Receita para matar a fome
E assim se passaram dez anos com o PT no poder. Logo no início, quando tomou posse no primeiro mandato, Lula lançou o Fome Zero. Não sei se acabou com a fome, o fato é que dona Dilma quer acabar com a miséria. Faço votos.
E assim se passaram dez anos com o PT no poder. Logo no início, quando tomou posse no primeiro mandato, Lula lançou o Fome Zero. Não sei se acabou com a fome, o fato é que dona Dilma quer acabar com a miséria. Faço votos.
Na primeira visita de João Paulo 2º ao Brasil, em julho de 1980, o cardeal Eugenio Sales indicou meu nome para integrar a comitiva papal. Pude, assim, acompanhar o pontífice desde Roma até as diversas capitais que visitou, inclusive Manaus, que foi a última. Já estávamos instalados no avião que levaria o papa de volta a Roma quando, estranhamente, houve atraso no voo.
Anos após a morte de John Lennon, falou-se muito sobre algo que seria o "legado cultural de John Lennon". Achei a expressão esquisita, fiquei sem saber o que seria exatamente esse tipo de legado.
Voltou à discussão nos meios acadêmicos a validade das adaptações de obras da literatura universal para o chamado público infanto-juvenil, na maioria em fase escolar. Tempos atrás, houve um escândalo quando, num vestibular em São Paulo, caiu o texto de uma música do Tiririca, que por sinal, tinha um caráter racista.
No último sábado, a "Ilustrada" publicou reportagem –de certa forma, dialogando com minha crônica de domingo– sobre as adaptações de obras-primas, consideradas um insulto literário a autores como Machado de Assis e outros clássicos.
Apesar da idade, que é provecta, mas não necessariamente sábia, ainda não me decidi se sou presidencialista ou parlamentarista na questão de regime de governo. Aliás, e para ser sincero, não somente nessa questão, mas em quase todas as outras continuo sem saber se sou isso ou aquilo e não perco o sono nem o rebolado por causa disso.
Ontem foi o dia universal da mentira. Já me explicaram milhões de vezes as razões de uma data tão inútil, que pode funcionar para brincadeiras inocentes, mas sem equivalente no calendário: não há um dia dedicado à verdade. Até mesmo a comissão que foi criada para descobrir uma verdade recente parece que ainda não se entendeu e muita gente desconfia que nunca se chegará ao seu objetivo.
Equilibrado, de natureza conciliatória, FHC parece que perdeu um pouco de sua paciência e deitou falação contra a falta de união do PSDB, do qual é presidente de honra e seu maior expoente.
A julgar pelas informações até agora reveladas, as explosões ocorridas em Boston e, possivelmente, no Texas parecem de fato atos terroristas, mas amadores, sem a sofisticação que ficou escancarada no episódio do WTC. Aparentemente, não há uma organização como a Al Qaeda por trás das bombas caseiras que aumentaram a paranoia norte-americana.
Polêmicas há, por aí afora, em busca da verdade ou solução. Como se não bastassem as discussões que chateiam o homem desde o início dos tempos (Deus existe? De onde viemos? Para onde vamos?), volta e meia aparecem polêmicas que nunca chegam a um resultado.
Num dos primeiros filmes do neorrealismo italiano, o forasteiro chegava a uma cidade do interior e perguntava para que servia a alta muralha no meio da praça. Alguém informava: "Ali funcionava a prisão de emergência. No início, eram os fascistas que a usavam, para nela colocar todos os suspeitos de antifascismo. Agora, são os democratas-cristãos que botam atrás da muralha todos os suspeitos de terem sido fascistas". Bem, como exemplo da eterna briga de cão e gato, serve.
Por diversas vezes tentei me aproximar de Paulo Vanzolini, mas por timidez ou preguiça, fui ficando no meu canto.
Apesar de ter passado por vários episódios de saúde, desde o sarampo da infância a múltiplas complicações do ofício de viver, falar sobre medicina é temeridade e pretensão. Mas vamos lá. A crônica fica valendo como um depoimento pessoal, testemunho de alguém que com certo exagero é obrigado a apelar para a classe médica na condição ambígua de paciente, ou seja, dotado de pouca saúde e muita paciência.
Todo mundo sabe que Graciliano Ramos, nos tempos em que fazia revisão dos textos da reportagem do "Correio da Manhã", sendo na realidade um ancestral dos futuros copidesques, embirrava com certas palavras: "entrementes" e "outrossim" levavam o velho Graça a um delírio de epilético.
O prefeito do Rio foi insultado por um cidadão e revidou a ofensa com um soco na cara do cara. Em São Paulo, outro cidadão mal-humorado reclamou do barulho do sapato que os vizinhos faziam. Pegou uma arma, subiu um andar, matou o casal que estava numa boa, voltou ao elevador e nele se matou.