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Artigos

  • Tobias Barreto: Sergipe e Pernambuco

    Quando experimentei, em Aracaju, as emoções reunidas dos aniversários de casamento e natalício, da outorga num só dia de duas condecorações, a Medalha Silvio Romero (da Academia de Letras) e Tobias Barreto (do Governo do Estado) senti que tinha que retribuir falando de Gilberto Amado e do fundador da Escola do Recife. Pelo menos, desses. O primeiro, meu antecessor na Cadeira que ocupo na Academia Brasileira; o outro que é nome da Faculdade onde estudei e da qual me fiz professor.

  • O beijo dos Mindlin

    Naquela tarde, José Mindlin fora consagrado por uma votação unânime para a cadeira ocupada anteriormente por Josué Montello na Academia Brasileira de Letras. Tradicionalmente, como sempre acontece após as eleições, ele estava convidando os seus confrades para comemorar a vitória e a perenidade acadêmicas.

  • Saudades de Josué Montello

    Recordo-me de Josué Montello e recuso-me a aceitar sua morte, no dia 15 de março deste ano, aos 89 anos incompletos. Diante do inevitável e de tanto sofrimento, a sua entrada na terra desconhecida ainda parece incompreensível para nós, os seus companheiros.

  • Rio, porto de pensamento brasileiro

    Sou um pernambucano arretado e apaixonado pela terra de Machado de Assis. Ao ser eleito presidente da carioquíssima Academia Brasileira de Letras, meu primeiro pensamento foi o de que os talentos do Nordeste – eu também mereci esta “colher de chá” – sempre mereceram acolhida aqui. A cidade representa uma plataforma permanente de lançamento dos meus conterrâneos.

  • De Caminha a Machado

    Aprendi a agradecer os bons momentos. E o Encontro das Academias, realizado mês passado em Lisboa, foi um deles: nossos dois países, nossas duas instituições, nossa língua o proporcionaram. Testemunhamos o enlace de interesses que são partilhados aquém e além-mar.

  • Gente da gente

    "Alçada é um dos nossos", assim o qualificamos, nós, os da Academia Brasileira de Letras. Todos o admiramos, todos queremos um bem danado a ele. E não fazemos outra coisa que não seja exercitar a reciprocidade.

  • Democracia e Corte de Contas

    Nunca será demasiado insistir em que a democracia somente prospera no pluralismo. Eleição, periodicidade de mandatos, mediação e liberdade de imprensa, independência dos poderes, garantia dos direitos políticos e sociais são algumas das suas características fundamentais. Claros deveres de cidadania também têm sua essencialidade. Não só direitos, mas direitos e deveres. Nada mais forte, como expressão democrática, que a repartição do poder. Poder político, social, econômico.

  • 1 ano de Sabores

    “É muito oportuno se festejar a vitoriosa etapa de serviços do caderno Sabores, da Folha de Pernambuco. E como o tema é para saborear vou lhes dizer um pouquinho das comidinhas da Academia Brasileira. Imortal é imortal também porque come, não é verdade?

  • Cidades e favelização

    Tenho tido a sorte, o apoio e a compreensão da inteligência de alguns brasis por dar à gestão que me cabe na presidência da Academia Brasileira o caráter de uma Academia para as humanidades. Nada mais eficaz, a fim de se cumprir o estabelecido no seu Estatuto como compromisso de defesa da língua e da literatura.

  • Academia e saberes vários

    A ABL não pode se ausentar das evidências do quotidiano. Não nos emociona a busca da celebridade mas a das raízes da cultura, que é, por essência, multicêntrica. Não podemos ser exclusivamente uma agência a pensar a Cultura e a Língua, de forma alienada, devemos ser uma agência, mas desde que inserida no tempo, na circunstância. Uma agência situada. E, para ser assim é preciso a visão complementária e compensatória, pois a Cultura permeia todas as faces do fazer, do pensar. Não se dedica a meras apoteoses.

  • Machado de Assis e a política

    Pedro II ao partir, sob condições injustas de desprestígio, deixava uma governação de cinqüenta anos de respeito à cultura e de uma certa magnanimidade, mas de pouca atenção ao Nordeste do país. Seu tempo não aponta apenas a maldade da estatística ao revelar que ficara no Brasil uma nobreza de sete marqueses e uma marquesa viúva. Dez condes e dez condessas viúvas. Vinte viscondes e dezoito viscondessas viúvas. Vinte e sete barões e onze baronesas viúvas. Era viúva demais...