A Associação Comercial de São Paulo homenageia a cada ano a Revolução Constitucionalista de 32 , cujo fulgor não deve ser diminuído no próprio interior do seu sentido. A comemoração é constituída de sessão cívica, com programa e discursos, e mais recentemente com a concessão do Colar Cívico que leva o nome do presidente da entidade na época, Carlos de Souza Nazareth, que se destacou pelo clamor cultural em defesa dos princípios sobre os quais se ergueu o ideal da Revolução. Com ela, queriam os paulistas lançar um desafio diante das tropas do governo de Getúlio Vargas, reclamando a Constituição a que ele antes se referia, sem no entanto convocar uma comissão para oferecer às forças cívicas um anteprojeto que desse rumo à constituição republicana, sucessora da Primeira Constituição.
São Paulo, fiel ao seu destino, foi à luta com um formidável movimento cívico, para exigir o Estado de Direito que o ditador hesitava dar e reconhecer. Esse movimento cívico, lançado pelo povo e pelo comando da Revolução, teve imediata réplica da população, que se ergueu numa só voz e marchou pelo campo de luta decidido a exigir do ditador a sua conversão ao regime democrático, sustentado pela Nação nos termos de um Estado de Direito.
É essa data, tão alta no espírito de cada paulista, nos sentimentos de seu povo, que será comemorada hoje, antecipando-se às comemorações cívicas de todo o povo no dia 9 de julho.
Serão homenageados os cidadãos que prestaram serviços à causa democrática através das armas e com o sacrifício da própria vida, para alcançar o ideal que os empolgava e empolga ainda e sempre.
Essa é a homenagem à Revolução que a Associação Comercial de São Paulo presta, como tributo que a cultiva no tempo histórico.
Diario do Comercio (São Paulo) 03/07/2006