Portuguese English French German Italian Russian Spanish
Início > Artigos

Artigos

  • Posições e acidente de percurso

    Folha de S. Paulo (SP), em 28/12/2008

    ALI POR VOLTA DOS ANOS 70 , fez sucesso entre os aficionados um livrinho ilustrado que tinha título inocente, mas propósito nem tanto. Em inglês, era "Positions". Ensinava posições especiais, algumas especialíssimas, para se praticar o ato sexual. Até então, a maior e melhor referência para o assunto era o "Kama Sutra", que, se não me engano, codificava 48 maneiras de fazer aquilo que os livros sérios chamam pelo feio nome de "coito".

  • O sol por comissão

    Folha de S. Paulo (SP), em 28/12/2008

    RIO DE JANEIRO - Li reclamações na mídia sobre a visita do presidente francês ao Brasil. Os resmungões de sempre (entre os quais o cronista) chegaram a chamá-lo de caixeiro viajante, um mascate que vai com sua mala cheia de novidades às regiões distanciadas do consumo, levando artigos de armarinho que não chegam lá.

  • Quem inventou a prosperidade?

    Folha de S. Paulo (SP), em 26/12/2008

    O ANO podia ter sido pior -aliás, tudo nesta vida e na outra podia ser pior.Sempre impliquei com o lugar-comum que obriga a humanidade a maldizer o ano que passou e a bajular o ano que chega, desejando-o próspero. A verdade é que todos os anos que já maldizemos, íntima ou publicamente, todos os anos que ficamos aflitos em vê-los para trás, todos esses anos - repito - foram prósperos no início e acabaram malditos, como os demais. Quem inventou essa prosperidade?

  • “Olha a crise!”

    Jornal do Commercio (RJ), em 23/12/2008

    Um desocupado contou e colocou na internet um dado inquietante: nos últimos tempos, a palavra “crise” é a mais repetida em jornais e revistas de todas as partes do mundo. Não sei como ele chegou a esta inútil descoberta, mas dou-lhe razão: todos falam na crise e a evocam para justificar isso ou aquilo.

  • O algodão em Melbourne

    Folha de S. Paulo (SP), em 21/12/2008

    RIO DE JANEIRO - Com o advento da internet, ele pensou que ficaria livre de uma das coisas que mais o chateavam: a leitura dos jornais. Por motivos profissionais, era obrigado a ler diariamente pelo menos quatro deles, além de revistas semanais e mensais. Estava cheio.

  • Uma lei inútil

    Jornal do Commercio (RJ), em 18/12/2008

    Lula pediu aos ministros Tarso Genro (Justiça) e Jorge Félix (GSI) que elaborem um substitutivo para a Lei de Segurança Nacional, em vigor desde 1983, no governo do último presidente militar. A intenção é boa, mas me parece ociosa. Não há necessidade de uma lei especial para segurança da nação, a não ser em casos de guerra ou de grave convulsão social.

  • O jardim e a torre

    Jornal do Commercio (RJ), em 16/12/2008

    A marcha da humanidade ao longo da história pode ser interpretada (mas não explicada) por duas metáforas que constam do livro mais importante da cultura ocidental: o Paraíso perdido e a torre de Babel. Todo o resto, guerras, invenções, produções da arte ou do pensamento, tudo é balizado pelos dois episódios lendários do “Gênesis”.

  • Planeta selvagem

    Folha de S. Paulo (SP), em 14/12/2008

    Uma pergunta que já foi feita e até agora não teve resposta que explicasse o mundo: é o homem que faz a história ou é a história que faz o homem? No dia-a-dia miúdo das coisas, tem-se a impressão de que os homens, em determinadas circunstâncias, conduzem o complicado samba-enredo da humanidade, freqüentemente atravessado ora pela bateria, ora pelos puxadores do canto.

  • Marcito

    Jornal do Commercio (RJ), em 11/12/2008

    Quarenta anos atrás, num 11 de dezembro, a Câmara Federal negava a licença para que o governo da época processasse o deputado Márcio Moreira Alves. Em represália, dois dias depois, foi editado o AI-5, que fechou definitivamente o regime. A história é sabida, apesar das versões divergentes sobre detalhes pontuais.

  • A plebe rude

    Jornal do Commercio (RJ), em 09/12/2008

    De certa forma, e uns pelos outros, quase todos os cronistas e colunistas em atividade na mídia nacional comentaram a recente fala do presidente da República, que usou uma expressão classificada de "chula". Resisti até agora, mas quem há de?

  • Azeites e virgens

    Folha de S. Paulo (SP), em 07/12/2008

    No meu tempo, ainda existiam virgens, mas poucas. Pode parecer paródia de uma célebre frase de Machado de Assis, mas é minha mesmo, nascida de uma vulgar meditação sobre o rótulo de diversos vidros e latas de azeite. Não bastando serem virgens, os azeites de agora são “extra virgens”. Um “plus” a mais na imaculada confecção dos azeites.

  • Data venia

    Jornal do Commercio (RJ), em 04/12/2008

    Reclamação geral: não se suporta certo tipo de linguagem, como o economês (“valor agregado”, por exemplo). O internetês é também intolerável (“bj”, “tb” etc.). Sem falar na mais antiga de todas, a do juridiquês, consagrada, data venia, nos pareceres e nas sentenças de todos os graus da Justiça.

  • Mulheres e cavalos

    Jornal do Commercio (RJ), em 02/12/2008

    Acácio, o conselheiro, poderia dizer que o avião é necessário para se vencer longas distâncias. Incorporando o espírito de porco do personagem de Eça, eu diria que é perigoso também. Não pela hipótese de um acidente. Entendidos garantem que é o meio de transporte mais seguro do mundo.

  • Tempo em três tempos

    Folha de S. Paulo (SP), em 23/11/2008

    RIO DE JANEIRO - “Eu sei o que é o tempo. Mas se me pedirem para dizer o que é o tempo, não saberei dizê-lo”. A citação (de memória) é de Santo Agostinho, um dos pensadores mais admirados e citados a partir da segunda metade do século 20. Gênio em todos os sentidos, na vida e na obra.

  • “Os Irmãos Karamabloch”

    Folha de S. Paulo (SP), em 21/11/2008

    FAMÍLIA DE 17 PESSOAS chegou ao Rio de Janeiro em 1922, na terceira classe do “Re d’Italia”. Eram ucranianos, genericamente russos, mas, sobretudo, judeus. O patriarca, Joseph Bloch, tivera uma gráfica em Kiev, chegara a imprimir o dinheiro do efêmero governo de Kerenski. Decidira tentar inicialmente os Estados Unidos, mas a cota de imigrantes para aquele país estava fechada, a alternativa foi vir para o Brasil.