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Artigos

  • O sonho de Nassau

    Tribuna da Imprensa (Rio de Janeiro), em 28/12/2004

    De repente, não mais que de repente, o Brasil holandês nos entrou pela porta adentro, pelos olhos adentro, pela emoção adentro. A verdade é que, para o brasileiro em geral, essa presença sempre existiu, representada pela figura de Nassau como elemento instigante de nosso imaginário. Ali tem estado ele, há 350 anos, uma parte integrante da história do País, oferecendo idéias e provocando muitas e variadas perguntas.

  • Uma história do amor

    Tribuna da Imprensa (Rio de Janeiro), em 21/12/2004

    Belo e estranho livro, este de Mário Divo. Amor e Paixão são temas permanentes sobre os quais nos curvamos, inquietos às vezes, outras na maior esperança e a maioria delas na incerteza. Os milhares de livros já escritos sobre os dois assuntos (serão sinonimamente únicos ou todo um mundo os separa?) nem sempre nos ensinam como lidar com eles.

  • A luta de Vieira

    Tribuna da Imprensa (Rio de Janeiro), em 14/12/2004

    Eis um livro que mostra a dimensão real de Antonio Vieira, do Padre Antonio Vieira, na formação deste País que é nosso. Nascido em Lisboa, era ele na realidade cidadão espanhol, já que Portugal pertencia, naquele começo do século XVII, à Espanha. Seria melhor chamá-lo simplesmente de o brasileiro Antonio Vieira.

  • Do brasileiro quando jovem

    Tribuna da Imprensa (Rio de Janeiro), em 07/12/2004

    Esta nossa língua portuguesa, que do português nos veio, apanhando palavras aqui e ali, tirando-as dos africanos, que trabalhavam por nós, da população indígena que nos cercava e nos inculcava hábitos e sentimentos, inclusive de comer, de andar pelas matas, de se absorver no verde circundante, esta língua criou e continua criando obras escritas que falam por nós e nos representam. Depois dos versos de Jorge de Lima e da prosa de Guimarães Rosa, atravessamos o Rubicão e gritamos nossa liberdade de ir e vir no meio das palavras, das sílabas e dos sons e ganhamos um modo nosso de dar nomes às coisas.

  • A linhagem de um poeta

    Tribuna da Imprensa (Rio de Janeiro), em 30/11/2004

    Com este livro chega Reynaldo Valinho Alvarez à primeira linha da poesia brasileira de hoje. Há muito que seus poemas vinham prenunciando essa posição que agora é sua. Mostra ele, em "Lavradio", sua fé e seu espanto diante da beleza das coisas e, por outro lado, perante a força dos acontecimentos que revelem a propensão da natureza humana para o lado trágico de cada avanço.

  • Nelson e a tragédia

    Tribuna da Imprensa (Rio de Janeiro), em 23/11/2004

    A façanha editorial do momento é o lançamento da obra teatral completa de Nelson Rodrigues feita pela Editora Nova Fronteira. Com os textos do trágico brasileiro em mãos, pode-se tentar uma análise do muito que significou e significa para a nossa cultura a presença entre nós de um autor com essa estranha e dilacerante força criadora. Desde que "Vestido de Noiva" subiu à cena em 28 de dezembro de 1943, no Teatro Municipal, tivemos todos a certeza de que o Brasil produzira, afinal, um gênio da literatura teatral.

  • Nelson e a tragédia

    Tribuna da Imprensa (Rio de Janeiro), em 16/11/2004

    A façanha editorial do momento é o lançamento da obra teatral completa de Nelson Rodrigues feita pela Editora Nova Fronteira. Com os textos do trágico brasileiro em mãos, pode-se tentar uma análise do muito que significou e significa para a nossa cultura a presença entre nós de um autor com essa estranha e dilacerante força criadora. Desde que "Vestido de Noiva" subiu à cena em 28 de dezembro de 1943, no Teatro Municipal, tivemos todos a certeza de que o Brasil produzira, afinal, um gênio da literatura teatral.

  • Mário inédito

    Tribuna da Imprensa (Rio de Janeiro), em 09/11/2004

    Texto de Mário de Andrade inédito em livro é sempre uma novidade. Como a deste volume chamado "O banquete", que restaura uma série de crônicas musicais por ele escritas semanalmente para a "Folha da Manhã" de São Paulo entre maio de 1943 e sua morte em 1945.

  • Na linha de Erasmo

    Tribuna da Imprensa (Rio de Janeiro), em 02/11/2004

    Eram tempos de mudança, aqueles. Como os de agora, ou talvez mais. Num dos pedaços de terra mais baixos dos Países Baixos, Roterdam, nascia Erasmo. Ano, o de 1446, apenas seis, depois da morte do português Infante Dom Henrique. O período africano conseguido sob o impulso henriquino, havia chegado à Serra Leoa, de modo que, em 66, muita gente já percebia, em quase toda a Europa, que a época era de Descobertas.

  • Ouvir estrelas

    Tribuna da Imprensa (Rio de Janeiro), em 26/10/2004

    Ora, direis, ouvir estrelas... Desejo, contudo, lembrar-vos que as estrelas de Bilac têm uma presença da maior solidez na literatura brasileira e no imaginário nacional. E agora passam também a existir num romance-verdade (para usar uma expressão de Truman Capote) que é o livro de Ruy Castro, "Bilac vê estrelas". Reerguendo toda uma época de nossa literatura, e escolhendo Olavo Bilac e José do Patrocínio como personagens principais de seu enredo, desenvolve o autor uma narrativa de espionagem com tons surrealistas.

  • Presença de Fernando

    Tribuna da Imprensa (Rio de Janeiro), em 19/10/2004

    Que dizer de Fernando Sabino, que nos deixou há poucos dias? Que era um grande escritor? Era, mas não só, porque ele foi também uma das grandes figuras do nosso stablishment cultural, que fala por nós e nos representa. Desde os anos 40 do século XX, quando sua inquietude começava a se transformar em livros, passou a ser um ponto de referência obrigatório em nossa literatura.

  • A verdade da ficção

    Tribuna da Imprensa (Rio de Janeiro), em 12/10/2004

    No contexto dos 80 anos de Lêdo Ivo e do lançamento de sua poesia completa, reunida num só volume, apresentado há pouco na Academia Brasileira de Letras, desejo falar hoje do romance do mesmo autor traduzido na Inglaterra.

  • A natureza e o trabalho

    Jornal do Brasil (Rio de Janeiro), em 06/10/2004

    O primeiro brado verdadeiramente ecológico lançado no Brasil não aconteceu por acaso. Devemo-lo ao maior estudioso de problemas brasileiros que, tampouco por acaso, tem livro chamado O problema nacional brasileiro. É dele, Alberto Torres, o ensaio As fontes da vida no Brasil, cuja primeira edição é de 1915. Não pensem os que não o leram tratar-se de referência, em frase ou parágrafo, a uma defesa e conservação da natureza, feita en passant, para ilustrar um argumento qualquer. Não. O trabalho de Alberto Torres é, ao longo de 31 páginas, um estudo sobre as duas fontes da vida no Brasil, respectivamente no corpo e no espírito de seus habitantes: a natureza e o trabalho.

  • Lêdo Ivo: o ser e o som

    Tribuna da Imprensa (Rio de Janeiro), em 05/10/2004

    Aceite-se, por base, ser ele o grande poeta brasileiro de nosso tempo. Na linha de outro alagoano, Jorge de Lima, alcançou Lêdo Ivo o ápice do fazer poesia nesta parte do mundo. Ao completar ele agora os 80 anos de sua idade, inaugura a Academia Brasileira de Letras uma exposição em sua honra e sai, pela Topbooks/Braskem, um volume de 1.099 páginas com sua poesia completa.

  • Homero Senna

    Tribuna da Imprensa (Rio de Janeiro), em 21/09/2004

    A morte de Homero Senna, há pouco mais de uma semana, privou-nos de um trabalhador intelectual como tivemos poucos. Conheci-o nos anos dourados de Juscelino, quando trabalhamos ambos no então Ministério da Viação e Obras Públicas, ele no gabinete do Ministro Lúcio Meira, eu como diretor do Serviço de Documentação. Redator dos relatórios da pasta, usava Homero Senna um estilo direto, claro, sem a menor desconversa, como devem ser os documentos oficiais.