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Artigos

  • Inaceitável e indesejável

    O Globo, em 10/10/2021

    O empresário Pedro Passos, sócio da Natura, deu recentemente entrevista ao Globo em que diz que o país tem que se afastar, na eleição presidencial do ano que vem, da polarização entre o “inaceitável”, referindo-se ao presidente Bolsonaro, e o “indesejável”, que seria o ex-presidente Lula. Passos cita algumas das características que tornaria “inaceitável” a reeleição de Bolsonaro: “Não é democrata, é perigoso, não tem programa, não tem empatia com a população”. Quanto a Lula, disse que “traz uma agenda velha, de atraso, de intervenção econômica”.

  • Preparando a largada

    O Globo, em 07/10/2021

    A corrida eleitoral pela Presidência da República ganha contornos mais nítidos à medida que o prazo fatal de abril se aproxima para que os candidatos mudem de partido, no caso do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, ou decidam se candidatar, como é o caso mais notório, do ex-ministro Sergio Moro.

  • Missão: redução da desigualdade

    O Globo, em 05/10/2021

    Recentemente, a propósito da tentativa de aprovar a volta dos jogos de azar no país, petistas denunciaram que o sonho de Bolsonaro é transformar o Brasil numa Cuba da época do ditador Fulgencio Batista, um cassino onde os americanos iam se divertir. Os bolsonaristas há muito atacam o PT afirmando que o ex-presidente Lula pretende transformar o Brasil numa ditadura como a cubana, regime apoiado pelo petismo.

  • Comunismo em xeque

    O Globo, em 03/10/2021

    O anúncio do governo de Cuba de que empresas privadas poderão operar na ilha, no que chamam de “atualização do socialismo”, traz de volta o debate sobre modelos de governo totalitários que tendem a adotar, na visão ocidental, um “capitalismo de Estado”. A Constituição de Cuba já diz que o socialismo é regime político “irrevogável”, o que representou uma mudança importante, pois anteriormente o socialismo era apenas uma etapa para o comunismo.

  • Longe do STF, Aras se liberta

    O Globo, em 01/10/2021

    À medida em que vai se convencendo de que não vai para STF, o procurador geral da República, Augusto Aras, vai ficando mais solto no segundo mandato e se atendo mais à realidade. Estava num processo de fuga da realidade para proteger o presidente.

    Acredito que nos próximos meses, até o final do governo, poderemos ter uma PGR mais ativa diante do que está acontecendo. Ao mesmo tempo em que a desilusão de não ir para o STF o liberta, há os fatos diários se desenrolando à nossa frente, que fazem com que ele não tenha muita margem para esconder. Pode ser um sinal de uma libertação de Augusto Aras.

  • O ‘pato manco’

    O Globo, em 30/09/2021

    O presidente Bolsonaro já não governa mais. Os vetos derrubados nos últimos dias o consolidam na posição de presidente mais derrotado pelo Congresso nos últimos 20 anos. Na questão dos preços da Petrobras para gasolina, óleo diesel e gás, Bolsonaro tenta há meses encontrar uma maneira de reduzir os aumentos constantes. E agora tem de enfrentar o general Silva e Luna, colocado por ele na presidência da estatal no lugar de Roberto Castello Branco justamente para estancar a alta dos preços.

  • Dilemas legais

    O Globo, em 28/09/2021

    O bom-mocismo do presidente Jair Bolsonaro tem a ver, sobretudo, com a proximidade do julgamento de alguns dos processos que podem atingi-lo e do encerramento da CPI da Covid, que discute internamente como encaminhar o relatório final de maneira que tenha consequências práticas. Há questões técnicas que podem obrigar a CPI a fazer dois ou três relatórios, cada um endereçado a um órgão próprio, como sugere o professor e jurista Aurélio Wander Bastos, que alertou a comissão de que não cabe ao Ministério Público Federal dar seguimento a acusações de crime de responsabilidade.

  • Desejo de mudança

    O Globo, em 26/09/2021

    Mesmo que recebida com ceticismo, a análise da consultoria Eurasia indicando que o governador do Rio Grande do Sul Eduardo Leite pode ganhar as prévias do PSDB trouxe ao debate político a única novidade no campo da eleição presidencial do ano que vem. Uma novidade que poderá dar mais força à tese da terceira via.

  • Bolsonaro tenta distender o ambiente

    O Globo, em 24/09/2021

    O presidente Bolsonaro deu duas entrevistas esta semana, para a revista Veja e para um site alemão. Na Veja, fez afirmações para tentar distender o ambiente, porque viu que esticando a corda como fez, ia criar uma situação difícil para ele. É preciso saber se é verdade e quem é o pessoal ao qual ele se referiu como querendo jogar fora das quatro linhas. Se for das Forças Armadas, é grave; mas pode ser a turma de aloprados que querem invadir o STF e cassar os juízes. O problema é que ele fala irresponsavelmente sem ver a dimensão do que falou, e quando vê, joga com dúvidas e ações que poderiam ter acontecido, e nunca se sabe se são coisas da fantasia dele ou da realidade que usa para ameaçar a democracia. 

  • Mãos irresponsáveis

    O Globo, em 23/09/2021

    A condescendência das autoridades da Organização das Nações Unidas (ONU) com o presidente Bolsonaro, permitindo que assumisse o púlpito para fazer o discurso de abertura da sessão inaugural sem estar vacinado, não se justifica, pois, como ficou comprovado, ainda não há segurança de que quem já teve Covid-19 esteja protegido de ser infectado novamente ou de infectar alguém.

  • Fim das coligações foi fundamental

    O Globo, em 23/09/2021

    A PEC da reforma eleitoral foi aprovada no Senado sem muitas alterações no texto que saiu da Câmara, mas vetar a volta das coligações foi fundamental porque sem elas e junto com a clausula de barreira vai-se peneirando os partidos. Temos 30 partidos e vamos acabar com 10, no máximo, o que já é um avanço muito grande. Manter as coligações seria um retrocesso muito grande. O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso teve uma boa ideia, de fazer uma frente ampla da terceira via com todos os partidos, inclusive o PT, contra Bolsonaro. Mas não vai acontecer porque, se acontecesse, seria para apoiar o Lula. E é muito difícil o PT aceitar outro candidato. Então essa boa ideia não vai se confirmar.

  • Um pária em NYC

    O Globo, em 21/09/2021

    Comer pedaço de pizza nas ruas de Nova York pode ser um dos melhores programas da cidade, mas ficar na porta do restaurante porque não pode entrar sem a comprovação da vacina contra a Covid-19 é um vexame sem precedentes para um presidente de qualquer República que se preze. Não é sinal de populismo, nem de ser popular, mas de desleixo com as vidas alheias, que é a marca registrada de Bolsonaro.

     

  • Discurso de meias verdades

    O Globo, em 21/09/2021

    O discurso do presidente Bolsonaro na ONU foi cheio de meias verdades como se fossem verdades inteiras; escondeu a verdade através de palavras bonitas. É certo que o Brasil tem muita mata preservada, como ele citou, mas é preciso falar a outra parte, que ele está deixando depredar o que ainda está inteiro. Todas as leis e ações que preservam a Amazonia e a mata Atlântica foram afrouxadas na boiada que o ex-ministro Ricardo Salles passou, para que a área seja explorada pelo agronegócio ilegal. O Brasil foi um símbolo de preservação ecológica, e o governo dele está destruindo isso.

  • Disse me disse

    O Globo, em 19/09/2021

    Psiquiatras, que vivem de escarafunchar a mente humana, e jornalistas, que vivemos de escarafunchar a realidade, têm tido material de sobra nesses tempos estranhos que vivemos, onde a realidade quase nunca corresponde ao que os protagonistas dos acontecimentos falam ou prometem. O exemplo mais imediato é o do ex-presidente Michel Temer, que foi da glória ao fracasso em questão de dias, tudo por conta do que os gregos chamavam de húbris, conceito que define atitudes excessivas de confiança, que são punidas pelos deuses.

  • A Era do Desmonte

    O Globo, em 16/09/2021

    Vai de vento em popa a Era do Desmonte, como pode ser conhecida esta etapa da vida nacional em que se materializou a tese do ex-senador Romero Jucá de que era preciso “estancar a sangria” num grande acordo “com o Supremo, com tudo” para deter a atuação da Operação Lava-Jato, que levou à cadeia pela primeira vez na nossa História figurões da política e do mundo empresarial.

    Desde que o Supremo Tribunal Federal (STF) anulou os julgamentos do ex-presidente Lula, sob a alegação de que o então ministro Sergio Moro foi parcial contra ele, vão caindo por terra todas as condenações contra os envolvidos no escândalo de corrupção conhecido por “petrolão”, especialmente as de Lula.