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Artigos

  • "Cosa mentale"

    Criaram a lenda de que ele escrevia com rapidez capaz de fazer um romance em 11 dias e crônicas em cinco minutos. Era em parte verdade, mas bastava uma olhada superficial na sua produção para avaliar o grau de sua incontinência literária. Uns pelos outros, tudo o que vinha dele tinha o sinal da pressa, até mesmo da afobação em ficar livre do compromisso com uma editora ou com um jornal.

  • Lembrança de Darcy

    Psicólogos de diversos tamanhos e feitios garantem que cada um tende a admirar pessoas e coisas diferentes de nós e das nossas. Acho que não é verdade, mas sempre admirei o finado senador e acadêmico Darcy Ribeiro na sua capacidade de perceber o cheiro das mulheres da Namíbia, lá do outro lado do Atlântico, que o meu amigo Alberto da Costa e Silva chama de rio a separar dois continentes.

  • Enfim, uma fórmula salvadora

    HOJE ESTOU disposto a torrar todos vós com algumas considerações sombrias e insossas sobre a nossa estranha realidade social. Tudo começa, obviamente, com a crise do Senado, pasto de cenas que a mídia considera próprias de políticos desalmados, mas, na realidade, pertence à sociedade como um todo, onde se homizia a condição humana.

  • Eu tive um pesadelo

    Os entendidos garantem que, em política, tudo é possível. Os não entendidos, como eu, por estranha coincidência, garantem a mesmíssima coisa e nada os espanta na política, tanto na amadora como na profissional: tudo é possível.

  • Caras & Bocas

    Apesar dos esforços da mídia, pelo menos até agora não houve a mobilização popular, tampouco apareceram os caras-pintadas para exigir moralidade e compostura no Senado Federal. Grupos esparsos e irrisórios aparecem nos jornais e nas tevês, mas nada que faça lembrar a onda que acabou provocando o impedimento de Collor – por sinal, novamente na berlinda, por conta de um olhar que assustou o Pedro Simon e mostrou que o ex-presidente veio para ficar.

  • A caneta e a bala

    RIO DE JANEIRO – As sucessivas crises que a classe política atravessa, seja no Legislativo, no Executivo e até mesmo no Judiciário, colocam uma velha questão em debate: o poder, qualquer tipo de poder, é corrupto por natureza? Ou com outras palavras: o poder corrompe?

  • De bispos, camelos e tapetes

    ESTOU DIANTE do notebook e procuro assunto para esta crônica. Quis o bom Deus que, ao contrário de outras semanas, assunto não me faltasse. Brigas no Senado, gripe suína, a candidatura de Marina Silva para bagunçar os planos de Lula, as dívidas de Romário, enfim, o cardápio é variado e sustancioso.

  • Dez assuntos

    1) Políticos de todos os partidos pretendem aprimorar o regime, o que é salutar para os políticos e para o regime. Com o regime aprimorado, teremos horizontes menos sombrios e é possível que até o Senado deixe de ser tão trágico.

  • Liberdade de imprensa

    A Associação Nacional de Jornais está comemorando 30 anos de existência e denunciou 31 casos de violação à liberdade de imprensa no Brasil. Devem ser casos na maioria recentes, uma vez que, no período da ditadura, mesmo nos últimos anos do regime totalitário, simplesmente não havia liberdade de imprensa e não havia o que violentar.

  • O grande comício

    Paramentado de arminho e mitra, o bispo subiu no búfalo e gritou, brandindo o báculo: “Cobri-vos de cinza e fazei penitência, que o Grande Pecador cumpriu seus dias de ignomínia sobre a Face da Terra e o Justo descerá dos céus para chover terror e castigo!”

  • Três Gigantes

    Não é nada, não é nada, é quase um tudo. Tivemos no ano passado o centenário de Machado de Assis, que foi comemorado 'ad nauseam'. Mesmo assim muita coisa ficou sem ser dita a respeito de um homem que foi e continua sendo um caso no panorama cultural brasileiro.

  • Benditas mulheres

    Quase que de uma hora para outra, na política, as mulheres estão fazendo aquilo que antigamente se dizia: “botando as manguinhas de fora”. Deixaram a cama, o tanque e o fogão para ocupar o lugar que antes era de exclusiva obrigatoriedade dos homens.

  • Biografia de um bigode

    Há pragas que acompanham as desventuras de um cronista – e ser cronista já é uma espécie de praga em si. As mais constantes são a falta de assunto e a falta de tempo. Hoje, com algum exagero, surpreendi-me com as duas pragas juntas: sem assunto e sem tempo. E, à falta do que falar mal, resolvi colocar-me em dia com um velho desafeto meu: o bigode.

  • O fio da navalha

    Uma curiosidade gráfica e histórica está ocorrendo nos eventos sobre os 70 anos do início da Segunda Guerra Mundial. Geralmente, ou quase obrigatoriamente, o logotipo de uma guerra, seja ela qual for, é dado pelos vencedores, ou pelo vencedor. Foi assim com as conquistas de Alexandre, de César, da formação dos vastos reinos e impérios. Ao vencedor tudo, inclusive nome e efígie. Aos derrotados nada.

  • Poluição visual

    Já foi tarde: a Prefeitura do Rio derrubou uma inacreditável passarela, ali colocada por outra administração, na confluência de Ipanema e Leblon, um monstrengo amarelado, como um doente terminal de icterícia.