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Artigos

  • Frágil lenho

    A palavra "navegar" é a mais perfeita comparação que se possa aplicar ao universo da informática, em especial, ao oceano sem fim da internet. Nem fica bem citar o Pompeu ("navegar é preciso"), que muita gente nem sabe quem foi, achando que a frase é de Fernando Pessoa ou de Caetano Veloso.

  • O arco-da-velha

    Não me dei ao respeito de assistir as bodas reais em Londres, tampouco me edifiquei com a subida aos céus de um papa em Roma, e muito menos fiquei pasmo com a volta do Delúbio Soares ao PT.  

  • O terrorista emérito

    Os norte-americanos são como o Botafogo: há coisas que só acontecem com eles. E como a bandeira deles tem muitas estrelas (a do Botafogo só tem uma), o resultado é que são exagerados, no bem e no mal. A caçada a Bin Laden, que seria uma deconência natural e justificável na luta contra o terror organizado, teve um final polêmico, que dará assunto para muitos filmes de ação —alguns deles já devem estar sendo produzidos.

  • A arte é um ofício

    Às vezes perguntam sobre o que ando escrevendo. Para começar, não ando escrevendo. Quando sou obrigado a escrever, a primeira coisa que faço é não andar: fico parado diante do computador. Há que ganhar o leite das crianças e o meu próprio leite, nada mais do que isso.

  • Corpo de delito

    Os desavisados leitores que, por masoquismo, atentam para as minhas crônicas, devem estar lembrados de minha preocupação pelos ossos de Dana de Teffé, cujo corpo nunca foi encontrado, razão pela qual seu assassino não respondeu por nenhum processo.

  • Emoções

    Pode parecer sarcasmo ou leviandade, mas para o cronista mais ou menos irresponsável que sou eu, a notícia da morte de Osama bin Laden teve, como subproduto, um mérito considerável na mídia universal.

  • Morbidez pública

    Antes de entregar o pescoço à guilhotina, um condenado comentou: "Liberdade! Quantos crimes se cometem em seu nome!". O mesmo podemos dizer a propósito do interesse público. Muitos crimes são cometidos em seu nome.

  • Um poeta dos poetas

    Acima de tudo, um poeta. E, por isso mesmo, quase um marginal da vida e certamente do mundo, Paulinho Mendes Campos não teve culpa de ter sido o que foi: um artista na acepção completa, vale dizer, na sua visão da aventura humana, que ele próprio definiu num verso magistral: "Clown de meus próprios fantasmas, sonhei-me".

  • Fim de festa

    E, quando melhores estão as coisas, surge a vontade antiga: acreditar outra vez. Já nem importa simplesmente acreditar em quê, mas acreditar em si mesmo, no amor, no trabalho, na virtude, no inferno ou no nada.

  • Vingando a vingança

    Em todo o mundo, há o questionamento sobre a morte de Osama Bin Laden, com opiniões obviamente contrárias. A questão é admitir a constatação de Barack Obama ("A justiça foi feita") ou classificar a operação dos americanos como um ato de vingança.

  • JK - O começo do fim

    Trecho do diário inédito de Juscelino Kubitschek: "12 de setembro de 1974 - Faço hoje, incrivelmente, 72 anos. Sinto-me espiritualmente com a idade de 30. Nenhuma ferrugem na alma nem na vontade.

  • O PT profundo

    Pelo menos três leitores não compreenderam bem a minha crônica anterior, em que transmiti uma informação certamente não privilegiada sobre a possibilidade de uma renúncia de nossa presidente, motivada por problemas de saúde. Deus é testemunha do quanto torço para que ela supere esses trancos humanos e dê a ela a energia e a sabedoria que nunca lhe faltaram.

  • Tempos suculentos

    A falta de assunto é regra geral para os cronistas. Eles são avaliados na medida em que tiram leite de pedra. Rubem Braga descrevendo o fim de mundo seria um chato, mas olhando uma borboleta amarela é um gênio.