Radicalismo que isola
O discurso do presidente Bolsonaro na abertura da Assembléia-Geral da ONU foi surpreendente não pelo que falou, pois não há novidade no seu discurso, nada que não seja conhecido por todos, aqui e no exterior.
O discurso do presidente Bolsonaro na abertura da Assembléia-Geral da ONU foi surpreendente não pelo que falou, pois não há novidade no seu discurso, nada que não seja conhecido por todos, aqui e no exterior.
Mesmo antes de terminadas as investigações, o governador Wilson Witzel se antecipou e concluiu por conta própria, ou seja, por palpite, que os responsáveis pela execução de Ágatha, de 8 anos, são os “usuários de drogas”, e não o PM que a mãe da menina acusa de ter dado o tiro pelas costas de sua filha.
É costumeiro dizer que o tempo jurídico é diferente do da política. Desta vez, eles estão se aproximando.
‘Foram anos duros, mas foram os melhores anos de nossas vidas”. Essa citação de Bertolt Brecht está em “Prólogo, ato, epílogo”, editado pela Companhia das Letras, livro de memórias de Arlette Pinheiro, a atriz que melhor conhecemos pelo pseudônimo que adotou como profissional e que assina a obra, Fernanda Montenegro.
Os tempos estranhos que vivemos, no dizer do ministro do Supremo Marco Aurelio Mello, estão transformando o parlamentarismo branco em arma do Congresso contra o presidente da República, que tem uma Compactor cheia de tinta na mão, mas não pode tanto quanto já pôde, mesmo que a legislação não tenha mudado.
O mundo politico está tão virado de cabeça para baixo que há um recurso no Supremo Tribunal Federal pedindo a instalação da chamada CPI da Lava-Toga, barrada no Congresso.
O fenômeno é geológico e, portanto, acontece antes do tempo da humanidade: a maré sobe e desce mais em função da sizígia, isto é, do alinhamento dos astros, no caso Terra, Sol e Lua e sobretudo dos equinócios, que são os momentos em que o Sol cruza o Equador.
A dificuldade de aumentar o Fundo Eleitoral para as eleições municipais do ano que vem está revivendo entre deputados e senadores a necessidade do financiamento privado das campanhas eleitorais.
A relação entre os militares e o presidente Jair Bolsonaro foi mais uma vez colocada em xeque por interferência do guru Olavo de Carvalho, que foi ao You Tube para criticar a edição do livro do sociólogo Gilberto Freyre “Nação e Exército” pela Biblioteca do Exército.
Melhor ainda, prevaleceu a pressão da opinião pública, e o projeto de um simulacro de reforma eleitoral voltará para a Câmara, onde deverá ser discutido da maneira correta, à luz do dia e com amplo debate.
De repente, passei a receber cumprimentos por um texto que escrevi há 15 anos.
A maior prova da irregularidade que está sendo tramada nos bastidores do Senado para aprovar a toque de caixa o projeto de lei que altera a legislação eleitoral está no relatório favorável do senador Weverton Rocha.
Quem, como os escritores, trabalha com palavras, conhece seu poder de ferir.
Numa democracia de verdade, é sempre muito difícil determinar o que deseja a maioria. Sobretudo no presidencialismo, a maioria se manifesta e é compreendida através do voto, apenas de quatro em quatro anos, podendo muito bem mudar de opinião depois de uma eleição, num prazo curto ou não.
O país está sendo trapaceado à luz do dia por aqueles que deveriam representar os cidadãos brasileiros, deputados e senadores.