Francisco e o desbarato da Cúria
Começam as primeiras perplexidades com õ novo pontificado. Nunca, neste último século foi tão longa a demora para a nomeação do Secretário de Estado, sempre reconhecido como a segunda pessoa do Vaticano. Nem se pode dissociar, em toda essa etapa, o nome do papa do seu verdadeiro primeiro-ministro. Curiosamente, o reforço desta autoridade nasceu da reforma de Paulo VI, alterando a visão, antes colegiada, dos dicastérios, a constituir, em todo o seu poder, a Cúria Romana. Essa polarização extremou-se, justamente, no duo Ratzinger-Bertone, frente à repetida insistência do Papa renunciante de se dedicar à tarefa espiritual, senão mesmo, à vida de monge, que estaria entre as determinantes da sua renúncia. Bergoglio depara, antes de uma escolha de nomes, a mudança estrutural deste aparelho e, sobretudo, a delicada composição do cardinalato da Península, entre a Cúria e a própria e distinta hierarquia da igreja italiana.