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Artigos

  • Chá da meia-noite

    Folha de S. Paulo (SP), em 14/11/2006

    RIO DE JANEIRO - Embora legalizada em outros países, a eutanásia continua proibida no Brasil. No entanto demos um passo importante em direção à dignidade do único episódio vital que é a morte. Com isso estou lembrando a frase de santo Agostinho: "a vida não é mortal, a morte é que é vital".

  • De volta para casa

    Folha de S.Paulo (SP), em 13/11/2006

    RIO DE JANEIRO - Lá no fim, depois do imenso corredor, a placa amarela indicava o portão nº 5 -"Gate Five"-, segundo a recepcionista da companhia aérea que o atendeu no balcão. Mas não precisava indicar nenhuma porta ou portão para saber onde ficava o terminal que embarcaria o próximo vôo para o Rio.

  • Ministério de coisa nenhuma

    Folha de S. Paulo (SP), em 12/11/2006

    RIO DE JANEIRO - Nada assanha mais a mídia especializada do que uma reforma ministerial. É natural que fique assanhadíssima quando se forma um novo ministério a cada governo, ministério que, depois de formado, é sucessivamente reformado ao sabor das contingências e das exigências de cada situação.

  • Bola demais

    Folha de S. Paulo (SP), em 30/10/2006

    Tempo houve em que um cronista sem assunto era mais ou menos obrigatório, foi talvez a era de ouro do gênero. O cara abria a janela, olhava o mundo e a vida, sentava à máquina e escrevia sobre o nada, a falta de assunto. Eram mestres nessa nobilíssima arte. Hoje, com a inflação de assuntos, as crônicas já não se fazem como antigamente.

  • A guerra não acabou

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 29/10/2006

    Volta e meia sinto vontade de repetir um assunto que me ocupa e preocupa. A falência das mensagens de paz e amor que nasceram nos anos 60, explodiram no movimento hippie e se sofisticaram nas muitas e suspeitas transas orientais.

  • Tom e Vinicius

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 28/10/2006

    Nos meus tempos de redator, recebi o texto de um repórter sobre Tom Jobim. O texto era bom e foi aprovado com as inevitáveis pinceladas de quem o editou. Mas eu fiquei no meu canto, aterrado, não pelo texto em si, que nada tem de aterrorizante, mas pelo que Tom disse ou deixou que o repórter dissesse por ele.

  • Cúmplice dos desertos

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 26/10/2006

    Enfim, também sou filho de Deus, e chegou o meu dia. Anos e anos acumulando fracassos, quebrações de cara, o diabo, eu deveria merecer uma compensação, nem que fosse por direito de antigüidade e insistência.

  • Verde ou amarelo

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 24/10/2006

    Assisti a alguns debates dos presidenciáveis. Houve agressividade de parte a parte, mas ninguém beijou a lona. O conteúdo era chato, e meu pensamento resvalou para outras coisas. Na véspera do acidente que levou o Titanic para o fundo do oceano, houve uma reunião no salão nobre do navio a fim de se escolher a cor que deveria predominar no baile que os passageiros estavam programando para a noite anterior à chegada ao porto final. Ignoro se houve primeiro turno.

  • Informações e deformações

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 23/10/2006

    Trabalho em jornal há bastante tempo. Muitos dos cacoetes da profissão absorvi, mas sempre sobram algumas deformações profissionais que não descem pela garganta.

  • O golpe das privatizações

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 21/10/2006

    A questão das privatizações voltou ao debate político, trazida pelo PT, que encontrou em seu adversário eleitoral, o candidato Geraldo Alckmin, um único pecado realmente grave: é do PSDB, partido que no governo desastrado de FHC privatizou empresas e só não vendeu o Pão de Açúcar porque não encontrou comprador.

  • A vaia e a liberdade

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 20/10/2006

    Já vaiei um presidente da República; com o AI-2, não tinha onde berrar, a não ser na ruaA VAIA -um lugar-comum bastante usado entre cultas gentes- é o aplauso dos que não gostam. Nesse sentido, pode-se dar razão àquele controvertido provérbio de origem oriental, atribuído pelos eruditos a Confúcio: é preferível ter mau hálito a não ter hálito nenhum. Na certa, por deficiência mental da minha parte, não consegui até hoje compreender os dois anexins (admito que fica até difícil entender o que seja um anexim). O que demonstra que não compreendo muitas coisas neste mundo e que, quanto mais os anos passam, entendo menos e pior.

  • Fatos novos e velhos

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 19/10/2006

    A dez dias da decisão do segundo turno, a vantagem de Lula sobre Alckmin parece que tende a crescer, garantindo a reeleição. Desde o inicio da campanha eleitoral, quando eram muitos os candidatos, venho dizendo que somente um fato novo e importante derrotaria o atual presidente.