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Artigos

  • João de Scantimburgo e o Brasil do futuro

    Diário da Manhã - (GO), em 12/01/2016

    Quinto ocupante da cadeira 36 da Academia Brasileira de Letras, cujo patrono é o escritor Teófilo Dias, o jornalista, professor e escritor brasileiro João de Scantimburgo, descendente de italianos, nasceu em Dois Córregos (SP), em 31 de outubro de 1915. Cresceu e estudou em Rio Claro, onde trabalhou para Humberto Cartolano da Caetano, Cartolano & Cia. Ainda em Rio Claro dirigiu o jornal diário Cidade de Rio Claro.

  • Entendimento cordial

    Diário do Comércio (SP), em 10/10/2007

    No período entre a Primeira Guerra Mundial, em 1914, e a Segunda Guerra, em 1939, comentou-se muito nas chancelarias européias - com adesão dos EUA - a Enténte Cordiale , para que se evitasse uma nova hecatombe, acarretando mudanças insuspeitas em todos os pensadores políticos, alguns deles de muito renome nos círculos literários. Findou a Enténte Cordiale na Europa com a vitória de Adolf Hitler e do Nacional Socialismo Alemão , que pôs fim a todos os entendimentos para evitar a guerra, pois seu plano era fazer, exatamente, a guerra total.

  • A doação de Mindlin

    Diário do Commercio (SP), em 15/12/2006

    Tive o prazer de votar na Academia Brasileira de Letras em José Mindlin para sucessor do grande romancista Josué Montello. Mindlin foi levado à mais alta expressão da cultura brasileira pelo seu amor à bibliofilia e à leitura das obras acumuladas pelo seu gênio imprevisto em encontrar volumes necessários para uma biblioteca de consulta. Mindlin diz que todos passam, como passou sua carinhosa esposa, Dona Guita, menos os livros, que ficam para consulta de gerações e mais gerações que virão.

  • Moeda estável

    Diário do Comércio (São Paulo), em 12/07/2006

    Um dos fatores da estabilidade da moeda é o seu poder de compra estar garantido para os salários das primeiras vítimas dos desencontros inflacionários, ou seja, os trabalhadores, com a sua oprobriosa desventura de viver num ambiente como o que nos acompanhou durante anos, de inflação alta. Felizmente, esse período já passou e faz parte da sociedade enferma que conseguiu se tratar com esforços dos agentes econômicos e financeiros, aos quais foram confiados os destinos da Nação. Não demos importância às técnicas adventícias. O trabalhador brasileiro suportou uma situação inflacionária prolongada, que beneficiou não poucos operadores de investimento nas Bolsas de Valores, sem que pudéssemos atirar-lhes a prancha salvadora.

  • A Seleção, vítima

    Diário do Comércio (São Paulo), em 07/07/2006

    Queira-se ou não, a seleção brasileira tornou-se vítima da crise política que se arrasta há vários meses envolvendo o presidente da República, ministros, assessores, membros de gabinete e outros personagens, jogando todos num formidável movimento de destruição, cujos resultados vão ser conhecidos, ou não, de quantos se interessam pelas influências das crises internas nos aparelhos nacionais. Ainda que não se queira, um esporte que empolga toda a Nação não se isola, vive e vibra sem contatos e outras ordens lisonjeiras.

  • Propaganda eleitoral

    Diario do Comercio (São Paulo), em 06/07/2006

    É de conhecimento de todos os brasileiros, eleitores, que no próximo mês de outubro se realizará pleito nacional para a escolha do presidente da República, e também de governadores, deputados e senadores, que comporão o sistema político brasileiro. É, portanto, da maior importância a eleição de 2006, na qual se empenharão os candidatos à Presidência da República e aos demais cargos, nos quais se decidirá a sorte da Nação. Pelo que nos é dado observar até agora, não se espere da campanha política grandes discursos e idéias luminosas sobre o destino da Nação, nem soluções práticas para florescer sobre os excessos atribuídos aos candidatos, na sua porfia de tentarem chegar à consecução do seu objetivo político.

  • Propaganda política

    Diario do Comercio (São Paulo), em 05/07/2006

    Têm sido objeto de artigos e livros os estudos que aguardam publicação sobre a propaganda política que começa oficialmente agora, data já abandonada pelos candidatos que estão fazendo propaganda desde que se declararam futuros candidatos. Cada qual usará dos meios que lhe forem servidos e que forem por eles inventados, afim de se manterem numa berlinda visível para os eleitores de todo o País. Cada vez mais as eleições brasileiras atraem eleitores, não só do Terceiro Estado como de supostos Quarto, Quinto ou Sexto Estados , arrastando todas as áreas sociais, com peso maior dos setores menos favorecidos economicamente e, portanto, mais sensíveis à demagogia que imperará vultosa no pleito que se aproxima, para o mês de outubro.

  • A derrota da seleção

    Diario do Comercio (São Paulo), em 04/07/2006

    Venho, também, dar a minha opinião sobre a derrota da Seleção. Essa deveria ser gloriosa do primeiro ao último jogo e, gloriosamente, trazer para o Brasil a cobiçada Copa, para qual foram gastos milhões de dólares no preparo dos jogadores para o grande embate na Alemanha. Os torcedores já faziam sonhos sobre as vitórias a serem registradas, cada qual com sua característica diante de dada necessidade: o grande final da gloriosa seleção brasileira. Mas, viu-se no jogo contra a França que somos uma fraca equipe, que não sabe atacar e nem defender, contra uma seleção que soube, ganhando o jogo que nos mandou de volta para o Brasil.

  • Homenagem à Revolução

    Diario do Comercio (São Paulo), em 03/07/2006

    A Associação Comercial de São Paulo homenageia a cada ano a Revolução Constitucionalista de 32 , cujo fulgor não deve ser diminuído no próprio interior do seu sentido. A comemoração é constituída de sessão cívica, com programa e discursos, e mais recentemente com a concessão do Colar Cívico que leva o nome do presidente da entidade na época, Carlos de Souza Nazareth, que se destacou pelo clamor cultural em defesa dos princípios sobre os quais se ergueu o ideal da Revolução. Com ela, queriam os paulistas lançar um desafio diante das tropas do governo de Getúlio Vargas, reclamando a Constituição a que ele antes se referia, sem no entanto convocar uma comissão para oferecer às forças cívicas um anteprojeto que desse rumo à constituição republicana, sucessora da Primeira Constituição.

  • Renúncia de Ministro

    Diario do Comercio (São Paulo), em 30/06/2006

    A saída de um ministro da Agricultura, como no atual caso de Roberto Rodrigues, não é a saída convencional de outro ministro. Vamos à situação do Ministério da Agricultura para justificar a queda de Roberto Rodrigues. Desde Fernando Costa, que saiu carregado pela morte, o ministério não tinha um titular com tanta atividade, que transformou a Pasta num bloco de utilidade permanente, atuando junto com o ministro Luiz Fernando Furlan na expansão das exportações. Era sabido que o Ministério da Agricultura não tinha importância alguma, indo para lá, geralmente, candidatos ao ócio e não ao negócio. Foi o convite à Roberto Rodrigues que transformou o ministério de lago plácido em ariete de combate, ao intensificar as exportações de medíocres quantias em dólares de formidável magnitude. Foi uma virada de vida extraordinária para os ministros Luiz Fernando Furlan e Roberto Rodrigues.

  • Blue chips

    Diario do Comercio (São Paulo), em 29/06/2006

    Dizia o meu saudoso chefe, Assis Chateaubriand, que o Rio de Janeiro tinha três pessoas poderosas: o ministro da Guerra, D. Hélder Câmara e o presidente do Banco do Brasil. O banco foi usado pela política dominante várias vezes, chegando, mesmo a dar origem ao suicídio de um presidente, Getúlio Vargas. Temos agora outro Banco do Brasil, o que oferece pela Bolsa de Valores ações ao grande, médio e pequeno investidor. É só falar o nome do banco para suscitar o apoio risonho dos investidores que desejam tornar-se ativos investidores. Essa é a grande notícia que o Banco do Brasil dá ao País, com a certeza absoluta do sucesso do lançamento.

  • O governo na eleição

    Diário do Comércio (São Paulo), em 27/06/2006

    Tenho escrito que qualquer candidato com o poder de usar a máquina administrativa para o seu sucesso eleitoral não hesitará em lançar mão dela. Atualmente, por acaso histórico, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva é quem pode usar esse poder. Repito que ele o faz, como o faria qualquer outro candidato em seu lugar; o candidato usa apenas da faculdade de que lhe foi atribuída para permanecer mais quatro anos na direção suprema do Estado. É o que não viram, no momento oportuno, os pré-candidatos. Assim sendo, o candidato Lula terá no Bolsa-Família e no aumento dos servidores a garantia da sua reeleição, a menos que haja uma improvável virada do eleitorado.

  • Mudam as capitais

    Diario do Comercio (São Paulo), em 22/06/2006

    Seria preciso, a meu ver, que um espírito erudito como o embaixador Meira Penna, autor de obra sobre a mudança de capitais, fizesse um estudo sobre a participação ou não da atmosfera miasmática brasiliense na intoxicação da política brasileira nestes últimos tempos.

  • A volta dos ditadores

    Diario do Comercio (São Paulo), em 21/06/2006

    Li no noticiário estrangeiro do nosso jornal que o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, informou que vai cassar as licenças de exploração televisiva se as emissoras em funcionamento continuarem a criticar o seu governo. Como se sabe, as televisões dependem de licença do governo, que pode de uma penada provocar a troca do dono ou então fazer com que dispensem comentaristas ou analistas importunos. Evidentemente, Hugo Chávez está assumindo postura de ditador no velho estilo latino-americano, que tantos males trouxe para o continente, tais os excessos praticados durante os respectivos governos.

  • A estrela da quermesse

    Diario de São Paulo (São Paulo), em 16/06/2006

    A quermesse planetária das chuteiras, das canelas milionárias, possui uma estrela incontestável - a televisão. Lembro-me de um certo dia no saguão dos Diários Associados , à rua 7 de Abril, com Assis Chateaubriand, convidados, diretores e o frade franciscano e antigo ator de cinema José Mojica, original paraninfo da inauguração da TV Tupi. Fico pensando que a televisão faz mágicas indescritíveis para evoluir e trazer sempre novidades. O grande prélio futebolístico na Alemanha deu a essa estrela a oportunidade de subir a um podium imaginário, em que ela brilha com intensa luminosidade, abarcando todos os povos na sua mensagem de união em torno de um fim e de apoio à atividades esportivas e econômicas.