Língua carioca
O Rio é hoje conhecido por abrigar, modéstia à parte, alguns dos piores políticos do Brasil.
O Rio é hoje conhecido por abrigar, modéstia à parte, alguns dos piores políticos do Brasil.
Fiquei fascinado pela voz de Nana Caymmi desde que a ouvi pela 1ª vez. Tornei-me amigo dela, e tive a regalia de escutá-la cantando em sua casa.
Só faltava o número 10, o gênio, o Zinedine Zidane, que fosse o cérebro do time.
Que garrafas devo levar para casa?” Minha resposta, com ou sem bonjour, é meio grosseira: nenhuma. Beba em Paris, aproveite.
Outro dia, meu filho de 6 anos chegou do colégio cantando e fazendo a coreografia de uma das canções mais populares da temporada, que diz: “Cheguei/ Cheguei chegando, bagunçando a zorra toda/ E que se dane, eu quero mais é que se exploda.”
Na vida de uma pessoa razoável, seria apenas um transtorno temporário. Mas a pintura das paredes tornou meu habitat uma sucursal do caos.
Fui tomado por um arroubo de poeta do século anterior e proferi um elogio ridículo: “Emana da cozinha um cheiro divinal.” Pior, impossível.
Espalhei os mimos: o preservativo na mesa de cabeceira, o casal de namorados num armário perto da cozinha, os óculos na escrivaninha.
Espalhei os mimos: o preservativo na mesa de cabeceira, o casal de namorados num armário perto da cozinha, os óculos na escrivaninha.
Como sou otimista patológico, creio que um dia a praia será de todos, e que nascerá nela alguma espécie de neossocialismo moreno.
Shakespeare teve o cuidado de mudar o sobrenome para Capuleto, e não Capeletti. Já imaginou uma heroína chamada Julieta Capeletti?.
Lennon havia decretado o fim do sonho e a ambição, vencido as utopias. Nós, sonhadores, estávamos mais por fora do que poupança de chacrete.
Sempre cultivei um sonho dourado: quando eu ficasse velho, queria ser guia turístico do Jardim Botânico.
Mas meu sonho, como tantos outros, fracassou. O Jardim Botânico está cheio de plaquinhas em português e inglês, explicando quase tudo. E, como se não bastasse, é dirigido por Sérgio Besserman Vianna, que é muito culto, sabe esclarecer os visitantes sobre os babados da chegada de Dom João VI ao Rio, fugindo das tropas de Napoleão.
Sou sempre aquele brasileiro anedótico, que compara as maravilhas do universo com as trivialidades de sua terra natal.