O novo porta-voz
0 pontificado de Bento XVI marca-se, nestes meses, por um momento exemplar no contraste entre o ganho de seu desempenho internacional e as tensões internas, despertadas pela pressão de grupos austríacos, dispostos a uma confrontação como não tínhamos notícia desde o bispo Leclerc, trazido, exatamente, ao rebanho, de novo, pelo atual pontífice. E é dentro de um inesperado convite à obediência radical que Bento XVI contempla a realidade desta possível ruptura, diante de uma reflexão amadurecida, frente aos desafios do celibato e da aproximação dos divorciados aos sacramentos. Mas há poucos dias um Papa pôde sentir o peso do catolicismo indo às áreas da América Latina, que entraram, formalmente, no século passado, em choque com a sua tradição católica. Não há que voltar à violência do anticlericalismo e da instalação, há um século, no México, da república de Carranza e Obregón para deparar, hoje, a força do retorno à fé, que faz do país azteca nosso concorrente à dominância do catolicismo no continente.