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Artigos

  • Uma lição para comentário

    De onde teria saído essa lição que condena o uso de ‘da’ por ‘de a’ em construções que já comentamos aqui, como ‘É tempo da pessoa descansar’,em vez de ‘É tempo de a pessoa descansar’?  

  • Para além da norma gramatical

    O último domingo, comentávamos nesta coluna que, além da preocupação com o certo e o errado no uso dalíngua portuguesa para a comunicação de nossas ideias, devemos, sempre que for possível, atender aos recursos de expressividade que podemos tirar do material linguístico que o idioma põe à nossa disposição. Assim, comentávamos que, do ponto de vista de correção idiomática, tanto podemos empregar 'Está na hora de a pessoa descansar', quanto 'Está na hora da pessoa descansar'. Mas as duas maneiras de construir as frases podem não ser indiferentes quanto aos efeitos de expressividade, isto é, efeitos estilísticos. A quem tem o sentimento de sua língua materna não passa despercebida a diferença entre 'Está na hora de a pessoa descansar' em que há intenção de pôr em relevo o sujeito da oração de infinitivo, e 'Está na hora da pessoa descansar', em que não ocorre motivação de ênfase.

  • Azul-barateia

    Uma leitora assídua dos nossos dicionários, ouvindo a expressão "azul-barateia" , queria determinar que matiz de azul traduziria esse termo "barateia" , mas ficou surpreendida com a ausência do termo em nossos dicionários, ainda os mais ricos.

  • "Sendo que" e uma crítica infundada

    A sequencia "sendo que", em construção do tipo "Eram três os vizinhos, sendo que um deles acaba de mudar-se para Minas", é tão natural ao nosso saber idiomático, que dificilmente imagínaríamos vê-la apontada como errada ou, no mínimo, como construção que deve ser evitada por desnecessária.

  • Presença e ausências em dicionários da língua (I)

    Um idioma a serviço da comunicação de um grupo social está em perpétua criação e perda de palavras. As criações surgem pelo progresso cultural e tecnológico do grupo que as emprega, quer aproveitando as unidades linguísticas da prata da casa, isto é, do seu próprio estoque de palavras, ou vindas de outros países. Estas últimas chamam-se 'empréstimos'.

  • Prefixos e preposições

    Várias foram as questões de língua que deixaram em dúvida leitores deste jornal. A primeira delas nos foi encaminhada por Marcelo Viana, que deseja saber se a nossa língua possui uma palavra para designar o ‘amante do livro’, como cinéfilo para ‘pessoa que é louca por cinema’.  

  • As diversas grafias de 'porque'

    Nosso leitor A. Costa estranhou termos escrito, na coluna do dia 20 de fevereiro último, “Temos recebido perguntas sobre porque os gramáticos[...]“, quando ele esperaria “porque os gramáticos [...]“. E termina indagando quando se deve usar ‘por quê?’, ‘por que’, ‘porque’ e ‘porquê’.

  • Divisão de sílabas em fonética e em ortografia

    Temos hoje um leitor interessado em saber como deve fazer a separação silábica das palavras que antes eram consideradas paroxítonas terminadas em ditongo crescente. Sirva de exemplo a palavra 'náusea', que pode ter suas sílabas divididas em duas: náu-sea, ou em três: náu-se-a, bem como 'etéreo', em três:e-té-reo ou e-té-re-o, em quatro.

  • O livro didático que está na berlinda

    Há duas semanas a imprensa vem trazendo ao conhecimento de todos nós, críticas contundentes ao livro didático apoiado pelo Ministério da Educação, que  declara em  alto e bom som que seus leitores, adultos e jovens alunos, podem dizer “nós pega o peixe” ou “Os livro ilustrado mais interessante estão emprestado". Diante de tanto barulho e de tanta crítica saída dos mais variados setores da sociedade, alguns leitores desta nossa coluna insistem em que comentemos as lições do livro “Por uma vida melhor", cujo capítulo 1 da Unidade 1—Língua Portuguesa— foi preparado pela professora Heloísa Ramos e trata do tema "Escrever é diferente de falar", assunto que se estende pelas páginas 11 a 27.  Por mais que tentássemos obter a obra para ter uma ideia mais extensa das lições e da metodologia empregada, não nos foi possível consegui-lo,de modo que nosso comentário se restringirá ao capítulo que deu origem às aludidas críticas. Partindo da tese central de que “escrever é diferente de falar”, encontra a Autora oportunidade para estabelecer a distinção do aprendizado da língua falada [aprende-se a falar a língua materna “espontaneamente, ouvindo os adultos falarem ao seu redor”] e da língua escrita [que “exige um aprendizado formal”(...). “Alguém se dispõe a ensinar e alguém se dispõe a aprender” (...) “Geralmente há local, momento e material próprios para isso”] (pág. 11).     

  • Plurais e outros fatos de língua

    Diretor de importante instituição nos envia pergunta sobre plural de compostos, que é, em nossa língua, um fato nem sempre sistematizado, quer na tradição de nossos melhores escritores, quer no uso oral e escrito dos usuários da língua.  

  • Mojimirim e Mojiguaçú

    Um professor encaminha-nos a seguinte questão: "Pelo Acordo Ortográfico, usa-se hífen 'nos vocábulos terminados por sufixo de origem tupi-guarani '-açu', '-guaçu', '-mirim', quando o primeiro elemento terminar por vogal acentuada(...). Pergunto: nesse caso, os topônimos 'Moji Mirim' e 'Moji Guaçu' devem ser hifenados? Há alguns colegas que defendem as formas 'Mojimirim' e 'Mojiguaçu?'

  • Questões de acentuação tônica

    Um leitor atento das Bases do novo Acordo Ortográfico aponta nova orientação no emprego do acento gráfico das vogais ‘i’ e ‘u’ tônicas dos paroxítonos, quando precedidas de ditongo,em relação às normas do sistema oficial anterior, tanto no Brasil (1943), quanto em Portugal (antes de 1945).    Eis o texto da sua pergunta: “O parágrafo 4º da Base X do Acordo Ortográfico de 1990 diz o seguinte: ‘4º Prescinde-se do acento agudo nas vogais tônicas grafadas ‘i’ e ‘u’ das palavras paroxítonas, quando elas estão precedidas de ditongo: ‘baiuca’, ‘boiuno’,‘cauila’ (var. ‘cauira’), ‘cheiinho’ (de ‘cheio’), ‘saiinha’ (de‘saia’). Logo, por que no Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa (Volp) a Academia Brasileira de Letras (ABL) interpretou que a regra acima só se aplica a ditongos decrescentes, e acentuou, por exemplo, ‘guaíba’?