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Artigos

  • Admirável mundo antigo

    A faixa etária à qual pertenço tem poucas vantagens. Uma delas seria a de não me admirar de nada do que acontece neste mundo, mais do Diabo do que de Deus. Em criança, acho que eu entendia tudo sem pedir explicações. Chovia porque chovia, meu avô morreu porque tinha de morrer e assim eram as coisas e as pessoas.

  • Bandidos na vida e no cinema

    O "gangsterismo" foi uma época na vida americana e, em certo sentido, uma época na vida de cada um de nós. Acredito que cada geração teve uma fase de crimes e violências. Foi por meio dos filmes, alguns deles considerados antológicos, que tomamos conhecimento do que havia por lá.

  • Tudo se repete

    Pode ser mais uma ficção política. Mas que houve precedentes, houve. Nos anos 30 do século 20, apareceu um "Plano Cohen" que detalhava a estratégia e a tática para os comunistas tomarem o poder aqui no Brasil. Era um plano falso, elaborado por um então capitão integralista (Olímpio Mourão Filho), que serviu de pretexto para o golpe de 1937, inaugurando a ditadura do Estado Novo.

  • Data venia

    Esta crônica foi escrita logo após a primeira sessão do Supremo Tribunal Federal que rejeitou o pedido de desmembramento do processo do mensalão. Não farei considerações políticas e muito menos jurídicas, pela evidente ignorância que tenho sobre tais assuntos. Não discutirei o conteúdo em si, mas o formato dos votos, expressos na linguagem ainda em uso nas práticas forenses e cartoriais.

  • Contra ou a favor?

    Como em todas as demais profissões, o jornalista enfrenta, de tempos em tempos, uma arapuca da qual nem sempre pode se livrar. Foi o caso, por exemplo, da Copa do Mundo de 1998, em Paris. Na véspera do jogo final, entre o Brasil e a França, eu precisava mandar o meu texto para o fechamento do dia seguinte. O noticiário em si podia esperar o resultado do jogo, com a proclamação do campeão daquela Copa. Mas os comentários tinham de ser enviados antes, devido ao cronograma daquela edição.

  • O imenso Jorge

    Ele foi o único habitante deste planeta que conseguiu acreditar com a mesma sinceridade em Marx e na Menininha do Gantois. Muitos não admitem essa intimidade de Jorge com o marxismo, ao qual aderiu mais com o coração do que com a cabeça. E sua literatura também foi assim. Nada de papo cabeça. Papo coração.

  • O preço da corrupção

    Ao contrário dos Evangelhos, em que tudo era "naquele tempo", a história que vou contar é do nosso tempo mesmo. Um jornalista soube que o prefeito de uma cidade do interior conseguira fazer um hospital cinco estrelas, com centro cirúrgico que o próprio alcaide, ao inaugurá-lo, declarou que "era digno do Primeiro Mundo".

  • Verde e rosa

    Leio a crônica do Artur Xexéo sobre a maldição que pune com a morte aquele que toma leite depois de chupar manga. Relacionando outras maldições, o bom cronista que ele é cita as gravatas listradas que não combinam com camisas xadrez. As meias pretas com sapato marrom. Tomar banho após as refeições é letal.

  • O julgamento de Frineia

    Dentro de escassas oportunidades, venho acompanhando o julgamento do mensalão no Supremo Tribunal Federal. Impossível (e inútil) ouvir todos os debates, de qualquer forma, acho que há exagero no tempo e nas palavras dos respeitáveis ministros. Reconheço que a linguagem e os detalhes são peculiares à prática da Justiça, mas acho que a tecnologia pode abreviar as sentenças e pareceres sem perda do conteúdo processual.

  • Diário de bordo

    26.11.01 - GUADALAJARA. Novamente aqui, após um ano e uma viagem complicada em vários sentidos. Era para ter vindo na sexta-feira, com o Eduardo Portella e o Elmer Barbosa, mas não deu, tinha muitos compromissos no Rio e estava pregado. Deixei um trecho de "A Tarde de sua Ausência" para a "Ilustrada", de sexta-feira, mas, pensando melhor, pedirei à Flavinha para não mandar.

  • A lei acima de tudo

    Amanhã, teremos tempo quente no Supremo, com relator e revisor do mensalão numa saia justa, o primeiro condenando e o segundo absolvendo os mesmos réus e pelos mesmos motivos. Os pareceres até agora apresentados parecem perfeitos -leis, decretos, parágrafos, incisos, páginas e páginas citadas-, só as conclusões são opostas. Isso me faz lembrar Jonathan Swift, que citei em crônica da semana que encerrou.

  • O parecer robusto

    Venho acompanhando, dentro do possível, o julgamento do mensalão, no STF. Palmas para a TV Justiça, que dá àquela corte a visibilidade e o respeito de todos nós.

  • Relatório perdido

    Em 1995, quando finalizava meu livro Estrela Solitária, sobre Garrincha, descobri que a Agap, órgão ligado ao MEC e dedicado a amparar ex-jogadores, tentara ajudar Garrincha em seus últimos  anos. Isso significa recolhê-lo embriagado nas ruas e, com a ajuda da CBF e da LBA, interná-lo  em instituições e acompanhar seu tratamento e liberação. Morto Garrincha em 1982, a Agap produzira um relatório descrevendo as intenções que não foram poucas. Saí à cata desse relatório.

  • Nem tudo está perdido

    Na medida do possível, acompanhei parte do julgamento, no STF, que ganhou louvável e merecida visibilidade durante o processo do mensalão -que, aliás, ainda não acabou, se é que vai acabar mesmo.