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Artigos

  • Um bom cobrador

    O Globo, em 24/11/2022

    O presidente Bolsonaro demonstrou em diversas oportunidades ser resiliente, recuperando-se de situações políticas embaraçosas, como quando foi obrigado a entregar o Orçamento nas mãos do presidente da Câmara, Arthur Lira, para sobreviver a um possível impeachment. Parecia um 'pato manco', mas sua prioridade nunca foi gerir o país, e sim atuar em setores ideológicos específicos, como costumes, religião, armamentos. Dedicou se a esses temas por meio das redes sociais e de suas lives e formou uma base de apoio que se mostrou forte na eleição presidencial.

  • Ainda os militares

    O Globo, em 22/11/2022

    Georges Clemenceau, jornalista, médico e político, primeiroministro dafrança na Primeira Guerra Mundial, definiu:

    - A guerra! É uma coisa séria demais para ser deixada por conta dos militares.

  • Volta ao velho normal

    O Globo, em 20/11/2022

    O Brasil precisa voltar à normalidade, e os militares são parte importante desse retorno. Não é aceitável que as aglomerações em frente aos quartéis sejam consideradas normais, ainda mais quando pedem medidas inconstitucionais, como a intervenção militar, para não permitir que o presidente eleito tome posse. São as novas 'vivandeiras alvoroçadas' que incentivavam os militares a ações golpistas.

  • De volta ao futuro

    O Globo, em 17/11/2022

    A presença do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva na COP27, no Egito, antes mesmo de ele assumir o cargo para o qual foi eleito em outubro, contrasta com a primeira decisão do atual presidente brasileiro, que cancelou a reunião do clima que seria realizada no Brasil em 2019.

  • Equilíbrio social

    O Globo, em 13/11/2022

    Mesmo que Jair Bolsonaro tivesse vencido a eleição, seria inevitável essa negociação com o Congresso para a PEC que permite extrapolar o teto de gastos, porque as promessas dos dois candidatos tinham pesos semelhantes.

  • Segue o jogo

    O Globo, em 10/11/2022

    O mistério, com objetivos políticos, sobre o relatório de técnicos do Ministério da Defesa a respeito das urnas eletrônicas apenas explicita o retrocesso democrático que vivemos nestes últimos quatro anos, que precisa ser estancado. Em tempos normais, os militares não teriam sido chamados para auditá-las, tarefa que sempre foi delegada a universidades e institutos tecnológicos, além de aos próprios partidos políticos, que usavam seus especialistas para atestar a higidez do sistema.

  • Democracia sob ameaça

    O Globo, em 08/11/2022

    A democracia brasileira vive seu mais longo período de existência contínua, de apenas 34 anos, está sob ataque, mas resiste. Para tanto, está sendo preciso utilizar aforça da lei no seu limite, para que os que querem feri-la de morte não encontrem ambiente propício a seus avanços. Nesse período eleitoral, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que inexiste na maioria dos países e era tido como mais uma das jabuticabas de nossa legislação, mostrou-se essencial para o controle dos antidemocratas que, vencidos nas urnas, tentam ainda tumultuar o país depois do jogo jogado.

  • O que mudou na cabeça do brasileiro?

    O Globo, em 06/11/2022

    De 2002 até hoje, que mudanças fizeram a cabeça do eleitor brasileiro? O cientista político Alberto Carlos de Almeida vai atrás dessa resposta 20 anos depois de ter feito a primeira pesquisa, que resultou no mais amplo levantamento sobre o que move o eleitor brasileiro. O PT sempre venceu o segundo turno por uma vantagem em torno de 60% a 40% contra o PSDB, exceção feita em 2014, quando Dilma venceu o tucano Aécio por três pontos percentuais. Em 2018 os conservadores cresceram, levando Bolsonaro à Presidência da República e agora dividindo o eleitorado, perdendo pela menor margem já registrada em um segundo turno.

  • Anseios e receios

    O Globo, em 03/11/2022

    As manifestações golpistas em diversas capitais, em frente a prédios do Exército, são consequência não de supostas fraudes eleitorais, que não aconteceram, mas da tentativa permanente do presidente derrotado de virar a mesa durante todo o seu mandato. Ao demorar quase 45 horas para se pronunciar sobre o resultado da eleição, e ao fazê-lo de maneira estudadamente cifrada para permitir que seus seguidores mais radicais - os que estão nas ruas pedindo intervenção militar - entendessem que estimulava suas ações antidemocráticas, Bolsonaro alimenta o ambiente conturbado desde o início de seu governo.

  • Bolsonaro isolado

    O Globo, em 01/11/2022

    Não vai ser fácil, pelas primeiras reações do único presidente a não conseguir a reeleição, apesar de ter sido o que mais abusou de suas prerrogativas para vencer o pleito. Lula tem que confirmar seu discurso de eleito, magistralmente montado como se marcasse sua posse no cargo que só assumirá em janeiro, de que seu terceiro governo será mais amplo, além do PT, um governo de união nacional, de uma frente democrática ampla.

  • Voto pela democracia

    O Globo, em 30/10/2022

    A reiterada postura do presidente Bolsonaro detestar os limites de seu poder, e não gostar do que viu, deu ao ex-presidente Lula uma vantagem que não teria contra um candidato com história ligada às tradições políticas liberais a defender. A frente ampla em defesa da democracia que se formou em torno de Lula não abriu mão de suas críticas quanto à corrupção nos governos petistas, nem esqueceu o descalabro econômico iniciado em seu segundo mandato e concluído com o desastroso governo de Dilma Rousseff.

  • O futuro que nos espera

    O Globo, em 27/10/2022

    Com a aproximação do segundo turno da eleição presidencial e a perspectiva de que, seja qual for, o vencedor enfrentará forte oposição que reflete um país dividido, já é hora de analisar as alternativas que se oferecerão ao eleitorado diante da realidade de que, como disse Antonio Gramsci, 'o velho está morrendo, e o novo ainda não pode nascer'.

  • ABL em defesa da democracia

    O Globo, em 25/10/2022

    Sem se envolver na política partidária, pois sempre evitou isso, nos seus 125 anos de fecunda existência, a Academia Brasileira de Letras lançou uma nota pública, por intermédio do seu presidente Merval Pereira, em que revela o seu compromisso em defesa da democracia e o seu repúdio à tentativa de enfraquecê-la. Opõe-se a práticas ofensivas à liberdade de expressão, à diversidade étnica e de gênero. Infelizmente, o que se tem visto é o uso indevido da religião em campanhas políticas e o exercício lamentável do obscurantismo, quando o ideal seria o apoio à ciência, à preservação ambiental e à inclusão social.

     

  • Um país dilacerado

    O Globo, em 23/10/2022

    O país não está apenas dividido, mas dilacerado por suas contradições e seus erros históricos como a desigualdade. Uma campanha presidencial dominada por mentiras, meias-verdades, promessas descabidas e inexequíveis, além de uma agressividade acima de todos os limites civilizados, é o reflexo de um país que está à deriva, e assim permanecerá, seja qual for o resultado da eleição do próximo domingo. O Tribunal Superior Eleitoral (TSE), apesar dos esforços, tem fracassado no controle da campanha.

  • Jacaré preguiçoso

    O Globo, em 20/10/2022

    A pergunta de um milhão de dólares (talvez valha até mais) é da antiga, porém atualíssima, piada política eternizada por Marco Maciel, ex-vice de Fernando Henrique e político de respeito de Pernambuco. Numa de suas disputas majoritárias, o marqueteiro disse a ele, satisfeito, que as curvas dele e do adversário estavam se cruzando, a sua ascendente, a do outro descendente.