O presidente Bolsonaro deu duas entrevistas esta semana, para a revista Veja e para um site alemão. Na Veja, fez afirmações para tentar distender o ambiente, porque viu que esticando a corda como fez, ia criar uma situação difícil para ele. É preciso saber se é verdade e quem é o pessoal ao qual ele se referiu como querendo jogar fora das quatro linhas. Se for das Forças Armadas, é grave; mas pode ser a turma de aloprados que querem invadir o STF e cassar os juízes. O problema é que ele fala irresponsavelmente sem ver a dimensão do que falou, e quando vê, joga com dúvidas e ações que poderiam ter acontecido, e nunca se sabe se são coisas da fantasia dele ou da realidade que usa para ameaçar a democracia. No entanto, elogiou o ministro Luis Roberto Barroso, que incluiu o Exército na comissão que irá verificar a idoneidade das urnas eletrônicas. Não deveria ter falado sobre isso, porque acredito que o Exército ou outros órgãos relevantes participam desse processo desde o início. É que ele sempre fica querendo acertar depois o que fez. Por isso o “fato ou fake” é bom, porque se prova claramente o que está sendo distorcido nas palavras dele. Voltou a atacar as vacinas, o que é extremamente irresponsável, pois qualquer um sabe que vacina não evita, apenas reduz a possibilidade de contaminação e a letalidade da doença. Mas o que fazer com uma pessoa que quer colocar em dúvida na cabeça de milhões de pessoas a questão da vacina¿ Ficou também muito ruim para ele afirmar – para o site alemão negacionista - que a COVID só antecipou a morte de pessoas que tinham doenças e morreriam em semanas. A COVID foi uma tragédia como o mundo não vê há um século. É uma pena que estejamos sendo governados por uma pessoa negacionista como Bolsonaro.