foi outra a ação fundadora do presidente Sukarno, com a Conferência de Bandung, e, através dela, a fuga às polarizações e às neodependências dos ditos países periféricos. Aproximamo-nos, de saída, pelo reativo equilíbrio das nossas populações, dos 250 milhões de lá aos nossos 202 milhões de brasileiros. A nossa unidade territorial contrapõe-se, por outro lado, à desse país de 17 mil ilhas, numa área estratégica, hoje, do globo, no entremeio entre a Índia e a China.

  • Identidade coletiva

    Jornal do Commercio (RJ), em 05/09/2014

    Reuniu-se, em Bali, o Conselho das Nações Unidas para a Aliança das Civilizações. A ONU vem aprofundando a interrogação do que sejam, de fato, as identidades nacionais, diante de reptos novos como os dos califados, no Oriente Médio, ou as fraturas clânicas, na Nigéria. Haveria, de saída, a falar-se num aprofundamento da ruptura com o sistema colonial, num reclamo do que fosse, na desconstrução desse domínio, a busca do autêntico como clamor de sua subjetividade coletiva.

  • Francisco e a prospectiva

    Jornal do Commercio (RJ), em 29/08/2014

    O papa Francisco não nos garante apenas o aggiornamento da Igreja, mas uma inédita prospectiva. Não se trata, porém, de um testemunho profético, nem, também, se o testemunho seria esgotado falando-se apenas de esperança. Não deparamos um estrito otimismo sobre o futuro, mas uma determinação de buscar convergências e multiplicar opções em que, inclusive, a Boa Nova do evangelho seja mais do que um simples acordar de um depósito de verdades. Aí está, de saída, não o clássico clamor da Igreja pela paz, mas a indução direta dos governantes à conversação e ao desbloqueio das ditas questões irredutíveis de um conflito.

  • Presença e não herança de Eduardo

    Jornal do Commercio (RJ), em 22/08/2014

    Marina não é a herdeira natural de Campos, nem a sua sucessora lógica. Surge numa sequência eleitoral e, mesmo, contundente, mas não programática, no horizonte aberto pelo candidato do PSB. O poder de votos da ex-senadora não exprime uma visão de mudança, mas revide ao cansaço da permanência inédita, em nossa história, de um partido no poder pelo voto por 12 anos. Disso se dá conta, desde já, o Planalto, num empenho de recambiar ao partido-máter tantos filopetistas, na militância próxima e hesitante do PSB. A crise desencadeada pela morte de Eduardo forçaria o retorno à opção fundadora, não obstante o desgaste do partido de Lula, nesta inevitável usura pelo poder.

  • Uma esquerda para além da ideologia e da utopia

    Jornal do Commercio (RJ), em 15/08/2014

    Plínio de Arruda Sampaio deu a toda a América Latina a exemplaridade do laicato católico, antecipado, inclusive, no seu reconhecimento Pós-Vaticano II. Encarnou a Igreja para o nosso tempo desde o arranco da Ação Católica entre nós, viu livrando-se, tão bem Alceu Amoroso Lima, das tentações integralistas e voltando-se a uma vocação natural de esquerda, independentemente do marxismo.

  • Um outro país após a derrota

    O Globo, em 04/08/2014

    A perda da Copa repercutiu de maneira radical sobre a nossa toma de consciência coletiva. Multiplicou-se, instantaneamente, a riqueza das explicações sobre o evento, que exorbitou de todos os cálculos quanto à nossa possível perda final. Vamos além de uma catarse, como se experimentássemos uma provação extrema, mas logo compensada, nas redes sociais, pela passagem à ironia e ao humor, no cancelamento do insuportável. 

  • A regressão dos direitos humanos

    Jornal do Commercio (RJ), em 01/08/2014

    O papa Francisco, recebendo uma neocatólica no Vaticano, evidenciou o estarrecimento mundial pela pena de morte à mulher condenada por mudar de fé, abandonando o islã. O gesto só enfatiza os extremos a que ora se chega, através das novas “guerras de religião”, impensáveis há uma década e que lavram no coração da África, como no Oriente Médio, nessa inevitável regressão dos direitos humanos, a começar pelas novas limitações impostas ao sexo feminino. 

  • As cartas de Dilma

    Jornal do Commercio (RJ), em 25/07/2014

    Passado, de vez, o efeito Copa e seu possível impacto eleitoral, alinha-se, necessariamente, o primeiro desenho para as próximas urnas. E, para alguns, a surpresa de uma possível quebra dos jogos feitos, que apontavam, ainda há semanas, para a vitória de Dilma. Avulta, agora, o dado inesperado, no eixo Sudeste, da vertiginosa queda da avaliação de Haddad na prefeitura paulista, somada à precariedade dos votos de Alexandre Padilha para o governo do estado, de par com a queda do petismo na própria matriz histórica do advento de Lula, o ABC.

  • O Brasil da Copa, nunca mais

    Jornal do Commercio (RJ), em 18/07/2014

    Não há forra para o nosso desfecho na Copa. Começamos a nos dar conta do avanço de uma consciência brasileira escapada, de vez, dos tropeços ou fracassos do jogo máximo. Dissociamo-nos do futebol, agora, nas nossas apostas de futuro e já nos guarnecemos, de saída, pela didática da presidente, nos prevenindo para o 3x0 em nosso segundo fracasso, contra a Holanda. 

  • Sérgio Rodrigues e o móvel brasileiro

    Jornal do Commercio (RJ), em 12/07/2014

    O recado de Sérgio Rodrigues, que vem de nos deixar, é o da fundação de um veio da nossa cultura. Vamos lhe dever o nosso móvel, marcado com o que pode o mais doméstico dos nossos dintornos. Libertamo-nos, pelas suas obras, do anódino ou do inexpressivo nesses objetos que nos cercam.