Sem medo do mito Lula
Nesta abertura da nova década, até onde nos damos conta do que representa hoje a liderança de Lula, neste inédito de um absoluto respeito à democracia e penetração da consciência popular? Não se trata apenas dos 82% de apoio, que desarvoram todas as condições de um status quo de voltar ao poder na percepção do salto destes dois mandatos. Ou do que impeliu o inconsciente social brasileiro para um voto-opção em que, de vez, só existe a mão única para a conquista do desenvolvimento sustentado do país. Esse "povo de Lula" sabe para onde vai, à margem do partido, no eixo das coalizões com o PMDB e impermeável aos escândalos moralistas. Ou melhor, percebe que são abominações próprias ao velho regime brasileiro, de perpetuação da sua cosa nostra, como agora evidencia a permanência de Arruda à frente do governo das propinas mais entranhadas na contabilidade da corrupção brasileira.