Félix Pacheco (José FélixAlves Pacheco), jornalista, político, poeta e tradutor, nasceu em Teresina, PI, em 2 de agosto de 1879, e faleceu no Rio de Janeiro, RJ, em 6 de dezembro de 1935.
Era filho do magistrado Gabriel Luiz Ferreira e de D. Maria Benedita Cândida da Conceição Pacheco. Fez os estudos primários no Colégio Karnec na sua cidade natal. Em 1890 trouxe-o para o Rio seu tio e protetor, o senador Teodoro Alves Pacheco, cujo nome adotou em reconhecimento pelo tratamento que sempre lhe dispensou. Aos doze anos matriculou-se no Colégio Militar do Rio de Janeiro, onde fez humanidades, e depois cursou a Faculdade de Direito. Em 1897, ingressou no jornalismo, como repórter de O Debate. Dois anos depois, pela extinção daquele periódico, fez carreira no Jornal do Comércio, do qual se tornou diretor-proprietário. Em 1908, casou-se com Sra. Dora Rodrigues, a exemplar companheira de uma vida de lutas e de trabalho.
Foi o fundador e primeiro diretor do Gabinete de Identificação e Estatística da Polícia do Distrito Federal, hoje Instituto Félix Pacheco. Foi o introdutor, no Brasil, do sistema datiloscópico. Representou, por muitos anos, o Estado do Piauí, primeiro na Câmara e depois no Senado da República. No governo de Artur Bernardes, foi ministro das Relações Exteriores.
Ainda que o jornalismo tenha sido a escola em que se disciplinou na experiência e que o projetou no cenário nacional, Félix Pacheco distinguiu-se também nas letras, como poeta ligado à segunda geração dos poetas simbolistas brasileiros. Com Saturnino de Meireles, Gonçalo Jácome, Maurício Jubim e Castro Meneses, muito trabalhou pelo movimento, colaborando ativamente na revista Rosa-Cruz, de Saturnino de Meireles.
Os primeiros versos que publicou saíram com o título de Chicotadas e o subtítulo de “poesias revolucionárias”. Proclamava neles guerra à Espanha e convidava os povos latinos a baterem-se contra os Estados Unidos. Ao enumerar, porém, mais tarde, a sua produção poética, Félix Pacheco nunca mais fez referência a essas composições da mocidade. Por isso pode-se considerar Via Crucis, de 1900, a sua verdadeira estreia poética.
Traduziu a obra de Baudelaire, e comentou e estudou o poeta francês do ponto de vista biobibliográfico, crítico e literário. Essa atividade literária foi coroada com o discurso que o tradutor pronunciou em 24 de novembro de 1932, intitulado “Baudelaire e os milagres do poder da imaginação”, publicado no ano seguinte, quando também publicou os volumes O mar através de Baudelaire e Valéry, Paul Valéry e o monumento a Baudelaire em Paris e Baudelaire e os gatos.
Segundo ocupante da Cadeira 16, foi eleito em 11 de maio de 1912, na sucessão de Araripe Júnior, e recebido pelo acadêmico Sousa Bandeira em 14 de agosto de 1913. Recebeu o acadêmico Constâncio Alves.