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A Seleção, vítima

 

Queira-se ou não, a seleção brasileira tornou-se vítima da crise política que se arrasta há vários meses envolvendo o presidente da República, ministros, assessores, membros de gabinete e outros personagens, jogando todos num formidável movimento de destruição, cujos resultados vão ser conhecidos, ou não, de quantos se interessam pelas influências das crises internas nos aparelhos nacionais. Ainda que não se queira, um esporte que empolga toda a Nação não se isola, vive e vibra sem contatos e outras ordens lisonjeiras.


Quando a seleção brasileira embarcou para a Europa já se sabia que as crises internas na política iriam repercutir na organização e no preparo da nossa equipe, que sentia no subconsciente o peso da crise pavorosa que se expandia das CPIs, dos jornais, da televisão e do rádio.


Por mais avessos que fossem ao que se notava nos círculos políticos e administrativos da Nação e dos apaixonados pelo esporte futebolístico, acabariam cedendo na preocupação com os eventos políticos, dos quais ninguém escapava. A Nação é um todo, tudo que nela ocorre é repercussão de encontros e desencontros havidos na Câmara, no Senado, nos palácios presidenciais ou nas eleições que se realizaram em Estados mais influentes e mais destacados. Tudo se liga no plano nacional; a rigor não há nada isolado, mesmo em nação da extensão territorial do Brasil, um verdadeiro continente pelas dimensões de seus 8 milhões e meio de quilômetros quadrados.


Sabia perfeitamente o presidente Médici da importância do futebol para a Nação. Está aí o exemplo do que aconteceu para a seleção brasileira, atingida em cheio pela crise política, que não foi possível ser evitada.


A seleção brasileira foi uma vítima!


 


Diário do Comércio (São Paulo) 07/07/2006

Diário do Comércio (São Paulo), 07/07/2006