Portuguese English French German Italian Russian Spanish
Início > Artigos

Artigos

  • A União e a fome

    Jornal do Commercio (Rio de Janeiro -RJ) em, em 22/10/2003

    Há alguma coisa de errado nas relações da União com os estados e municípios. Embora nada entenda do assunto, sempre achei que a federação, como qualquer tipo de federação, situava-se no topo da pirâmide administrativa do País, sobretudo no setor mais importante, que são as cotas nas receitas e em inúmeros outros quesitos a que as partes (estados e municípios) têm direito a participar do grande bolo.

  • Assim não dá

    Jornal do Comeercio (Rio de Janeiro - RJ) em, em 15/10/2003

    Duas recentes declarações do presidente da República devem ser analisadas. Numa delas, confessou que nos noves meses de Governo mal conseguiu 1% do que pretendia. A humildade lhe faz bem, mas o pequeno percentual que ele se atribui não parece visível. E não é o cronista que constata a falta de visibilidade de seus feitos.

  • Laranjas e livros

    Jornal do Commercio (Rio de Janeiro - RJ) em, em 08/10/2003

    Nos tempos em que ia para Rodeio, nas velhas marias-fumaças, de repente deixávamos de sentir o cheiro do carvão queimado na caldeira da locomotiva. E um gostoso cheiro de laranja invadia os vagões. Joaquim Pinto Montenegro, meu tio, com a autoridade de quem se julgava dono de todos os dormentes, trilhos, equipamentos da antiga Central do Brasil, anunciava com a alegria severa de quem sentia aquele perfume todos os dias:

  • O cavalo na chuva

    Jornal do Commercio (Rio de Janeiro - RJ) em, em 24/09/2003

    Como estão cansados de saber, não há almoço grátis, quer dizer, tudo tem o seu preço. São duas verdades óbvias que entram pelos olhos de todos nós, mas volta e meia aparece gente querendo comer de graça e não pagando o preço das coisas que consome - muitas vezes sem precisar.

  • As grandes vitórias

    Jornal do Comercio (Rio de Janeiro - RJ) em, em 16/09/2003

    A parcial vitória do Governo na aprovação da reforma tributária está sendo comparada a uma dessas conquistas definitivas de um grupo sobre outro, de um exército sobre outro. De repente, o Palácio do Planalto virou um ninho que abriga os novos Alexandres, os novos Césares, os novos Napoleões: vencem todas - ou quase todas.

  • Controle remoto

    Jornal do Commercio (Rio de Janeiro - RJ) em, em 04/09/2003

    Não será para os meus dias, mas não custa me lamentar. O Luís Edgar de Andrade costuma dizer que a maior injustiça do mundo foi a tardia aparição do e-mail. Ele tem a certeza de que tudo seria melhor se o Otto Lara Resende tivesse acesso ao novo recurso de comunicação que hoje está disponível a qualquer um, menos a ele, que tanto adorava escrever cartas, bilhetes e recados.

  • Suspeita

    Jornal do Commercio (Rio de Janeiro - RJ) em, em 27/08/2003

    O nome pode mudar, ser substituído por especulação, que não tem o sentido pejorativo da suspeita mas funciona como tal. Sendo a política o território preferencial da suspeita ou da especulação, nada demais que o cronista comente o que começa a ser suspeitado ou especulado neste final de começo do Governo Lula.

  • Água benta

    Jornal do Commercio (Rio de Janeiro - RJ) em, em 20/08/2003

    Deve haver alguma coisa de errado com o atual Governo, apesar do crédito que a nação lhe deu e que os oito meses de poder ainda não revogaram - se é que as pesquisas de opinião são honestas.

  • O azar e o destino

    Jornal do Commercio (Rio de Janeiro - RJ) em, em 13/08/2003

    Hotéis, hospitais e até mesmo alguns edifícios comerciais, seguindo a paranóia americana que sataniza com a mesma violência tanto o cigarro como os estrangeiros suspeitos de atos terroristas, há muito aboliram o 13 andar, e já andei num navio que pulava da ponte 12 diretamente para a 14 - não sei porque, nos navios, os andares são pontes.

  • Reformas e crises

    Jornal do Commercio (Rio de Janeiro - RJ) em, em 05/08/2003

    Não é data redonda, mas são 49 anos daquele 5 de agosto que iniciaria a maior crise política do Brasil, com a morte do major Vaz na rua Tonelero, a qual, 19 dias mais tarde, provocaria o suicídio do presidente Getúlio Vargas.

  • A violência dos mansos

    Jornal do Commercio (Rio de Janeiro - RJ) em, em 30/07/2003

    Quando os Beatles estouraram, com aqueles cabelos e com a musicalidade jamais igualada pelos seus sucessores, parecia que a contestação de costumes, temas e acordes chegara ao máximo. Otto Maria Carpeaux, que não canso de citar, e que conhecia música a fundo, fez uma profecia: "Daqui a alguns anos, as músicas deles serão tocadas no salão de chá da Confeitaria Colombo."

  • O pato rouco

    Jornal do Commercio (Rio de Janeiro - RJ) em, em 24/07/2003

    Deve ser mania de perseguição: sempre que estou sozinho, disposto a ficar num canto, pensando em nada, há sempre um sujeito fanho por perto, falando demais, e ecleticamente, sobre os mais variados assuntos. Para purgar meus pecados, não por curiosidade ou deleite, presto atenção ao que ele diz, metade por masoquismo, metade por penitência mesmo.

  • Primeiros sinais

    Jornal do Commercio (Rio de Janeiro - RJ) em, em 10/07/2003

    Pena que o Paulo Coelho esteja viajando, deixando-me longe de seus conselhos. Ele é entendido em sinais, sabe interpretá-los tal como José que explicou o sonho do Faraó e falou nas sete vacas magras e nas sete vacas gordas.

  • Deus salve Lula

    Jornal do Commercio (Rio de Janeiro - RJ) em, em 01/07/2003

    Todos amamos o Lula, como os ingleses amam a sua rainha. "God save the Queen". Tem tudo o que nós gostamos: sinceridade, simplicidade, imensa experiência de vida, honradez pessoal, disposição para a luta, boas, boníssimas intenções. Poderia ir até o fim desta crônica citando suas qualidades e certamente ficariam faltando algumas.

  • Lula e Jânio

    Jornal do Commercio (Rio de Janeiro - RJ) em, em 25/11/2002

    Entre o medo e a esperança em relação ao novo Governo, fico com a esperança. Mesmo assim, abro uma brecha nessa esperança, lembrando casos antigos que fazem parte da história - que afinal é a mestra a nos ensinar quando devemos ter medo ou esperança.