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Artigos

  • Almoço com o poeta

    RIO DE JANEIRO - Almocei nesta semana com Thiago de Mello, irmão, companheiro de cela, ou, como ele prefere me chamar: "companheiro da manhã", embora a nossa manhã já esteja longe, apesar de cada vez mais presente. Sofremos os mesmos espantos e nos trocamos as mesmas consolações.

  • Lula e o poste

    RIO DE JANEIRO - Pelo jeito que as coisas vão, uma antiga piada pode ser ressuscitada: qualquer candidato presidencial que surja nos próximos meses será uma espécie de poste -uma coisa para constar na cédula eleitoral encimada por um nome bastante conhecido.

  • Elis Regina e a dengue

    RIO DE JANEIRO - Deve ter sido uma das heranças dos chamados anos de chumbo, que duraram de 1964 a 1985. A turma que nasceu neste período e a que veio logo após, de 85 para cá, adotaram uma simplificação da história que dificulta o decantado diálogo de gerações.

  • Mudanças radicais

    RIO DE JANEIRO - Muita gente não sabe -nem precisa saber-, mas, nos primeiros tempos da Revolução de 30, que acabou com a República Velha e iniciou a nova, foi publicado no "Diário Oficial"" um decreto cuja transcendência revelou o ânimo revolucionário daquele movimento.

  • Amor-próprio ferido

    RIO DE JANEIRO - Mais por cautela do que por temperamento, não sou dado a exaltações, mesmo assim, volta e meia me descubro um carioca exaltado, apesar dos milhões de motivos que o Rio me dá para a vergonha própria e a miséria coletiva. Em momentos de fossa urbana, não adianta pensar no Cristo do Corcovado, em Machado de Assis ou nas garotas de Ipanema. A solução é enfiar o rabo entre as pernas e assumir o mico de ter nascido e de viver numa cidade com tantos e tais problemas.

  • Ser ou não ser - eis a questão

    RIO DE JANEIRO - Sinceramente, não entendi a necessidade da reconstituição do assassinato da menina Isabella. Os advogados dos dois indiciados conseguiram evitar que o pai e a madrasta confirmassem, na cena do crime, as alegações que até aqui haviam prestado nos vários depoimentos aos delegados. A reconstituição foi feita com dublês.

  • A torre de Babel

    RIO DE JANEIRO - O grande público ignora, mas está em discussão -aliás, continua em discussão- o acordo ortográfico entre Brasil, Portugal e demais países que falam e escrevem o português, designados eruditamente como "lusófonos". Uma velha questão que motivou diversos acordos -e nenhum deles foi realmente respeitado.

  • Cascas de banana

    RIO DE JANEIRO - A vida é complicada mesmo. Ninguém precisa seguir o lema do finado Chacrinha, a quem se atribui a frase "eu não vim para explicar, vim para complicar", ou "confundir", o que dá na mesma. A vida se confunde e complica por si mesma, sem necessidade de apelos e palavras de ordem.

  • Encontros sociais

    RIO DE JANEIRO - "Diante de dois imbecis desconhecidos, eu me torno mais imbecil do que eles." Li essa frase num velho almanaque no tempo em que havia almanaques, que funcionavam mais ou menos como o Google de hoje. Eles ensinavam o melhor modo de tirar manchas dos brocados, do melhor mês para plantar mandioca e lembravam que Agripina morreu no ano 59 da era cristã.

  • Rivalidades

    RIO DE JANEIRO - Não é somente no amor, na política e nos esportes que predominam as rivalidades. Nos setores profissionais, entre médicos, arquitetos, artistas, advogados, especialistas disso ou daquilo, a concorrência muitas vezes é na base do vale-tudo. E os escritores não fazem exceção à regra. Pelo contrário, há rivalidades históricas.