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Artigos

  • A insegurança continua

    O Globo, em 06/09/2016

    Não sei se houve 100 mil pessoas nas ruas de São Paulo, mas tinha muita gente, o que obrigou o ministro Henrique Meirelles a admitir que era “um número considerável”. Uma manifestação como essa sempre é um baque para qualquer governo, e tenho a impressão de que as forças que apoiam a presidente cassada Dilma Rousseff ganharam uma motivação nova com o impasse criado pelo fatiamento da Constituição, que acabou colocando o próprio impeachment em questionamento na judicialização do processo no Supremo Tribunal Federal.

  • O dilema do PMDB

    O Globo, em 04/09/2016

    O governo recém convalidado pela decisão do Senado de afastar a presidente Dilma Rousseff quer tudo, menos abrir uma crise em sua base de apoio parlamentar. Com seu jeito conciliador, o presidente Michel Temer, do outro lado do mundo, chamou de "pequenos embaraços" a crise política desencadeada pelo acordo entre o presidente do Senado Renan Calheiros e o ministro Ricardo Lewandowski, presidente do Supremo Tribunal Federal, que resultou num benefício à presidente cassada que não estava inscrito na Constituição.

  • O que é inconstitucional?

    O Globo, em 03/09/2016

    Diante da judicialização do impeachment da ex-presidente Dilma, é inevitável que o Supremo Tribunal Federal (STF) entre na questão, até mesmo para dizer que não cabe a ele decidir. A excêntrica decisão do Senado, separando a cassação do mandato presidencial da inabilitação para funções públicas, além de provocar incongruências tão graves quanto Dilma poder exercer qualquer cargo no país, menos o de presidente da República, tem ainda um fator político que terá desdobramentos graves.

  • O verdadeiro golpe

    O Globo, em 02/09/2016

    A falácia do golpe caiu por terra no momento em que o PT aceitou fazer um acordo com o PMDB de Renan Calheiros e Eduardo Cunha para garantir que a ex-presidente Dilma, mesmo retirada da presidência por força do impeachment aprovado por mais de 2/3 do Senado, possa exercer outras funções públicas, além de votar e ser votada.

  • Pedalada constitucional

    O Globo, em 01/09/2016

     Dilma Rousseff pode ser nomeada para qualquer cargo público do país, mas não pode ser a presidente da República. Poderia também ter sido, ao contrário, condenada à inabilitação para qualquer cargo público, mas continuar sendo Presidente da República.

  • O fim de linha

    O Globo, em 31/08/2016

    O processo de impeachment chega a seu final hoje com o resultado da votação já definido, ficando a dúvida apenas sobre o voto do presidente do Senado, Renan Calheiros, que está entre explicitar seu apoio ao novo governo, ou jogar para a plateia exibindo uma pretensa neutralidade que poderá ser-lhe menos útil na formação de uma biografia futura do que o resultado dos processos a que responde no Supremo Tribunal Federal (STF)

  • A Dilma de sempre

    O Globo, em 30/08/2016

    A presidente afastada Dilma Rousseff conseguiu o cúmulo do paradoxo, em sua defesa ontem no Senado, ao elogiar a Lei de Responsabilidade Fiscal como o maior instrumento de gestão pública que o país tem, a mesma legislação que ela transgrediu, e por isso está sendo julgada. O paradoxo foi acentuado quando ela atribui “à mídia” a culpa pelo golpe e, sempre que pode, se utiliza da mesma “mídia” para apoiar sua tese de que o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha aceitou o impeachment por vingança.

  • A farsa

    O Globo, em 28/08/2016

    Ao admitir, respondendo a uma pergunta do senador Tasso Jereissati, que não houve atraso nos pagamentos da equalização dos juros do Plano Safra a bancos privados, a exemplo do que ocorreu com o Banco do Brasil, o ex-ministro Nelson Barbosa jogou por terra toda retórica com que tentava garantir que não se caracterizavam como empréstimo ao governo os atrasos de pagamentos, popularmente chamados de “pedaladas fiscais”.

  • Rumo ao fim

    O Globo, em 27/08/2016

    O indiciamento do ex-presidente Lula pela Polícia Federal devido a benefícios ilegais que recebeu da empreiteira OAS calculados em cerca de R$ 2,4 milhões, entre as benfeitorias no tríplex do Guarujá e o armazenamento de objetos pessoais no depósito de uma transportadora, é um ato que, embora não definitivo, pois depende de o Ministério Público aceitá-lo, coloca mais uma vez a imagem do ex-presidente em xeque, retirando dele uma capacidade teórica de defender a presidente afastada Dilma Rousseff.

  • Em busca da narrativa

    O Globo, em 26/08/2016

    O primeiro dia do julgamento da presidente afastada Dilma Rousseff teve tudo o que esse Congresso pode dar sem esforço nenhum: baixarias, quebra de regras mínimas de convivência, acusações em que geralmente os dois lados têm razão.

  • Loucura com método

    O Globo, em 25/08/2016

     O interessante nesse embate entre os Procuradores da Operação Lava Jato e ministros do Supremo Tribunal Federal é que todos têm razão em pontos específicos, e estão errados em outros tantos, refletindo a complexa transição que estamos vivendo, de um país em que o patrimonialismo ainda prevalece, mas está sendo duramente combatido, para outro, mais amadurecido politicamente, em que a Justiça pode atingir a todos, e em que os direitos do cidadão são mais respeitados.

  • Disputa prejudicial

    O Globo, em 24/08/2016

    Não tem o menor sentido a decisão do Procurador-Geral da República Rodrigo Janot de cancelar as negociações para a delação premiada dos executivos da empreiteira OAS pelo que chamou de “estelionato delacional”, ou seja, a divulgação de um documento com insinuações contra o ministro do Supremo Tribunal Federal Dias Toffoli que não foi apresentado oficialmente.

  • Decisão controvertida

    O Globo, em 23/08/2016

     O Procurador-Geral da República Rodrigo Janot está sendo instado a mudar a decisão de cancelar as negociações da delação premiada do presidente da empreiteira OAS Léo Pinheiro, transformando-a em uma suspensão temporária, enquanto novas regras são negociadas. Janot irritou-se com o vazamento de partes da delação na revista Veja, em que o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Dias Toffoli aparece, numa sugestão de acusação que apenas se insinua, segunda a própria reportagem.

  • Vantagens da falta de dinheiro

    O Globo, em 21/08/2016
    O cientista político Geraldo Tadeu Monteiro, professor do Iuperj/UCAM, ao contrario da maioria, acha que a proibição das doações empresarias nas campanhas eleitorais vai marcar um novo paradigma na vida política brasileira. Ele foi um dos mais ardorosos defensores da proibição, tendo comparecido a uma das audiências públicas realizadas pelo STF, na qual apresentou estudo que demonstrava a absurda financeirização das campanhas eleitorais no Brasil.
     
  • Na defesa do dinheiro público

    O Globo, em 20/08/2016

    Entre as várias associações e entidades que questionam a recente decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de que são as Câmaras Municipais, e não os Tribunais de Conta, as instâncias  legais para coibir a malversação do dinheiro público, está a Associação Nacional dos Auditores de Controle Externo dos Tribunais de Contas do Brasil (ANTC), que entrou no Supremo com um "memorial complementar para esclarecer divergência" com o qual pretende que seja revista a interpretação dada à decisão.